Em Espanha
trabalha-se a tempo e horas e todos sabem, com antecedência, com que regras
contam, a avaliar pela circular da Real Federação Espanhola de Atletismo n.º
189/2014 emitida em 3 de Outubro passado, com os critérios de selecção
e mínimos internacionais para as principais competições internacionais de
marcha, nomeadamente a Taça da Europa de Marcha, em Ivano-Frankivsk, na Ucrânia
(17 de Maio/2015) e o Campeonato do Mundo de Atletismo, em Pequim, na China (22
a 30 de Agosto/2015). O documento apresentado é revelador do bom trabalho do
Sector de Marcha da RFEA e do seu responsável técnico, Santiago Pérez.
Por se terem
classificados nos 8 primeiros lugares dos Campeonatos da Europa de Zurique,
encontram-se já «fixos» para a Taça da Europa de Marcha os atletas Miguel Ángel
López y Álvaro Martín (20 km masculinos), Beatriz Pascual (20 km femininos) e o
veteraníssimo Jesús A. García Bragado (50 km). Os resultados dos
campeonatos/criterium (1 e 22 de Março/2015) e a qualidade das marcas
produzidas, entre outros critérios, assumem particular importância na decisão
dos lugares a preencher. Contudo, é igualmente referido que ao Comité Técnico
da RFEA é reservada a decisão de não completar equipas em função do nível
atlético.
Já para os Mundiais
de Atletismo de Pequim, Miguel Ángel López, campeão da Europa em Zurique, é o
único marchador com lugar reservado. Os resultados a obter em Ivano-Frankivsk,
revelam-se, como não poderia deixar de ser numa prova de selecção nacional, de
fulcral relevância para a escolha de um máximo de 3 atletas a seleccionar. Não
bastando ser o melhor, ou os melhores espanhóis neste evento, excluindo-se
deste pressuposto, claro está, Miguel Ángel, é necessário que cumulativamente
se cumpram marcas de referência.
Em qualquer dos
casos, a RFEA define como mínimos para Pequim-2015, as marcas de 1.23.00 aos 20
km masculinos, 3.58.00 aos 50 km masculinos, e 1.33.30 aos 20 km femininos, a
serem obtidas entre 1 de Janeiro de 2014 e 30 de Maio de 2015.
A circular da RFEA
poderá ser consultada aqui.
Em Portugal, é bem
conhecida a forma tardia e os contornos menos transparentes nos processos que
são definidos pela Federação Portuguesa de Atletismo, com a conivência do seu
Sector de Marcha, produzindo decisões bem duvidosas e contraditórias. Só este
ano, foi o caso dos critérios de selecção para a Taça do Mundo de Marcha de
Taicang, em particular para os 50 km e a poucos dias dos respectivos
campeonatos nacionais, e também nos 20 km masculinos com a forma desastrada na
escolha de um atleta com um registo a mais de 5 minutos da marca de
qualificação. Mais recentemente, o bem conhecido «caso» Susana Feitor, e a sua
ausência dos europeus de Zurique, que levou a atleta a demitir-se do cargo que
ocupava na direcção da FPA.