quarta-feira, 25 de maio de 2011

Grandes figuras da marcha portuguesa

Luís Dias, em conversa com Luís Saladie, delegado técnico
da AEA à Taça da Europa de Marcha em Olhão.
Foto: José Ganso
A propósito da Taça da Europa de Marcha Atlética, levada a efeito em Olhão no passado sábado, transcreve-se de seguida o texto da autoria de Luís Dias, membro da Comissão de Marcha da Associação Europeia de Atletismo (AEA), publicado no guia de imprensa daquele evento.

Evocar as grandes figuras da Marcha Portuguesa num contexto de realização, pela primeira vez em Portugal, em Olhão, da Taça da Europa de Marcha significa, numa primeira abordagem, redigir os nomes dos 30 atletas nacionais que fazem parte desta odisseia iniciada, em primeira edição, em 1996, na emblemática cidade espanhola da Corunha, e mantida sem interrupção nas sete edições seguintes, Dudince (1998 e 2001), Eisenhüttenstadt (2000), Cheboksary (2003), Miskolc (2005), Leamington (2007) e Metz (2009).

São eles, por ordem numérica de internacionalizações (e alfabética): João Vieira, Pedro Martins, Augusto Cardoso, Inês Henriques, Susana Feitor, Jorge Costa, Vera Santos, Isilda Gonçalves, Sérgio Vieira, Sofia Avoila, Ana Cabecinha, António Pereira, José Magalhães, Virgílio Soares, Carla Monteiro, Catarina Godinho, Dionísio Ventura, José Pinto, José Urbano, Lígia Gonçalves, Luís Gil, Maribel Gonçalves, Ana Cláudia Conceição, Diogo Martins, Fátima Rodrigues, Luís Lopes, Luís Ribeiro, Mário Contreiras, Pedro Isidro e Raquel Carvalho.

A estes irão juntar-se em Olhão, em 21 de Maio, os jovens e próximos representantes Sandra Monteiro, Samuel Pereira e Bruno Pedro.

Todos eles são uma parte dos já quase uma centena de marchadores que representaram as cores nacionais em eventos internacionais de exigência e de excelência, desde Jogos Olímpicos, Campeonatos da Europa e do Mundo e muitos outros, contribuindo nas suas actividades de desportistas para a afirmação do nosso país no mundo, prestigiando o nome de Portugal.

Um país cujas referências históricas  e competitivas da disciplina recuam a 1907, aos anos de 1913/14 e depois a 1940, se bem que com pouca continuidade. Que após o 25 de Abril de 1974 e com a abertura social e cultural, vê a marcha iniciar, com alguns avanços e recuos, um processo de implantação gradual e definitiva, assistindo-se nas décadas seguintes, e até aos dias de hoje, a uma afirmação e reconhecimento, nem sempre pleno, dos seus melhores valores. Através deles, o mundo (pelo menos o mundo da marcha atlética e do atletismo) elogia o nosso país, respeita-o mais.

Pena que no final das carreiras o país vá esquecê-los, mas muito beneficiou da generosidade com que, na força da juventude, esses atletas se entregaram a uma prática desportiva tantas vezes dificultada pela carência de meios e pela insensibilidade de quem, tendo responsabilidades superiores, devia dar-lhe atenção e apoio.

Ainda e a propósito de reconhecimento, naturalmente que se estende e é devido a outros agentes da marcha/atletismo e em diferentes áreas de actuação, em organismos de decisão e de intervenção, no ajuizamento/arbitragem, no treino, na organização de eventos.

Daí que eleja «Todos» como a «grande figura da marcha portuguesa»!

Espera-se, agora, que a coragem e o empenho das gentes de Olhão e da região do Algarve em organizar um evento desta natureza, alicerçados na experiência e capacidade organizativa federativa e associativa, possam ver retribuídas, como se espera, uma prestação digna e de notoriedade da equipa nacional, num excelente cenário da disciplina a nível europeu, o mais forte e representativo de entre os cinco continentes.

Luís Dias
2011.05.11

The great personalities of Portuguese Race Walking

To evoke the great personalities of Portuguese Race Walking, in the scope of the staging for the first time in Portugal, and in Olhão, of the European Race Walking Cup, means, in the first instance, to list the names of the 30 athletes that are a part of this odyssey, that began in 1996, in the emblematic Spanish city of “La Coruña”, and that has been kept, without any interruption, in the 8 following editions.

They are, in an order corresponding to the number of participations and then alphabetic: João Vieira, Pedro Martins, Augusto Cardoso, Inês Henriques, Susana Feitor, Jorge Costa, Vera Santos, Isilda Gonçalves, Sérgio Vieira, Sofia Avoila, Ana Cabecinha, António Pereira, José Magalhães, Virgílio Soares, Carla Monteiro, Catarina Godinho, Dionísio Ventura, José Pinto, José Urbano, Lígia Gonçalves, Luís Gil, Maribel Gonçalves, Ana Cláudia Conceição, Diogo Martins, Fátima Rodrigues, Luís Lopes, Luís Ribeiro, Mário Contreiras, Pedro Isidro and Raquel Carvalho.

This list will be enlarged on the 21st of May, with the names of the young next representatives Sandra Monteiro, Samuel Pereira and Bruno Pedro.

All of them are already a part of the 100 odd race walkers who wore the national colors in international, demanding and of excellence competitions, from the Olympic Games to European and World Championships, as well as in many other, giving their contribution, as sports man and women, to the image of Portugal in the World.

A country where the historical and competitive references to this discipline may be traced back to 1907, in 1913/14 and then in 1940, even if without continuity. But the social and cultural awaken that resulted of the 25th of April, 1974 revolution, sees walking begin, some forward and back movements, the gradual and definitive establishment process, being possible to witness, in the following decades, and up to today, to a grow of the image, even if not always as it should be, of its main stars. Through them, the world (at least the one of Walking and of course Athletics) is praising and respecting more our country.

It’s a pity that after finishing their careers, the country will forget them, in spite of having taken great benefit of their generosity, when, in the strength of their youth, these athletes dedicated themselves to a sporting activity, so many times affected by the shortage of resources, and by the intensity of those, that having responsibilities at higher levels, should give them the necessary care and support.

Being talking about gratitude, it’s obvious that we have to express it also to other members of the walking/athletics family and in different areas of activity. Namely in the areas of ruling organizations, officiating, coaching and of competition management.

That’s why I chose “Everybody”, as “the greatest personality of Portuguese Walking”!

I do hope that the courage and commitment from the people of Olhão and from the Algarve region in organizing this kind of event, based on the experience and organizing skills of the Portuguese Athletics Federation and the Algarve Athletics Association, may be “paid back”, as we all hope, by a meritorious performance of the Portuguese team, in an excellent sample of discipline at European level, the most representative among 5 continents.

Luís Dias
European Athletics Race Walking Comission Member