segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Taça do Mundo de Saransk: acontecimento internacional de 2012

A cerimónia de abertura da Taça do Mundo de Saransk.
Foto: O Marchador.
Se os Jogos Olímpicos são a grande festa mundial do desporto de quatro em quatro anos, a taça do mundo de marcha é a grande festa mundial da marcha atlética de dois em dois anos. Em 2012, os dois certames tiveram mais uma edição, qual delas a mais imponente, à escala de cada um dos eventos, como é natural.

Na cidade russa, a organização não poupou esforços à realização de um torneio que ficasse para sempre na memória de quem o presenciou ou a ele assistiu pela televisão ou via internet. Desde a majestosa cerimónia de abertura, que alguns consideraram superior à da Taça do Mundo de Cheboksary, também na Rússia em 2008, até ao enquadramento humano que envolveu as cinco provas do programa, passando, é claro, pelo desempenho dos atletas, que proporcionaram espectáculos de uma excelência só possível na competição desportiva.

Após uma cerimónia de abertura com a ainda recordada imponência dos tempos soviéticos, compondo um espectáculo cheio de dinamismo e de variedade, as provas proporcionaram despiques em que sobressaíram alguns atletas de países que começam a afirmar-se no panorama internacional da marcha, casos da Colômbia, com dois ouros individuais e uma prata colectiva nas provas de juniores, e da Índia, com um surpreendente (ou talvez não) quinto lugar colectivo nos 20 km masculinos. Estes são países que vêm pôr em causa a hegemonia por vezes monocromática de potências que pouco têm ido além da Rússia, por vezes com matizes chineses, espanhóis, italianos, mexicanos ou australianos e, porque não, portugueses (ou não estivesse Portugal a defender o título colectivo feminino alcançado na edição anterior, em Chihuahua-2010).

Entre os momentos de maior brilho competitivo, fizeram-se notar as provas femininas. Nos 10 km das juniores, Sandra Arenas (Colômbia) triunfou num final emocionante com a mexicana Alejandra Ortega e a russa Nadezhda Leontyeva, segunda e terceira, respectivamente. Nos 20 km das seniores, a jovem russa Elena Lashmanova impôs-se com enorme maturidade à compatriota supercredenciada Olga Kaniskina, aplicando aquela dose letal de frieza a que só os sobredotados podem lançar mão e que voltaria a usar três meses depois nos Jogos Olímpicos.

Com a qualidade dos resultados também dos seniores masculinos, tanto nos 20 como nos 50 km, e a globalidade do espectáculo público proporcionado, a Taça do Mundo de Saransk é escolhida pela equipa do blogue «O Marchador» como o acontecimento internacional da marcha atlética em 2012.

Ausência de Susana Feitor dos Jogos Olímpicos de Londres: acontecimento nacional de 2012

Susana Feitor na última presença olímpica, em Pequim-2008.
Foto: Lusa.
Não foi a primeira vez que Susana Feitor foi preterida na composição de selecções nacionais: já acontecera em 2010, para os europeus de Barcelona. Mas a não integração da melhor marchadora portuguesa de sempre na selecção olímpica de Portugal para os Jogos de Londres, no Verão passado, poderá ter vindo para ficar como marco de início de uma nova fase na história da marcha atlética no nosso país.

Por via da ausência dos Jogos de 2012, Susana Feitor viu inviabilizada a possibilidade de registar a participação na sexta edição consecutiva dos Jogos Olímpicos, o que entre os desportistas portugueses apenas o velejador João Rodrigues alcançou, precisamente em Londres, nos Jogos deste ano quase terminado.

O madeirense e a ribatejana iniciaram-se nas lides olímpicas nos já distantes Jogos de Barcelona de 1992. Durante o período entretanto transcorrido, Susana Feitor foi habituando os adeptos portugueses do atletismo e do desporto em geral a presenças regulares nas grandes competições internacionais de atletismo. Aliás, vinha já de 1989 a estreia internacional da atleta que então representava o Clube de Natação de Rio Maior, com a participação nos europeus de juniores de Varazdin (na antiga Jugoslávia). E em várias destas participações ao mais alto nível o desempenho de Susana tinha atingido relevo de grande significado, traduzido na obtenção de medalhas individuais e colectivas, a começar logo em 1990, com a vitória nos 5000 m marcha femininos dos mundiais de juniores de Plovdiv (Bulgária).

Com esse sucesso, a muito jovem marchadora de Rio Maior, então com apenas 15 anos, começava a aparecer nas páginas de destaque dos jornais e das revistas e nos principais programas da rádio e da televisão. Na sua terra, a atleta foi mesmo o motivo para que um concelho economicamente empobrecido por enfraquecimento das tradicionais actividades industriais e agrícolas fizesse do desporto uma nova área de intervenção económica, com a criação de um centro de preparação olímpica (em parceria da câmara municipal com o comité olímpico) e de uma escola superior de desporto, integrada no Instituto Politécnico de Santarém.

Mas Susana Feitor foi também motivo de inspiração para muitos jovens desportistas, tendo atraído à prática da marcha algumas jovens atletas que, já crescidas, viriam a ser as principais competidoras da «estrela» rio-maiorense. Entre elas, as conterrâneas e colegas de clube Inês Henriques e Vera Santos, a que se juntariam, primeiro, a madeirense Maribel Gonçalves (2004) e, depois, Ana Cabecinha (2008) e com as quais Susana haveria de ter de disputar, a partir de 2004, um lugar entre três para Jogos Olímpicos, campeonatos do mundo e campeonatos da Europa.

Foi sempre conseguindo manter o lugar na selecção até aos já referidos europeus de 2010, para os quais não foi escolhida. Em 2011 voltaria a ser seleccionada para a 11.ª presença em mundiais de atletismo, mas de novo em 2012 ficaria de fora (dos Jogos de Londres).

Numa fase em que Susana Feitor já não revela a mesma facilidade de outros tempos para obter marcas do nível a que nos habituou, a ausência dos Jogos de Londres acaba por ser não apenas o corte, provavelmente definitivo, na continuidade da participação olímpica da atleta, mas a entrada numa nova era da marcha portuguesa, com tendência para a tomada por outras atletas do lugar que durante muitos anos pertenceu a Susana Feitor.

De forma nenhuma se escreverá aqui o epitáfio desportivo da melhor marchadora portuguesa de sempre, aliás totalmente descabido, mas não se pode negar que a transcendência do significado da ausência de Susana Feitor dos Jogos Olímpicos de Londres supera alguns outros acontecimentos que também justificariam destaque neste final de ano. Apesar de ser, em boa verdade, um não-acontecimento, esse é considerado pela equipa do blogue «O Marchador» o acontecimento nacional da marcha atlética em 2012.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Ana Cabecinha, figura nacional de 2012

Ana Cabecinha nos Campeonatos de Portugal,
em Lisboa. Foto: O Marchador.

No ano em que o superquarteto português da marcha feminina tinha pela frente a necessidade de, mais uma vez, eliminar uma atleta para constituir-se como trio para os Jogos Olímpicos de Londres, Ana Cabecinha mostrou-se sempre (ou quase) acima do nível das colegas. Pelo menos nos momentos decisivos, esteve mais forte.

Desde logo, os Jogos Olímpicos foram o momento em que a marchadora algarvia se apresentou em melhor condição, demonstrando ter conseguido com o treinador, Paulo Murta, tirar do treino o proveito necessário para obter o melhor resultado na prova mais importante. E em Londres conseguiu não apenas a melhor marca nacional do ano como um resultado que deixou a atleta a não muitos segundos do seu recorde nacional. E por pouco não alcançava na capital britânica o mesmo 8.º lugar obtido na capital chinesa quatro anos antes, sendo agora 9.ª classificada.

Para trás, ficava uma época recheada de sucessos, de que se destaca: a 18 de Fevereiro, em Espinho, vitória nos Campeonatos de Portugal de pista coberta (12.34,00), à frente de Vera Santos (Sporting CP) e Sandra Silva (Gira Sol – RC); a 18 de Março, em Quarteira, vitória nos campeonatos nacionais de 20 km (1.29.53), à frente de Inês Henriques (CN Rio Maior) e de Vera Santos; a 13 de Maio, foi a melhor portuguesa nos 20 km femininos da Taça do Mundo de Saransk, na Rússia (9.ª da geral, com 1.31.42); a 7 de Julho, no Estádio Universitário de Lisboa, vitória nos Campeonatos de Portugal (10 mil metros em 43.37,91), adiante, outra vez, de Inês Henriques e Vera Santos.

Para fechar a época, o segundo lugar alcançado a 14 Setembro na prova feminina da Final do Challenge de Marcha da AIFA, realizada em Erdos, na China, com 43.31 m nos 10 km, atrás de Liu Hong (43.18) e à frente de Liu Xiuzhi (43.37), ambas chinesas.

Perante um ano de resultados deste nível, não poderia haver outra escolha que não a de Ana Cabecinha para figura nacional da marcha atlética em 2012.

Ding Chen, figura internacional de 2012

Ding Chen. Foto: Bleacherreport.

Ser campeão olímpico não é sucesso que se obtenha todos os dias. Nem sequer é sucesso ao alcance de qualquer pretendente. Mas ser campeão olímpico com a categoria de desempenho com que Ding Chen o foi em Londres a 4 de Agosto passado é feito muito invulgar.

Alardeando uma superioridade que por pouco não chegou à arrogância desrespeitosa para com os concorrentes em liça, o marchador chinês conseguiu numa prova de grande nível creditar-se com novo recorde olímpico (1.18.46), superando o máximo que 12 anos antes o polaco Robert Korzeniowski estabelecera em Sydney, na Austrália. Ao longo da prova londrina, Chen soube controlar o esforço enquanto os concorrrentes se comprometiam em ataques e contra-ataques na frente da competição. E, quando chegou o momento decisivo, Ding Chen esteve à altura de superar o consagrado compatriota Zhen Wang (um dos maiores favoritos) e o indomável guatemalteco (mas também arriscoso) Erick Barrondo, além de levar à exaustão o russo Valeriy Borchin, nada menos que bicampeão mundial e campeão olímpico em título.

Ainda faltavam muitas centenas de metros para o final da prova e já Ding Chen celebrava o sucesso, erguendo um punho de vitória perante os adeptos chineses junto à vedação do circuito. Com algum esforço vamos interpretar essa atitude como saudação e agradecimento aos compatriotas que o apoiavam e não como desrespeito para com os colegas de prova. E chegaremos à porventura mais evidente manifestação de superioridade do torneio olímpico de atletismo do Verão passado.

O desempenho de Chen junto ao Palácio de Buckingham foi também (mais) um prémio para o treinador italiano Sandro Damilano, que nos últimos anos tem orientado tecnicamente as selecções de marcha da República Popular da China, instaladas no Centro de Alto Rendimento de Saluzzo, no Norte de Itália.

Pode admitir-se que o ano de 2012 foi mais vezes sorridente para Zhen Wang, vencedor da Taça do Mundo de Saransk (20 km), além de ter batido o recorde asiático com a melhor marca mundial do ano (1.17.35). Mas o sucesso olímpico de Chen e sobretudo a qualidade do desempenho no Dia D e na Hora H fazem que, na opinião da equipa do blogue «O Marchador», Ding Chen seja considerado a figura internacional da marcha atlética de 2012.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Miguel Ángel López, o melhor atleta espanhol de 2012

Miguel Ángel López. Foto: laverdad.es
O marchador Miguel Ángel López foi o escolhido para melhor atleta masculino de 2012, em resultado da votação, promovida pela revista “Atletismo Español”, na página web da Real Federação Espanhola de Atletismo, a que aderiram milhares de visitantes.

López é, claramente, uma das grandes figuras do atletismo espanhol da atualidade. Com apenas 24 anos, este promissor atleta, obteve nos Jogos Olímpicos de Londres, em estreia, um excelente 5.º lugar nos 20 km marcha, melhorando o seu recorde pessoal em 1 minuto e 10 segundos. Foi o primeiro dos europeus a cortar a linha de meta e um dos seis que baixaram da hora e vinte.

Treinado por José Antonio Carrillo, o marchador murciano, campeão espanhol, lidera o ranking do ano, com a marca de 1.19.49, obtida em Londres, o que o coloca como o sexto de todos os tempos, no país vizinho.

Com 1,81 de altura, o seu ponto forte é a excelente técnica que evidencia. Nunca foi desclassificado e, nos Europeus de Barcelona, em 2010, e nos Mundiais de Daegu, em 2011, bem como em Londres, não recebeu uma única nota de desclassificação.

Recentemente declarou que, apesar de não ter problemas a nível regulamentar, nas provas em que participa, prefere não relaxar, trabalhando, diariamente, no aperfeiçoamento da técnica. Quer, um dia, fazer menos de 1 hora e 19 minutos mas o seu maior sonho é, quem sabe se já nos próximos mundiais, em Moscovo, alcandorar-se a um dos lugares do pódio.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Os melhores de todos os tempos dos 50 km Marcha

João Vieira com García Bragado, em Pontevedra.
Fotos: Manolo Teixeiro/RaceWalkingPhoto.
Montagem: O Marchador.
A primeira edição do troféu Ibérico realizado, este ano, em Pontevedra, que juntou os campeonatos de Espanha e de Portugal de 50 km, teve em João Vieira uma bem positiva actuação, culminada com uma excelente marca (3.45.17) e o assumir, de novo, da liderança da lista de sempre.

Dos 5 atletas que concluíram a distância, dois deles, para além de João Vieira, que já se encontravam na lista de sempre, viram as suas marcas melhoradas. Foram os casos de Pedro Isidro, com 3.58.00 na Taça do Mundo de Marcha em Saransk, a subir da 11.ª para a 9.ª posição, e Luís Gil, com 4.07.45 em Pontevedra, a manter a 12.ª posição.

Com a entrada das referidas novas marcas, o tempo médio de duração das mesmas na lista permaneceu nos 10 anos. A marca mais antiga continua a recuar até 1987, há 24 anos (20.ª posição, Carlos Albano, 4.30.50 – Nova Iorque).

A idade média dos atletas aquando da obtenção das marcas é de 33 anos (antes 32). Mantém-se sem alteração a idade do mais jovem, 22 anos (18.ª posição, Jorge Esteves, 4.25.38 em 1989 – Viseu) e a do menos jovem, 43 anos (relevante 6.ª posição, Jorge Costa, 3.55.31 em 2004 – Naumburg, Alemanha).

Lista de sempre:

3.45.17 - JOÃO VIEIRA, 36 anos (SCP), Pontevedra, ESP (2012)
3.48.12 - António Pereira, 33 anos (JOMA), Beijing, CHN (2008)
3.52.43 - José Pinto, 32 anos (CFB), Viseu (1989)
3.55.14 - Augusto Cardoso, 36 anos (FCP), Leamington, GBR (2007)
3.55.29 - Pedro Martins, 36 anos (CAS), Naumburg, GER (2004)
3.55.31 - Jorge Costa, 43 anos (CTT Correios), Naumburg, GER (2004)
3.57.29,5 - José Urbano, 27 anos (SLB), Fana - Bergen, NOR (1993)
3.57.30 - José Magalhães, 42 anos (ACA), Podebrady, CZE (1997)
3.58.00 - Pedro Isidro, 26 anos (SLB), Saransk, RUS (2012)
3.59.28 - Dionísio Ventura, 26 anos (CIAIA), La Coruña, ESP (2006)
(10)
4.01.27 - Virgílio Soares, 40 anos (SNAC), Eisenhuttenstadt, GER (2000)
4.07.45 - Luís Gil, 36 anos (CSM), Pontevedra, ESP (2012)
4.12.32 - Luís Ribeiro, 38 anos (SCP), Mézidon, FRA (1999)
4.17.22 - Mário Contreiras, 35 anos (SCB), S. João Madeira (2003)
4.18.22 - Gonçalo Fonseca, 23 anos (BA), Turim, ITA (2002)
4.22.20 - Carlos Graça, 32 anos (ACA), Rio Maior (1992)
4.24.55 - Luís Silva, 35 anos (CFB), Leamington, GBR (2006)
4.25.38 - Jorge Esteves, 22 anos (CFB), Viseu (1989)
4.28.20 - Pedro Marcelo Santos, 23 anos (CIAIA), Olhão (2010)
4.30.50 - Carlos Albano, 41 anos (CPMU), Nova Iorque, USA (1987)
(20)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

As melhores de todos os tempos dos 20 km Marcha

Jogos Olímpicos de Pequim/2008 - fase da prova com Ana Cabecinha resguardada.
Foto: Jeff Salvage
Ana Cabecinha, 8.ª em Pequim/2008 e 9.ª em Londres/2012, viu faltarem 18 segundos para superar a marca de 1.27.46, obtida na sua auspiciosa estreia olímpica, marca essa que continua a vigorar como a melhor marca de sempre obtida por uma portuguesa e que, por consequência, é recorde nacional.

Em 2012, 3 atletas das 12 que realizaram marcas na distância em 2012, provocaram algumas alterações, sempre bem-vindas, na lista das 20 melhores de sempre. Daniela Cardoso (1.43.25) e Sandra Silva (1.44.47), já integradas na lista, melhoraram os seus registos, a primeira mantendo a posição (12.ª), e a segunda subindo à 13.ª (antes 15.ª). Sandra Costa Monteiro (1.º ano sub23) teve uma entrada directa (15.ª) com a marca de 1.46.45, obtida no campeonato nacional em Quarteira.

As marcas constantes da lista das 20 melhores duram, em média, há 6 anos, sabendo-se que os primeiros registos aconteceram há 14 anos, em 1998. Ainda desse ano estão, na 16.ª posição, Cristina Almeida, com 1.46.52 (Naumburg) e na 19.ª posição, Lígia Gonçalves, com 1.49.28 (Cacia).

A média de idades das atletas, no ano da obtenção das marcas, é, agora, de 24 anos (26 no ano passado). 19 anos é a idade mais jovem (15.ª posição, Sandra Costa Monteiro, 1.46.45 em 2012 - Quarteira e 20.ª posição, Márcia Silva, 1.49.49 em 2007 – Ferreira do Alentejo) e a menos jovem é de 36 anos (13.ª posição, Sandra Silva, 1.44.47 em 2012 – Rio Maior).

A lista de sempre:

1.27.46 - ANA CABECINHA, 24 anos (COP), Beijing, CHN (2008)
1.27.55 - Susana Feitor, 26 anos (CNRM), Rio Maior (2001)
1.28.14 - Vera Santos, 26 anos (JOMA), Beijing, CHN (2008)
1.29.36 - Inês Henriques, 30 anos (CNRM), La Coruña, ESP (2010)
1.31.19,2 - Maribel Gonçalves, 26 anos (CSM), Lisboa (U) (2004)
1.33.58,1 - Sofia Avoila, 24 anos (CDM), Lisboa (U) (2001)
1.35.06 - Isilda Gonçalves, 31 anos (MCM), Setúbal (2001)
1.41.12 - Sandra Vieira Leitão, 28 anos (FCP), Beja (2004)
1.41.41 - Carla Monteiro, 20 anos (BFC), Grândola (2003)
1.41.48,2 - Teresa Costa, 21 anos (SCB), Guarda (2003)
(10)
1.42.07 - Fátima Rodrigues, 21 anos (GS-RC), La Coruña, ESP (2007)
1.43.25 - Daniela Cardoso, 20 anos (ACV), Rio Maior (2012)
1.44.47 - Sandra Silva, 36 anos (GS-RC), Rio Maior (2012)
1.45.31 - Ana Cláudia Conceição, 20 anos (SCB), La Coruña, ESP (2009)
1.46.45 - Sandra Costa Monteiro, 19 anos (SLB), Quarteira (2012)
1.46.52 - Cristina Almeida, 22 anos (BFC), Naumburg, GER (1998)
1.48.22 - Marisa Soares Pereira, 27 anos (FCP), Mealhada (2008)
1.49.10 - Andreia Freitas, 21 anos (CAM), Baixa Banheira (2005)
1.49.28 - Lígia Gonçalves, 28 anos (MCM), Cacia (1998)
1.49.49 - Márcia Silva, 19 anos (BFC), Ferreira do Alentejo (2007)
(20)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Os melhores de todos os tempos dos 20 km Marcha

João Vieira nos europeus de Gotemburgo/2006,
de uma posição recuada até à medalha de
bronze, com 1.20.09. Foto: news.bbc.co.uk 

Apesar da superior qualidade da marca de 1.20.41 obtida por João Vieira nos Jogos Olímpicos de Londres (11.º lugar), esta não foi suficiente para destronar a 1.20.09 que figura como recorde nacional e que valeu ao atleta a medalha de bronze nos europeus de Gotemburgo, em 2006.

Em 2012, tal como já havia sucedido em ano anterior, não foi conseguido qualquer registo que ocupasse os 20 melhores das listas de sempre, um facto negativo que espelha o desinvestimento que tem sido feito em Portugal na distância olímpica dos 20 km.

As marcas constantes da lista dos 20 melhores duram, em média, há 14 anos, sendo que a mais recente data de há 3 anos (9.ª posição, António Pereira, 1.25.34 em 2009 - Rio Maior) e a mais antiga de há 27 anos (18.ª posição, Francisco Reis, 1.28.49 em 1985 – Madrid).

A média de idades dos atletas, no ano da obtenção das marcas, é de 28 anos. A idade do mais jovem é de 20 anos (19.ª posição, Pedro Pinto, 1.29.15 em 1992 – Grândola) e a do menos jovem é de 40 anos (10.ª posição, Jorge Costa, 1.26.09,4 em 2001 – Lisboa).

A lista de sempre, que se mantém inalterada face a 2011, é a seguinte:

1.20.09 - JOÃO VIEIRA, 30 anos (CNRM), Gotemburgo, Suécia (2006)
1.20.58 - Sérgio Vieira, 21 anos (CNRM), Podebrady, República Checa (1997)
1.21.41 - José Urbano, 26 anos (SLB), Montijo (1992)
1.22.40 - Augusto Cardoso, 28 anos (FCP), Catânia, Itália (1999)
1.24.05 - José Pinto, 32 anos (CFB), Montijo (1989)
1.24.45 - Diogo Miguel Martins, 22 anos (SCP), Leamington, Grã-Bretanha (2007)
1.25.18 - Hélder Oliveira, 27 anos (SCP), Moratalaz, Espanha (1988)
1.25.22 - Pedro Isidro, 22 anos (SLB), Cheboksary, Rússia (2008)
1.25.34 - António Pereira, 33 anos (JOMA), Rio Maior (2009)
1.26.09,4 - Jorge Costa, 40 anos (CTT Correios), Lisboa (2001)
(10)
1.26.18,9 - Virgílio Soares, 38 anos (SNAC), Maia (1998)
1.26.31 - Mário Contreiras, 24 anos (SCP), Reboleira (1992)
1.26.31 - Pedro Martins, 29 anos (CDCP), Setúbal (1997)
1.26.54 - José Magalhães, 39 anos (ACA), Rio Maior (1994)
1.27.38 - Dionísio Ventura, 27 anos (CIAIA), Leamington, Grã-Bretanha (2007)
1.27.50 - Jorge Esteves, 23 anos (CFB), Moratalaz, Espanha (1990)
1.28.25 - Bruno Reis, 21 anos (CAOV), Naumburg, Alemanha (2004)
1.28.49 - Francisco Reis, 24 anos (CFSI), Madrid, Espanha (1985)
1.29.15 - Pedro Pinto, 20 anos (AAC), Grândola (1992)
1.29.29,0 - Rui Correia, 24 anos (COP), Beja (2006)
(20)

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

FESTAS FELIZES


São os votos da equipa do blogue «O Marchador»,
Carlos Gomes, José Dias e Luís Dias.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Criterium de Marcha do Algarve, resultados

Dionísio Ventura e Ana Cabecinha continuaram até aos 10.000 m.
A juvenil Edna Barros em destaque. Etson Barros, Gonçalo Sousa
e Cristiana Vieira, na prova de benjamins A e B, a mais participada.
Fotos: João Glória e facebook de Edna Barros.

A pista do Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António recebeu ontem, domingo (23 Dez.), o Criterium de Marcha do Algarve, a primeira prova a contar para o Challenge de Marcha da região, uma iniciativa que visa premiar, com prémios monetários, as equipas mais pontuadas num conjunto de provas a disputar ao longo da época.

Ana Cabecinha, que se estreou esta época e que foi a mais rápida de entre todos os competidores no evento (mesmo nos masculinos), venceu os 3.000 metros a contar para o criterium com uma marca de passagem de 13.29,40, e continuou para outras distâncias, tidas como extra, de 5.000 (22.23,28) e 10.000 metros (44.29,04), perfazendo na última légua 22.05,76.

Edna Barros, que permanecerá no escalão de juvenis em 2013, foi a segunda classificada absoluta na distância menor, e destacou-se pela marca obtida de 14.44,94, um recorde pessoal por quase 11 segundos. Filipa Ferreira, internacional júnior, foi a terceira com 14.48,09, registando ainda 25.34,25 aos 5.000 (a sua 2.ª melhor marca) e 51.36,26 aos 10.000 metros.

Dionísio Ventura, atleta do distrito de Beja a participar extra-competição, terminou praticamente a par de Ana Cabecinha, com registos de 22.22,55 e 44.29,62, respectivamente aos 5.000 e 10.000 metros. Grigori Navin, juvenil, foi o melhor algarvio concluindo os 5.000 metros ainda antes de completados 25 minutos de prova (24.59,83).

Nos mais jovens, os vencedores nos benjamins masculinos, Etson Barros (1.000 m, 5.28,88), e iniciados femininos, Carolina Costa (3.000 m, 15.24,83), estabeleceram novos recordes pessoais.

O pódio colectivo foi ocupado pelo Clube Oriental de Pechão, com 95 pontos, seguido do Centro Desportivo de Quarteira (63) e do Núcleo de Desporto da Escola Tomás Cabreira (31).

Uma última referência para o facto de todas as provas terem sido mistas, com atletas masculinos e femininos a competiram em conjunto, o que, na sua grande maioria, configurou, conforme o regulamento técnico da modalidade, marcas não regulamentares.

Resultados provisórios

3.000 metros femininos juvenis, juniores e seniores
1.ª, Ana Cabecinha, 1984 (CO Pechão), 13.29,40 (5 km, 22.23,28; 10 km, 44.29,04)
2.ª, Edna Barros, 1996 (CO Pechão), 14.44,94 - juvenil
3.ª, Filipa Ferreira, 1994 (CO Pechão), 14.48,09 (25.34,25; 51.36,26) - júnior
4.ª, Laura Leal, 1996 (CO Pechão), 16.04,18 - juvenil
5.ª, Liandra Gonçalves, 1996 (CO Pechão), 16.20,51 - juvenil
6.ª, Catarina Marques, 1996 (CD Quarteira), 16.49,88 - juvenil
7.ª, Andreia Francisco, 1991 (C Benfica Faro), 18.09,54 (30.25,87; 1.01.32,29)
8.ª, Bianca Sousa, 1993 (NDE Tomás Cabreira), 18.40,06 (31.25,10; 1.03.42,28) - júnior
9.ª, Natacha Casa Nova, 1993 (ADC Praia da Falésia), 18.52,05 - júnior
10.ª, Natacha Domingos, 1993 (CD Quarteira), 19.08,85 - júnior
11.ª, Mariana Miguel, 1996 (CO Pechão), 19.15,68 - juvenil
12.ª, Vanessa Conduto, 1995 (NDE Tomás Cabreira), 21.25,06 - juvenil

5.000 metros masculinos juvenis, juniores e seniores
1.º, Dionísio Ventura, 1979 (FAMA Ferreira Alentejo), 22.22,55 extra-competição (44.29,62)
2.º, Grigore Navin, 1995 (NDE Tomás Cabreira), 24.59,83 - juvenil
3.º, Daniel Sousa, 1965 (CO Pechão), 26.51,06

Vencedores de outros escalões

1.000 metros benjamins
Femininos: Cristiana Vieira, 2001 (CD Quarteira), 5.36,68
Masculinos: Etson Barros, 2001 (CO Pechão), 5.28,88

2.000 metros infantis
Femininos: Daniela Chagas, 2000 (CO Pechão), 12.03,18  
Masculinos: Rodrigo Marques, 1999 (CD Quarteira), 10.35,05

3.000 metros iniciados
Femininos: Carolina Costa, 1998 (CO Pechão), 15.24,83
Masculinos: Artur Domingos, 1997 (CD Quarteira), 15.47,11

Resultados completos, aqui.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Novo centro de altitude inaugurado na China

Fotos: Marcia Italiana

Inaugurado em meados de novembro deste ano, o novo centro de treinos em altitude, destinado especificamente aos marchadores chineses, está localizado na província de Yunnan, no sudoeste da China, próximo da fronteira com a Birmânia.

A uma altitude de 2.400 metros acima do nível do mar, a cidade de Lijiang, com uma população de 155.000 habitantes, acolhe esta estrutura desportiva, colocada à disposição de Sandro Damilano e dos seus pupilos. Cercado de montanhas cobertas de neve, desponta a mais alta de todas, designada por “Montanha do Dragão”, cujo pico atinge a impressionante altitude de 5.596 metros.

Lijiangi, conhecida pela “Veneza da China”, dada a quantidade de pontes existentes na parte antiga da cidade, tem um clima temperado o ano inteiro com temperaturas relativamente agradáveis, no inverno entre os 0 e os 13 graus centígrados e, no verão, entre os 14 e o 23 graus.

O grupo de trabalho, constituído por oito atletas, já trabalhou, no referido centro, que dispõe de um estádio com pista sintética de atletismo, vários ginásios e um SPA, além de excelentes condições naturais para a prática da marcha atlética.

Sandro Damilano, treinador italiano, recentemente homenageado pelo Comité Olímpico Chinês, em reconhecimento do meritório desempenho dos atletas chineses nas provas de marcha atlética dos Jogos de Londres, viu renovado o seu contrato de trabalho por mais dois anos.

Em janeiro do próximo ano, o grupo deslocar-se-á a Itália, para mais uma fase de preparação, agora centrada nos Jogos Nacionais da China (7 a 10 de maio de 2013), o acontecimento mais importante e prestigiado para os atletas chineses, depois dos Jogos Olímpicos.

Fonte: Marcia Italiana

sábado, 22 de dezembro de 2012

Apresentação de Brian Hanley na conferência de Leeds-2012

Brian Hanley. Foto: Leeds Metropolitan University.
O blogue "O Marchador" publica na secção "Técnica" (ao cimo da página) as apresentações «Factores Biomecânicos das Lesões na Marcha Atlética» e «A Biomecânica e a Regulamentação da Marcha Atlética», de Brian Hanley, na 2.ª Conferência Europeia de Marcha Atlética, realizada em Leeds, nos dias 2 e 3 de Novembro de 2012.

Brian Hanley está actualmente a fazer o doutoramento com uma investigação no domínio da biomecânica da técnica dos marchadores de alta competição, que tem implicado trabalho com as selecções nacionais de marcha da Grã-Bretanha, da Irlanda, da Suécia, da Finlândia e da Austrália. Durante a Conferência de Leeds de 2012, Brian Hanley desenvolveu um «workshop» sobre lesões dos marchadores, centrado nas duas zonas mais afectadas, segundo os dados recolhidos junto de 50 atletas participantes na Taça do Mundo de Marcha de 2012: as canelas e os ligamentos dos joelhos. Apresentou igualmente uma comunicação sobre as implicações biomecânicas da regulamentação da marcha, em especial no que se refere à Regra 230 da AIFA.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Santi Pérez é o novo coordenador técnico da marcha espanhola

Santi Pérez. Foto: La Voz de Galicia.
O ex-marchador Santiago Pérez Alonso vai assumir o cargo de responsável técnico do setor de marcha da Federação Espanhola de Atletismo.

Natural de Vigo, Pontevedra, Santi Peréz, de 40 anos de idade, foi convidado para o cargo pelo novo diretor técnico da RFEA, Ramón Cid, na sequência das eleições realizadas recentemente e que reconduziram José Maria Odriozola na presidência, por mais quatro anos.

Pérez, conhecido em Portugal, especialmente pela sua participação em provas de marcha no nosso país, iniciou a sua, muito agradável, carreira internacional, em 1997 (Mundiais de Atenas) e terminou-a em Metz (Taça da Europa de Marcha), em 2009. Especialista de 50 km, obteve os seus melhores resultados, em 2004, nos Jogos Olímpicos de Atenas (8.º), e na Taça do Mundo de Naumburg (8.º), tendo alcançado, ainda, muito boas prestações nos Europeus de Budapeste, em 1998 (6.º), nas Taças da Europa de Eisenhuttenstadt, em 2000 (8.º) e de Dudince, em 2001 (4.º).

Quando deu por encerrada a atividade competitiva, manteve-se ligado ao atletismo e à especialidade, nomeadamente, dirigindo a equipa de New Balance, e formando uma escola de marcha na Galiza, que tem sido uma referência muito positiva para todo o país, dados os excelentes resultados conseguidos, principalmente nas camadas jovens.

Santi Pérez vai substituir no cargo Josep Marín, ele que, enquanto atleta, foi treinado por este grande nome da marcha espanhola, que agora cessa funções depois de 20 anos no cargo. Jesús Ángel Gracía Bragado é um dos nomes apontados para lhe assessorar.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

29 edição da Taça de Natal de d'Yverdon-les-Bains, Suíça

Alguns atletas nos minutos que antecederam a partida.
Fotos: Gerrit Riezebos (facebook) e Roseliere Scout.

O marchador português Luís Correia, do CM Cour Lausanne, impôs-se na Taça de Natal de d'Yverdon-les-Bains (9 Dez.) ao vencer a prova de 10 km com 48 minutos e 48 segundos. Os holandeses Wielfried van Bremen (RWV Rotterdam, 51.30) e Colin Versteeg, júnior (VAV, 51.33), ocuparam os segundo e terceiro lugares.

Na prova de senhoras, também sobre 10 km, a vitória coube à francesa Marise Chave, do Coquelicot 42 Loire, com 55.12.

Como curiosidade, refira-se a participação, na qualidade de atleta, do juiz internacional de marcha, Hans van der Knaap (Holanda).

O evento, organizado pelo Clube de Marcha Atlética de Yverdon-les-Bains, foi disputado sob baixas temperaturas, o que fez reter em casa mais de metade dos 49 concorrentes inscritos.

O circuito, de 1 km, as zonas de partidas e chegadas encontravam-se instaladas em frente à cabana de escuteiros «La Roselière», na foto.

Resultados

10 km masculinos
1.º, Luís Correia, 1978 (CM Cour Lausanne), 48.48
2.º, Wielfried van Bremen, 1987 (RWV Rotterdam - Holanda), 51.30
3.º, Colin Versteeg, 1995 (VAV - Holanda), 51.33 - júnior
4.º, René Serrano, 1966 (Foulée Annemasse - França), 53.16
5.º, Zelimir Haubrih, 1963 (Dinamo Zrinjevac - Croácia), 54.21
6.º, Cédric Hugi, 1982 (CME La Poste La Tour-de-Peilz), 56.32
7.º, Bernard Binggeli, 1946 (CM Cour Lausanne), 56.34
8.º, Gerrit Riezebos, 1959 (RWV Rotterdam - Holanda), 58.36
9.º, Hans van der Knaap, 1959 (RWV Rotterdam - Holanda), 59.48
10.º, Bernard Lovis, 1961 (Aigle), 1.00.15
11.º, Michel Rauchle, 1949 (CM Cour Lausanne), 1.02.06
12.º, Mario Rosano, 1947 (CM Monthey), 1.03.34
13.º, Alexis de Coppet, 1938 (CM Yverdon-les-Bains), 1.06.27
14.º, Claude Greber, 1957 (CME La Poste La Tour-de-Peilz), 1.08.30
15.º, Daniel Pasche, 1953 (CM Monthey), 1.10.11
16.º, Sébastien Hugi, 1985 (CME La Poste La Tour-de-Peilz), 1.10.37
17.º, Gérald Boos, 1954 (CM Yverdon-les-Bains), 1.11.23

10 km femininos
1.ª, Marise Chave, 1959 (Coquelicot 42 Loire - França), 55.12
2.ª, Tiphaine Poux, 1987 (CS Saint Louis - França), 55.38
3.ª, Heidi Maeder, 1943 (CM Cour Lausanne), 1.01.51
4.ª, Brigitte de Coppet, 1946 (CM Yverdon), 1.05.43

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Morozov irradicado, Mineeva suspensa por dois anos

Morozov na Taça da Europa de Olhão e Mineeva nos europeus
de sub23 em Ostrava. Fotos: O Marchador e AEA. 
A Federação Russa de Atletismo anunciou esta semana que o atleta Sergey Morozov foi suspenso da modalidade para sempre devido a segundo controlo positivo de dopagem. A decisão foi tomada após a detecção de indicadores anormais no sangue do marchador russo, não tendo sido divulgados mais pormenores.

A irradicação do atleta produz efeitos desde 25 de Fevereiro de 2011, depois de Morozov ter estado suspenso uma primeira vez de 2008 a 2010. Nessa altura tinha já conquistado o título mundial da juventude de 2005 (Marráquexe, Marrocos) e o europeu de juniores de 2007 (Hengelo, Holanda), além de ter vencido, em 2006, a prova de juniores masculinos da Taça do Mundo de Marcha da Corunha, sempre na distância de 10 km ou 10 mil metros.

Após a primeira suspensão e já no período agora sujeito a anulação de resultados, Morozov foi 13.º na Taça da Europa de Olhão de 2011, 12.º nos mundiais de Daegu também de 2011 e 5.º na Taça do Mundo de Saransk, em 2012, sempre em 20 km. Sem implicações nas provas colectivas, as desclassificações do atleta russo arrastam, no entanto, a passagem de João Vieira do 16.º para o 15.º lugar nos mundiais de 2011, facto que poderia ter outras consequências caso o atleta português se tivesse posicionado um lugar mais atrás e se visse agora reposicionado nos 16 primeiros (com o consequente acerto de contas em matéria de bolsas de apoio à alta competição).

Recorde-se ainda que, em 2008, Morozov vencera uma prova de 20 km em Saransk, na Rússia, com o tempo de 1.16.43 h, marca que constituiria novo recorde mundial mas nunca homologada como tal por falta de controlo de dopagem na competição.

Na sexta-feira passada, a mesma federação havia noticiado a suspensão por dois anos da também marchadora internacional russa Tatyana Mineeva, também por alteração anormal do perfil hematológico no passaporte biológico. Neste caso, tratando-se de uma primeira ocorrência, a atleta é sujeita a punição menos severa.

A suspensão, deliberada em 17 de Novembro, implica a anulação dos resultados obtidos pela atleta desde 12 de Julho de 2011. No período entretanto transcorrido, Mineeva tinha ganho os 20 km femininos dos europeus de sub-23 de Ostrava em Julho de 2011, além de ter sido 17.ª classificada nos mundiais de Daegu, mês e meio depois.

Com a desclassificação da prova do europeu de Ostrava, o título de campeã passa para a também russa Nina Okhotnikova, passando a espanhola Julia Takacs ao sequndo lugar, enquanto a italiana Antonella Palmisano ascende ao terceiro posto.

Para além da culpa pelo recurso à dopagem, Tatyana Mineeva é agora também responsável por Okhotnikova não ter tido a glória de ser «coroada» em Ostrava como campeã e por Palmisano nem sequer ter tido a possibilidade de subir ao pódio que consagrou a melhores da competição. A suspensão de Mineeva pode punir a sua conduta antidesportiva, mas nunca será suficiente para compensar o prejuízo moral imposto às colegas de prova.