Imagens: RFEA. Montagem: O Marchador |
“100 anos de uma paixão”, assim se intitula o excelente livro dado à estampa pela Real Federação Espanhola de Atletismo na comemoração do seu centenário, ricamente preenchido, documental e fotograficamente, contendo 293 páginas sobre os 126 momentos mais marcantes do atletismo do país vizinho, da autoria da Associação Espanhola de Estatísticos (AEEA) e onde se podem encontrar vários temas sobre a marcha atlética.
Nos interessantíssimos aspetos históricos relatados na publicação, podemos verificar que a Catalunha foi o berço do nascimento da especialidade no país vizinho, sendo Alberto Charlot o primeiro campeão espanhol de 50 km marcha, em Barcelona, no ano de 1922, e que as primeiras provas femininas tiveram lugar em inícios da década de setenta, sob forte impulso do Club Mare Nostrum de Barcelona, então dinamizado pelos marchadores e irmãos Alberto e Antonio Galín. Alberto foi mesmo o primeiro treinador fora de Portugal a orientar no nosso país um frutuoso seminário técnico sobre marcha.
Desfolhando o livro, podemos ainda encontrar, em destaque, toda a história competitiva do recém desaparecido Jordi Llopart, o primeiro atleta espanhol a conquistar uma medalha de ouro para o atletismo espanhol, nos Europeus de 1978, em Praga, e também o primeiro na modalidade a alcançar para a Espanha uma medalha em Jogos Olímpicos, a de prata em Moscovo’1980.
José Marín, outras das grandes figuras do atletismo espanhol, é também tema de destaque no livro, ele que em 1982, no Estádio Olímpico de Atenas, durante os Europeus de 1982, alcançou duas históricas medalhas, a de ouro nos 20 km marcha e a de prata nos 50 km, mais tarde enveredando pela carreira de treinador com o sucesso conhecido e que também nos deu importantes contributos técnicos ao realizar seminários em Portugal.
Muitos mais motivos de interesse podemos encontrar nos “100 anos de paixão” como o da primeira medalha de ouro olímpica do atletismo espanhol, protagonizada por Daniel Plaza, vencedor dos 20 km marcha do Jogos de Barcelona, em 1992, Valentí Massana, primeiro ouro espanhol nuns Mundiais de Atletismo (Estugarda’1993), o lendário García Bragado, com 7 Jogos Olímpicos e 13 Mundiais, e de muitas outras grandes figuras da marcha atlética espanhola e mundial, que vale a pena ler: Encarnación Granados, María Vasco, Beatriz Pascual, a seleção feminina que ganhou a medalha de ouro na Taça do Mundo de 2012, Miguel Ángel López, e os marchadores espanhóis que protagonizaram estupendos resultados nos Europeus de Berlim, em 2018, com medalhas de Álvaro Martín (ouro), María Pérez (ouro), Diego García (prata) e Julia Takacs (bronze).
O livro em formato digital pode ser descarregado aqui.