terça-feira, 16 de julho de 2019

Evocação e tributo a José Galvão

José Galvão, lançador de peso e apresentador/comentador da RTP,
em reportagem de uma prova de marcha em Queluz (1975), com
Raymond Ismal. Fotos: blogue Santa Nostalgia e arquivo Aires Denis
Montagem: O Marchador

José António da Silva Galvão, se fosse vivo, faria hoje 87 anos de idade. Nascido em Lisboa, a 16 de julho de 1932, Galvão teve uma longa carreira no atletismo sagrando-se por 17 vezes campeão nacional, 12 vezes no peso e 5 no disco. Representou as cores da seleção nacional por 34 vezes sendo, ainda nos dias de hoje, um dos atletas portugueses mais internacionais de sempre.

Conhecido pelo seu espírito folgazão, com sentido de humor e sempre predisposto para a brincadeira, era um nome carismático da RTP, realizando os comentários das provas de atletismo nas transmissões de eventos nacionais e internacionais da modalidade tendo sido ainda o responsável por cursos no Centro de Formação da RTP.

Há um episódio que registamos muito positivamente. Em 1978, no quarto ano de implantação da marcha atlética em Portugal, e num tempo em que não era nada fácil congregar apoios para a causa desta disciplina, na delegação de Lisboa que acudiu ao encontro internacional Barcelona-Madrid-Lisboa-Genebra, Galvão era simultaneamente o repórter da RTP escalado para cobrir o acontecimento e um dos atletas selecionados pela AAL.

Na noite de sábado, decorrida que foi a primeira jornada do encontro de atletismo, que teve lugar na pista do Estádio Joan Serrahima, após o jantar, José Galvão, Jorge Grave, Ferreira Gonçalves (dirigente da AA Lisboa) e outros conversavam animadamente na sala principal de uma unidade hoteleira de Barcelona. Quando Galvão se apercebe que no grupo se encontravam dois jovens marchadores que iriam estrear-se, na manhã seguinte, num evento internacional, participando na prova dos 10.000 metros marcha, muda o tema da conversa falando sobre os aspetos técnicos da especialidade, os atletas mais em voga daqueles tempos, isto com um nível de conhecimentos que muito os surpreendeu, e com palavras de incentivo.

Foi o primeiro repórter da RTP (a única existente nesses tempos) a cobrir um evento de marcha atlética em Portugal que o francês Raymond Ismal havia organizado em Queluz, no ano de 1975, e a mostrar ao país o que era a disciplina nos seus específicos contornos técnico-regulamentares e cuja imagem aqui publicamos.

José Galvão viria a falecer em 1993, com apenas 60 anos de idade, de cancro. O seu filho, António Galvão, revelar-se-ia no salto em altura.

Aqui fica a nossa simbólica homenagem!