sábado, 17 de novembro de 2012

Reportagem fotográfica - 20.º G.Prémio de Marcha das Galinheiras (17/11)


Veja na galeria do nosso parceiro Atletismo Magazine - Modalidades Amadoras, um belo trabalho de José Gaspar, aqui.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Galinheiras em festa na 20.ª edição do grande prémio

José Henriques, presidente do C.A. Galinheiras.
Foto: Atletismo Magazine.

A simpática coletividade lisboeta do Centro de Atletismo das Galinheiras levará a efeito, na pista da Alta de Lisboa, a partir das 14:00 horas deste sábado, mais uma edição do seu grande prémio de marcha atlética, a vigésima (décima segunda légua CAG), com provas destinadas a todos os escalões etários, incluindo, ainda, uma prova específica para portadores de deficiência cognitiva.

José Henriques, presidente da coletividade, a quem publicamente prestamos a devida homenagem pelo grande labor e entusiasmo com que, anos a fio, tem colocado em suas mãos a organização do evento, foi, na década de sessenta, especialista do salto com vara, em representação do Sport Lisboa e Benfica, atingido um dos seus momentos mais altos na carreira quando figurou na lista dos recordistas nacionais da especialidade.

Desde a edição de 2008 que a prova passou a ser realizada em pista. Conta-nos, José Henriques:

“A nosso ver, foi uma opção acertada a mudança da estrada para a pista. Os custos do policiamento eram muito elevados e, por outro lado, a vertente logística está mais facilitada”, conta-nos José Henriques.

“É muito agradável verificar que a prova vai crescendo de ano para ano, mas a minha maior satisfação é constatar que, no meu clube, há mais jovens, a praticar a marcha atlética, fazendo, igualmente, outras especialidades. Temos mais 8 ou 9 crianças, este ano, e é uma alegria vê-las marchar. Os juízes de marcha, seguramente, não terão muitas preocupações com elas. O importante, a meu ver, não é tanto haver muita gente a marchar, muitas vezes sem o devido controlo técnico mas sim, incrementar o gosto pela boa técnica de maneira a que possam evoluir mais e melhor”.

Para a competição, que será a terceira da época desportiva e a primeira a realizar-se em pista, já se encontram inscritos bastantes atletas, provenientes de muitos clubes e distritos do país. Representações estrangeiras contam-se de Espanha (região da Extremadura), Itália e Lituânia.

“No ano passado estiveram entre nós miúdos de Bolonha que gostaram da prova e muito apreciaram a nossa hospitalidade. Escreveram-nos agradecendo e colocando a sua casa à disposição para quando lá desejássemos ir. Foram novamente convidados, e é num espírito de amizade e confraternização que os teremos cá, de novo. Assim como os nossos amigos de Badajoz. O Francisco Reis, em Inglaterra, disse-me que iria fazer os possíveis para estar presente”.

De acordo com o regulamento (secção “Docs” ao cimo da página), haverá prémios individuais para os dez primeiros de cada escalão (troféus aos três primeiros), um prémio especial com o nome do dinamizador da iniciativa, José Henriques, para os melhores tecnicistas (benjamins e infantis), prémios surpresa para todos os participantes na prova especial para deficientes, e taças para as dez primeiras equipas da geral colectiva.

Esta edição serve de reconhecimento ao ex-atleta do clube, Avelino Costa, que em 1989, na categoria de iniciados, venceu a final do “DN Jovem”, agora “Olímpico Jovem”, batendo o recorde nacional da categoria, na distância de 3.000 metros, e representou  Portugal, um ano depois, na Gimnasíada, em Bruges, Bélgica. Mas José Henriques revela-nos uma surpresa: 

“Para além do Avelino, vamos também homenagear o Pedro Isidro. É um grande exemplo de desportista. Apesar da sua deficiência cognitiva, foi com humildade, competência e muita dedicação ao treino que chegou onde chegou. Cabe, aqui, salientar-se o papel decisivo do seu treinador, Luís Dias, ao conseguir, com inteiro mérito, que o Pedro fizesse os mínimos que lhe deram direito a ir aos Jogos Olímpicos, coisa que, muitos, em condições, ditas normais, não puderam.”

A entrega dos prémios decorrerá, como habitualmente, na sede do clube organizador, sendo servido um beberete.

“É uma tradição que vamos mantendo, apesar da conjuntura de crise que todos nós atravessamos. Não querendo diminuir o nível da oferta vamos, contudo, ser mais rigorosos no controlo dos acessos, sempre com o pensamento, principalmente, nos atletas.”

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nacionais de 20 km dos E.U. América para veteranos

Em cima: pose antes da partida. Em baixo: David Swarts,
Ann Harsh e Chris Shmid. Fotos: South Florida Racewarkers.
Montagem: O Marchador.
David Swarts (M47) e Ann Harsh (W62) obtiveram os melhores registos nos campeonatos dos Estados Unidos da América sobre 20 km, disputados, domingo passado, em Coconut Creek, no estado da Florida.

David cortou a meta com 1.49.57, marca que o próprio justificou pelo cansaço sobretudo após os 10 km, confessando não ter treinado para a distância de 20 km. Algum tempo depois (1 minuto e 57 segundos) foi a vez de Chris Shmid chegar, realizando 1.51.54, marca que constituiu um novo recorde dos E.U. América no escalão M65. No desempenho por idade em percentagem, Chris obteve valiosos 88.69 %.

Ann, anfitriã, venceu com 2.15.09 (82.91 %) e abriu confortável avanço (7 minutos) sobre a sua mais directa concorrente, 5 anos mais jovem, Sandre DeNoon (2.22.09). O melhor desempenho nas várias idades foi para Jolene Steigerwalt (W69), 2.28.32, com 84.09 %.

Paralelamente ao evento para veteranos, disputava-se o campeonato da Florida, bem como o campeonato nacional de juniores de 20 km, que venceu Jonathan Hallman (1.45.45).

Resultados dos veteranos

20 km masculinos – absolutos
1.º, David Swarts (M47), 1.49.57 (76.85 %) – 1.º M45
2.º, Chris Shmid (M65), 1.51.54  - recorde nacional M65 (88.69 %) – 1.º M65
3.º, Andrew Smith (M63), 2.05.09 (77.62 %) – 1.º M60
4.º, Klaus Thiedmann (M58), 2.11.33 (70.35 %) – 1.º M55
5.º, John Backlund (M72), 2.34.25 (70.04 %) – 1.º M70
6.º, Peter Bayer (M74), 2.35.03 (71.74 %) – 2.º M70
Desclassificados: Thomas LaBlonde Jr, Ron Salvio e Gerry Gomes;
Desistente: John Frederick.

20 km femininos – absolutos
1.ª, Ann Harsh (W62), 2.15.09 (82.91 %) – 1.ª, W60
2.ª, Sandre DeNoon (W57), 2.22.09 (73.78 %) – 1.ª W55
3.ª, Jolene Steigerwalt (W69), 2.28.32 (84.09 %) – 1.ª W65
4.ª, Yvonne Grudzina-Glaser (W58), 2.30.01 (70.80 %) – 2.ª W55
5.ª, Darlene Backlund (W67), 2.33.37 (78.65 %) – 2.ª W65
6.ª, Lynn Lewis (W50), 2.34.15 (62.67 %) – 1.ª W50
7.ª, Fran Emanuel (W67), 2.36.51 (77.03 %) – 3.ª W65
Desclassificada: Laura Monoscalco.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Andriy Kovenko e Lyudmila Olyanovska vencem Taça da Ucrânia

Andriy Kovenko. Foto: Stock photos.
Andriy Kovenko e Lyudmila Olyanovska (júnior) obtiveram os melhores registos na Taça da Ucrânia de marcha atlética, disputada na distância de 10.000 metros, em pista, na cidade de Mukachevo, em 2 de Novembro.

Na prova masculina, Kovenko realizou 39.14,6, enquanto Andriy Grechkovsiy foi o melhor júnior do torneio, com o tempo de 43.49,3. Nas mulheres, Lyudmila Olyanovska fez 45.26,3, o melhor tempo feminino, suplantando a sénior Natalia Zhornyak (47.02,7).

A Ucrânia é considerada uma das potências europeias na marcha atlética, principalmente no setor jovem onde, recordamos, Ihor Lyashchenko foi campeão olímpico da juventude, em 2010. Já na última Taça da Europa, realizada em Olhão, foi um dos quatro países, além da Rússia, Espanha e Itália, a apresentar-se com equipas completas em todas as provas.

Colectivamente, por distritos, a formação de Kiev, a capital, obteve o maior número de pontos, 144, mais 40 que a de Zhytomir.

Principais resultados

10.000 metros masculinos
1.º, Andriy Kovenko (1973), 39.14,6
2.º, Igor Hlavan (1990), 40.49,7
3.º, Alexander Venhlovskiy (1985), 40.53,8
4.º, Sergey Budza (1984), 41.25,3
5.º, Konstantin Puzanov (1991), 41.29,8
6.º, Alex Shelest (1973), 42.29,5
7.º, Alexander Romanenko (1981), 42.48,9
8.º, Yuriy Tatarchuk (Moldávia, 1983), 43.50,6
12 participantes

10.000 metros femininos
1.ª, Natalia Zhornyak (1989), 47.02,7
2.ª, Vasilina Vytovschyk (1990), 48.03,0
3.ª, Ludmila Shelest (1974), 48.23,1
4.ª, Galina Yakovchuk (1992), 48.52,1
5.ª, Natalia Kontsevich (1984), 49.16,0
6.ª, Olesya Kalenska (1989), 52.42,7
7.ª, Nadia Boyko (1992), 53.14,6
8.ª, Georgina Kondur (1991), 54.54,7
10 participantes

10.000 metros sub20 masculinos
1.º, Andriy Grechkovskyi (1993), 43.49,3
2.º, Igor Puzanov (1993), 44.25,4
3.º, Yuriy Shvaryk (1994), 44.57,8
4.º, Sergey Svetlichnyi (1994), 46.02,4
5.º, Anton Plonskiy (1994), 46.22,3
6.º, Marian Zakalnytsky (1994), 46.23,3
7.º, Valeriy Litanyuk (1994), 49.10,6
8.º, Vitaliy Rogatynchuk (1994), 49.56,5
10 participantes

10.000 metros sub20 femininos
1.ª, Ludmila Olyanovska (1993), 45.26,3
2.ª, Alina Galchenko (1994), 50.03,1
3.ª, Valentina Myronchuk (1994), 51.29,8
4.ª, Olexandra Olyanovska (1994), 53.:09,8
5.ª, Victoria Ferenc (1993), 54.16,9
6.ª, Andriana Rozhko (1993), 57.11,8
7.ª, Olga Stadnyk (1994), 58.38,6
8.ª, Tetiana Kaminnyk (1993), 58.57,6

10.000 metros sub18 masculinos
1.º, Vadim Tarasenko (1995), 46.19.6
2.º, Sergey Klymenchuk (1995), 49.15.1
3.º, Volodimir Nanychko (1996), 49.30.9
8 participantes

5.000 metros sub18 femininos
1.ª, Hanna Suslik (1996), 25.53,3
2.ª, Tamara Stasiuk (1995), 26.24,4
3.ª, Ivanna Danyluk (1996), 27.03,5
9 participantes

Colectivamente:
Кiev, 184 pontos
Zhytomir, 144 pontos
Sumy, 99 pontos
13 equipas

Colaboração: Kristina Saltanovic

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Virgílio Soares é, hoje, aniversariante.

Virgílio, o 1.º da esq., na companhia de Augusto Cardoso,
José Magalhães e Luís Dias, em foto na década de 90.
Foto: facebook de V. Soares.
Virgílio Soares, ex-marchador natural de Cômoros, Lousã, que representou o Clube de Atletismo da Lousã, o Sombras Negras e o Montanha Clube, todos clubes do distrito de Coimbra, e vestiu a camisola de Portugal por seis vezes, em Taças do Mundo (3) e Taças da Europa de Marcha (3), faz hoje 53 anos de idade.

Em 1995 rumou até Pequim integrando, pela primeira vez, a equipa nacional, sobre 20 km, e, nos anos seguintes, fê-lo sempre em 50 km (Podebrady 1997, Dudince 1998 e 2001, Mézidon 1999 e Eisenhuttenstadt 2000).

4.01.27 aos 50 km (20.º lugar) na Taça da Europa de Marcha em Eisenhuttenstadt, Alemanha (18.06.2000), aos 40 anos de idade, foi a marca mais significativa da sua carreira desportiva, que se iniciou na disciplina aos 31 anos, tendo, como treinadores, primeiro, Mário Maia, e depois, Luís Dias.

Pisou o lugar mais alto do pódio com a obtenção do título de campeão de Portugal absoluto em pista coberta em 1994 (20.10,6 aos 5.000 metros). Outros pódios que alcançou foram os terceiros lugares nos campeonatos de Portugal de pista, em 1994 e 1998, na pista coberta, em 2001, e nos nacionais de estrada de 50 km, em 1997, 1998 e 2000.

Pai de três filhos (Pedro, Susana e Ana Carolina) e em vésperas de ser avô, mantém-se como empregado fabril desde há 40 anos, na empresa “Alcatifas da Lousã”.

Ao VIRGÍLIO, conhecido pelo seu companheirismo, entrega e simplicidade, a equipa do blogue «O Marchador» endereça calorosos PARABÉNS.

Campeonatos de atletismo de Mirins, no Brasil

Admilson Pontes (foto do arquivo do Atletismo Entrevista)
e o pódio feminino (foto no facebook de Marta Alencar).
Montagem: O Marchador.
Linara Zancanela da Cunha, da Associação de Atletismo de Blumenau (Santa Catarina), e Admilson Rubens de Pontes, da Organização Funilense de Atletismo (São Paulo), saíram vencedores das provas de marcha de 3.000 metros femininos e de 5.000 metros masculinos integradas na 3.ª edição dos campeonatos brasileiros de atletismo em pista para Mirins (atletas dos 13 aos 15 anos de idade) e disputadas em Porto Alegre, dia 3 de Novembro.

Linara foi cronometrada em 15.39,94, marca próxima do recorde dos campeonatos (15.36,0), com 50 segundos de avanço para a sua mais directa opositora, Debora Natalia dos Santos (16.30,16). Milena Francisca de Souza fechou o pódio um segundo depois da Debora, com 16.31,21.

Admilson dominou a sua prova com mais de 2 minutos sobre o segundo classificado e registou a marca de 26.41,30, recorde dos campeonatos (anterior, 27.06,25, na 1.ª edição, em 2010). Cauê David Joaquim de Oliveira (29.01,28) e Luis Gabriel da Silva (29.31,86) ocuparam as posições seguintes.

A prova feminina contou com o dobro de participantes da masculina, 14 contra 7.

Resultados

3.000 metros femininos
1.ª, Linara Zancanela da Cunha, 1997 (AABLU), 15.39,94
2.ª, Debora Natalia dos Santos, 1997 (ORCAMPI UNIMED), 16.30,16
3.ª, Milena Francisca de Souza, 1997 (GR BARUERI), 16.31,21
4.ª, Marta Alencar da Silva, 1997 (GR BARUERI), 18.06,39
5.ª, Isabela Cristini Menezes dos Santos, 1999 (IEMA), 19.02,15
6.ª, Larissa Santos de Oliveira, 1998 (ADECO), 19.09,64
7.ª, Beatriz Nunes Zorzetti, 1997 (IEMA), 19.19,42
8.ª, Jeniffer Rodrigues de Santana, 1997 (ADECO), 19.21,91
9.ª, Gabrielly Cristina Moreira da Silva, 1998 (IDEAL BRASIL), 19.39,77
10.ª, Leticia Pereira de Santana Vaz, 1998 (C.A.Aramaçan), 19.59,11
11.ª, Bruna Narcizo de Melo, 1999 (FECAM), 20.27,76
12.ª, Michelle Rossoni, 1998 (UCS), 20.41,92
Desclassificadas: Giullia Canali Piaia, 1997 (SINODAL) e Kelyn Zucco, 1997 (UCS).

5.000 metros masculinos
1.º, Admilson Rubens de Pontes, 1997 (ORCAMPI UNIMED), 26.41,30
2.º, Cauê David Joaquim de Oliveira, 1997 (ORCAMPI UNIMED), 29.01,28
3.º, Luis Gabriel da Silva, 1999 (IEMA), 29.31,86
4.º, Frank de Castilho de Souza, 1997 (CURITIBA-SMELJ), 30.11,62
Desclassificados: Pedro Astolpho Stein de Araujo, 1997 (Estação Conhecimento Serra), Luan Henrique de Almeida Ferreira, 1997 (FECAM) e Vantuir Cristovao, 1997 (FME TIMBO).

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Evocando Aires Denis

Na foto: José Dias, Júlia Ribas (esposa de A. Denis),
Aires Denis e Carlos Eufrásio.
Capa/foto de Álvaro Rocha Pires.
No dia 19 de Abril de 1989, um grupo de marchadores (não apenas atletas mas também treinadores, dirigentes e juízes, além de familiares e amigos) reuniu-se num restaurante de Lisboa para prestar homenagem a uma das figuras mais marcantes da história da marcha atlética em Portugal: Aires Denis. A ocasião permitiu o convívio entre os presentes, mas também uma breve intervenção de cada um e a leitura de mensagens chegadas de pessoas que não puderam estar presentes.

Uma vez que as palavras proferidas no local pelos participantes resultaram de improvisos, não ficou qualquer registo do que foi dito. No entanto, as mensagens recebidas em forma escrita foram compiladas por Álvaro Pires, um dos presentes, e autor do texto do encontro, publicadas numa edição do boletim «O Marchador», que o pai do atleta Paulo Pires então coordenava.

No dia em que passa um ano sobre o desaparecimento de Aires Denis, o blogue «O Marchador», herdeiro dessa tradição editorial já com décadas de caminho, republica alguns dos textos então recebidos pela organização da homenagem e lidos durante a sessão. Aqui ficam, pela primeira vez em formato digital, os textos de João Castelo Branco, delegado de Lisboa da Direcção Geral dos Desportos, Jorge Salcedo, secretário-geral da Federação Portuguesa de Atletismo, e Carlos Gomes, atleta e sobrinho do homenageado, com uma introdução por Álvaro Pires, conforme publicado na edição número 8 de «O Marchador», referente a Abril de 1989.


Foi com incontida alegria e inegável orgulho que “O Marchador”, através do seu responsável, se viu inserido na prestação de uma homenagem.

Homenagem justa, sinceramente prestada por atletas, técnicos, dirigentes de clubes desportivos, associativos e federativos, amigos em suma, ao homem a quem, a marcha atlética e todos os que a praticam ou a ela se encontram de qualquer modo ligados, tanto devem: Aires Denis.

Vários oradores, em eloquentes improvisos, ergueram suas vozes transbordantes de sinceridade e entusiasmo, recordando momentos altos vividos com e pelo homenageado desde os primeiros e hesitantes passos da marcha em Portugal até à grata realidade que hoje, indubitavelmente, constitui no panorama do atletismo nacional e internacional.

Das palavras escutadas e, sobretudo, pela forma como foram proferidas, - inúmeras vezes entrecortadas pela emoção sentida-, ressaltaram: a beleza incomparável e ímpar do falar do coração: a força da união dos homens quando irmanados no mesmo querer e, finalmente, a todos os que não tiveram esse previlégio, o verificarem como deve ter sido extraordinário viver tal experiência, ter sido parte integrante de um todo de tão indómita vontade e fé inabalável.

Elogios de toda a espécie, fundamentados e justos na opinião geral, entusiasticamente aplaudidos por todos os presentes, foram feitos à sua personalidade e dedicação á marcha atlética.

De tudo foi “acusado” até de ser “pai” da marcha em Portugal.

Por tal paternidade as felicitações d’ “O Marchador”, pois deve sentir-se extremamente feliz e realizado como “pai” ao verificar que a sua “filha” cresceu, está forte e sadia, certa no caminho a percorrer e de futuro garantido pelos exemplos recebidos.

Finalmente, culminando a já longa, mas sempre prenhe de interesse, série de intervenções, Aires Denis (depois de tanta “pancada” ter recebido) levantou-se e tomou a palavra para com chave de ouro encerrar a sessão.

Sereno, ainda que naturalmente emocionado, em inteligente oração, descreveu-nos em vibrantes palavras, ricas de conteúdo, modestamente, os anos de luta travada para a implantação da marcha no nosso país.

Modestamente, repete-se, pois ao longo da sua dissertação, sempre teve a preocupação de salientar a importância de terceiros no enorme, mas fecundo, trabalho desenvolvido de divulgação e promoção da especialidade, nomeadamente Raymond Jules Ysmal, na fase inicial e certamente a mais difícil e, mais tarde, os irmãos Dias, e tantos outros, como praticantes e colaboradores de real valor até ao presente.

Do “nada” aos Jogos Olímpicos, - da utopia ao inconcebível de atingir -, obra de que muito se deve orgulhar.

Na sua opinião, acentuou, para tal objectivo ser conseguido, foi decisiva a contribuição em esforço, dedicação, força de vontade, espírito de sacrifício, capacidade de sofrimento e superioridade psicológica dos atletas.

Aires Denis reconhece-o pois, atleta como é, sente na pele o seu sentir.

Os seus nobres exemplos frutificaram!

Criaram indestrutíveis raízes!

Proveitosa lição recebemos com as suas palavras, sombra da grandeza das suas acções.

A vigorosa e expontânea salva de palmas recebida, - todos os presentes em pé -, certamente jamais esquecerá.

O ambiente de amizade e calor humano com que se viu rodeado, indelevelmente marcado ficará em sua mente e em seu peito.

Os presentes recebidos, pelo seu significado lembrar-lhe-ão o reconhecimento da grande família da marcha por tudo quanto lhes deu até aqui, generosa e desinteressadamente.

Os abraços de felicitações, o quanto essa grande família ainda espera do seu patriarca nos longos e saudáveis anos que lhe deseja de vida.

Bem-haja Aires Denis!

Por si e consigo, em sintonia de sentimentos, vivemos mais uma grandiosa jornada de marcha atlética!

* * * * * * * * * * *

Foram várias as entidades que enviaram mensagens, por impossibilidade de estarem presentes, e por não quererem deixar de expressar as suas felicitações e o seu reconhecimento pelo valor da tarefa desempenhada pelo homenageado a bem do atletismo e, em especial, da marcha atlética nacional.

J. Castelo Branco
Delegado da Direcção-Geral de Desportos

Acusando a recepção do vosso amável convite, apresento a V.Exas. as minhas desculpas pela impossibilidade de estar presente em tão justa homenagem, uma vez que estarei ausente do país naquela data.

Não posso, no entanto, deixar de apresentar as minhas felicitações a quem reconheço ter sido um grande impulsionador da Marcha Atlética, o que só foi possível através de um enorme e persistente esforço, o que tanto contribuiu para a implementação da modalidade a nível nacional.”


Jorge Salcedo
Secretário-Geral da Federação Portuguesa de Atletismo

Telegrama:

“Impossível comparecer merecidíssima festa de homenagem por estar ausente no Porto.

Espero, para bem do atletismo português, continue a honrar-nos com a sua colaboração, e a dedicar à modalidade que escolheu, o mesmo amor com que a tem brindado até hoje.

Um grande abraço.

Jorge Salcedo.”


Carlos Gomes
Mensagem a ser lida por ocasião da homenagem a Aires Denis em 22 de Abril de 1989

Sr. Aires Denis

Colegas

Amigos

Na impossibilidade de estar presente nesse jantar-convívio de homenagem a Aires Denis, a quem me unem além de laços de amizade, fraternos laços de sangue de que muito me orgulho, não poderia deixar de me associar a tal iniciativa, em boa hora pensada e melhor concretizada.

Homenagear Aires Denis é, naturalmente, demonstrar o apreço por quem, a partir do zero, trabalhou para implementar e desenvolver no nosso país uma disciplina do atletismo que, em menos de 15 anos, já deu a Portugal três finalistas olímpicos e muitos outros atletas internacionais. E, estou certo, continuará a dar, tal como continuará a ser dada a importante ajuda de Aires Denis. Com este desejo penso partilhar o sentimento de todas as pessoas ligadas à Marcha Atlética, particularmente as de Coimbra, cidade que viu nascer o nosso homenageado.

Para Aires Denis, meu tio, fica um forte abraço de agradecimento pelo trabalho prestado e a prestar à nossa disciplina olímpica do atletismo que, espero, possa continuar a evoluir de acordo com os sonhos de Aires Denis, sempre sonhador, mas sempre lúcido.

Coimbra, 19 de Abril de 1989

Carlos Gomes

domingo, 11 de novembro de 2012

Emigrante Luís Correia ganha prémio na Suíça

Luís Correia, do CM Cour Lausanne.
Foto: Jerôme Genet.

O atleta português Luís Correia, há vários anos radicado na Suíça, foi o vencedor da edição deste ano da Taça da Suíça de Marcha Atlética, uma organização da Associação de Desporto e Cultura dos Correios da Suíça.

Esta associação reúne 73 associações culturais e desportivas e engloba cerca de 4.000 membros, na sua esmagadora maioria trabalhadores de duas das grandes empresas do país, a Swiss Post e a Suisscom.

Luís Correia, de 34 anos, distinguiu-se na especialidade, nos anos oitenta, enquanto junior, representando o Clube União Artística Benaventense, e foi atleta internacional por duas vezes, representando a seleção nuns campeonatos europeus e mundiais de juniores. Na Suíça, tem participado, com regularidade, nas principais competições internas daquele país, com resultados relevantes.

Compilada que foi a pontuação dos atletas participantes nas provas integradas no evento, o português, que representa o CM Cour Lausanne, recolheu 2.170 pontos, seguido dos suíços Cédric Hugi (988) e Kaufmann Urs (946). A sua companheira de clube, Corinne Henchoz, foi a vencedora no setor feminino.

sábado, 10 de novembro de 2012

100 mil visitantes


O Blogue «O Marchador» atingiu esta sexta-feira, 9 de Novembro de 2012, pelas 19h50, a bonita marca dos 100 mil visitantes. A equipa do blogue agradece a todos os leitores a atenção dispensada ao longo destes últimos 25 meses e espera poder contar com a visita de cada vez mais adeptos da marcha atlética.

Obrigado!

A equipa de «O Marchador»

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Heather Lee com recorde do mundo W85 em Gold Coast, Queensland (AUS)

Heather Lee em iniciativa no combate ao cancro.
Em baixo, fase inicial da prova de 5.000 m.
Fotos: Kylie Pitt (arquivo) e a partir de vídeo.
A australiana Heather Lee, de 86 anos de idade, do estado de Nova Gales do Sul, foi uma das grandes figuras dos Jogos do Pacífico para atletas veteranos, realizados em Gold Coast, Queensland, cujas provas de marcha tiveram lugar nos dias 3, 4 e 5 do corrente mês, ao bater o recorde do mundo do seu escalão (W85) na distância dos 5.000 metros em pista, com 40.06,97 (92.85 %), melhorando em 6 segundos a anterior marca que pertencia à sueca Aina Engberg (40.13,37) desde 2008.

Heather venceu ainda as provas dos 3.000 metros em pista e os 10 km em estrada, registando as marcas de 23.24,89 (90.34 %) e 1.21.17 (expressivos 99.50 %).

Os marchadores de Queensland, Ignacio Jimenez, M45 (5.000 m, 24.09,42/10 km, 50.53/3.000 m, 13.56,90) e Nyle Sunderland, W45 (29.44,27/1.01.11/17.19,56) obtiveram as melhores marcas de entre todos os participantes dos vários escalões etários.

Referências ainda para atletas que obtiveram marcas com cotação superior a 85% no desempenho por idade, nomeadamente, Christiane Dauphinet (W80), 1.23.07 (88.45 %) aos 10 km, Peter Bennett (M55), 25.07,95 (85.94 %) aos 5.000 metros e 51.58 (85.39 %) aos 10 km, e Patrick Sela (M70), 1.02.38 (85.44 %) aos 10 km.

O evento contou ainda com a inclusão de actividade não competitiva designada por “Power Walking” na distância de 5 km, com a atribuição de certificados de participação.

Voltando a Heather Lee, a nova recordista mundial, uma última nota para mencionar que apenas em 2011 se iniciou na prática da marcha atlética, bem como a sua intervenção e associação a várias iniciativas na luta contra o cancro, ela que perdeu o marido com a doença e que tem vários amigos que se debatem com o mesmo mal. Veja um pequeno vídeo publicado no YouTube denominado “Heather Lee Gets Real”, aqui.

Vencedores das provas de marcha/escalões:

5.000 metros marcha - pista (3 Nov.)

Femininos
W40: Rhonda Neill, W40 (Qld), 46.38,17 - 44.07 %
W45: Nyle Sunderland, W45 (Qld), 29.44,27 - 71.92 %
W50: Kay Shaw, W53 (Qld), 31.07,19 - 73.75 %
W55: Nancy Lloyd, W58 (Nsw), 36.48,20 - 65.66 %
W60: Susan Hoskin, W61 (Nzl), 31.04,95 - 80.44 %
W70: Noela McKinven, W70 (Qld), 38.45,27 - 72.72 %
W80: Christiane Dauphinet, W81 (Qld), 40.31,16 - 84.27 %
W85: Heather Lee, W85 (Nsw), 40.06,97 - 92.85 %
Masculinos
M40: Franz Kropik, M44 (Áustria), 27.12,20 - 71.75 %
M45: Ignacio Jimenez, M47 (Qld), 24.09,42 - 82.79 %
M50: Simon Evans, M52 (Vic), 24.59,72 - 83.44 %
M55: Peter Bennett, M56 (Qld), 25.07,95 - 85.94 %
M65: Trevor Mayhew, M66 (SA), 29.10,92 - 81.88 %
M70: Patrick Sela, M73 (Qld), 35.24,92 - 73.47 %
M80: Ronald Johnson, M80 (Nzl), 36.34,57 - 78.64 %

10 km marcha - estrada (4 Nov.)

Femininos
W45: Nyle Sunderland, W45 (Qld), 1.01.11 - 72.43 %
W50: Kay Shaw, W53 (Qld), 1.08.05 - 70.23 %
W55: Nancy Lloyd, W58 (Nsw), 1.19.06 - 63.91 %
W60: Susan Hoskin, W61 (Nzl), 1.04.50 - 80.89 %
W70: Noela McKinven, W70 (Qld), 1.21.06 - 73.58 %
W80: Christiane Dauphinet, W81 (Qld), 1.23.07 - 88.45 %
W85: Heather Lee, W85 (Nsw), 1.21.17 - 99.50 %
Masculinos
M40: Franz Kropik, M44 (Áustria), 59.24 - 67.61 %
M45: Ignacio Jimenez, M47 (Qld), 50.53 - 80.84 %
M50: Simon Evans, M52 (Vic), 52.24 - 81.82 %
M55: Peter Bennett, M56 (Qld), 51.58 - 85.39 %
M65: Graham Harrison, M69 (SA), 1.01.26 - 82.74 %
M70: Patrick Sela, M73 (Qld), 1.02.38 - 85.44 %
M80: Colin Silcock-Delaney, M80 (Vic), 1.19.56 - 74.26 %

3.000 metros marcha - pista (5 Nov.)

Femininos
W45: Nyle Sunderland, W45 (Qld), 17.19,56 - 72.28 %
W50: Kay Shaw, W53 (Qld), 18.03,53 - 74.21 %
W55: Nancy Lloyd, W58 (Nsw), 22.12,13 - 63.38 %
W60: Susan Hoskin, W61 (Nzl), 18.07,14 - 80.21 %
W70: Noela McKinven, W70 (Qld), 23.06,89 - 70.40 %
W80: Christiane Dauphinet, W81 (Qld), 23.48,25 - 81.91 %
W85: Heather Lee, W85 (Nsw), 23.24,89 - 90.34 %
Masculinos
M40: Franz Kropik, M44 (Austria), 15.12,53 - 75.38 %
M45: Ignacio Jimenez, M47 (Qld), 13.56,90 - 84.23 %
M50: Simon Evans, M52 (Vic), 14.41,45 - 83.42 %
M55: Christopher Worsnop, M55 (Vic), 20.20,30 - 61.86 %
M60: John Graham, M62 (Vic), 20.38,67 - 65.19 %
M65: Trevor Mayhew, M66 (SA), 17.02,49 - 82.43 %
M70: Patrick Sela, M73 (Qld), 21.15,04 - 71.93 %
M80: Ronald Johnson, M80 (Nzl), 22.07,93 - 76.24 %