quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Pastorini quer equipa etíope forte nos Jogos de Tóquio

Pietro Pastorini e o seu novo desafio na Etiópia.
Foto: Jérôme Genet. Montagem: O Marchador
Personalidade das mais renomadas no mundo da marcha atlética, o treinador italiano Pietro Pastorini iniciou novo desafio profissional ao integrar a equipa técnica da selecção de atletismo da Etiópia. O objetivo é o de apresentar uma equipa competitiva de marcha daquele país nos próximos Jogos Olímpicos de Tóquio (2020) e de contribuir para a formação de novos treinadores etíopes da especialidade.

A caminho dos 80 anos, que cumprirá em 10 de Abril do próximo ano, Pietro Pastorini põe assim uma experiência de quase 40 anos como treinador à disposição de um país que procura afirmar-se na marcha com a mesma qualidade com que o tem feito há décadas nas corridas de fundo.

Em declarações ao jornal italiano «La Provincia Pavese», Pastorini explica ter sido convidado por um emissário da federação etíope que lhe ofereceu uma oportunidade extraordinária: «Isto demonstra como é valorizada a minha experiência internacional e como ainda é lembrado o meu trabalho de divulgação feito em Itália num sector do atletismo altamente técnico como é a marcha. Foi, portanto, uma oferta que me lisonjeou e que não poderia recusar.»

Com os pormenores contratuais ainda em fase de definição, Pastorini não deverá instalar-se a tempo inteiro no país do Corno de África, onde passará períodos de duas semanas orientando treinadores e atletas, alternando com fases de regresso à sua Lomello natal, onde mantém o compromisso de treinar as irmãs suíças Laura e Marie Polli e o jovem italiano Stefano Chiesa.

«Chiesa é uma grande promessa, é uma aposta minha com vista aos Jogos de Tóquio. Não posso atraiçoar-lhe o mais belo dos sonhos e por isso aceitei a incumbência de orientar a equipa técnica da Etiópia com a condição de ter tempo para seguir em Itália o desenvolvimento de Chiesa.»

A idade, essa parece não incomodar o treinador italiano, uma referência da marcha internacional, com seis Jogos Olímpicos a acompanhar atletas seus e ainda estes últimos do Rio de Janeiro como comentador da RAI. Mas logo lhe saltam as queixas: «Alguém na estrutura federativa da marcha negou o meu valor e o de outros treinadores históricos, pondo-nos de parte. As melhores respostas chegam com este meu compromisso pessoal e com aquele que assumiu com a selecção chinesa o grande Sandro Damilano, de quem fui colaborador na selecção durante quase dez anos.»

Sobre Alex Schwazer, tem uma opinião bem clara: «Tive com ele uma excelente relação técnica e afectiva. É uma autêntica máquina de marchar. Não compreendo o que se passou. Ele não tinha necessidade nenhuma daquilo. Talvez se tenha rodeado de pessoas que não merecem confiança. A verdade é que, com o Alex, o atletismo perdeu um verdadeiro campeão, tão forte quanto frágil.»

Quanto à aventura etíope, terá início logo que estejam ultimados os pormenores do contrato. Levar a marcha a África será a nova missão de Pietro Pastorini, o homem de Lomello que forjou dezenas de campeões e ofereceu à selecção italiana 14 medalhas em grandes competições internacionais.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Kuster bate recorde de França sub-18 em Bar le Duc

David Kuster em Bar le Duc e com a medalha de bronze em Tbilisi.
Fotos: fb DD Casale e D. Kuster
Montagem: O Marchador
O jovem internacional francês David Kuster, de 17 anos de idade, estabeleceu um novo recorde do seu país na categoria de sub-18 ao registar 42.56,8 aos 10.000 metros, prova que teve lugar no meeting e critério de marcha de pista em Bar le Duc, na região de Lorraine (11 de Setembro).

A marca agora estabelecida melhora em quase 2 minutos o anterior recorde nacional que estava na posse de Jean Blancheteau, com 44.47,5, obtido em Saran-2013.

Kuster, promissor atleta do Pays de Colmar Athlétisme/ C.S.L Neuf-Brisach, na região da Alsácia, já se tinha destacado pela obtenção da medalha de bronze nos Campeonatos da Europa de sub-18 em Tbilisi, na Geórgia (16 de Julho), tendo ainda participado nos 10 km sub-20 do campeonato mundial de selecções em Roma (29.º, 43.42) em Maio passado.

O evento em Bar le Duc foi maioritariamente participado por veteranos, com Christophe Erard, M45 (ASM Bar le Duc), segundo classificado nos 10.000 m masculinos, com 54.44,6, e Marie-Astrid Monmessin, W50 (ES Thaon), a vencedora feminina em igual distância, com 54.43,5, a serem os melhores classificados da liga de Atletismo de Lorraine.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Žiūkas e Virbalytė vencedores em Druskininkay

A partida, Marius Žiūkas destacado, a benfiquista Kristina Saltanovic
e a premiação feminina com Brigita Virbalytė ao centro.
Fotos: Gintaro Grigo/Lengvoji. Montagem: O Marchador
Marius Žiūkas, com 41.52, e Brigita Virbalytė, com 45.33, triunfaram nas principais provas de 10 km da 24.ª edição da marcha internacional de Druskininkay, evento realizado no passado sábado (10/9). Em simultâneo foram disputados os campeonatos nacionais da Lituânia sobre a distância, tendo ambos os atletas acumulado pela 6.ª vez os respectivos títulos.

Na prova masculina, Žiūkas registou na meta uma diferença de 35 segundos para o seu principal opositor, na circunstância Genadij Kozlovskij, segundo classificado (42.27), tendo Artur Mastianica (42.50) ocupado a terceira posição.

Já na prova feminina, o avanço de Virbalytė foi mais significativo, de 1 minuto e 7 segundos, sobre Živilė Vaiciukevičiūtė (46.40) que na parte final alcançaria a segunda posição à frente da letã Agnese Pastare (46.44).

Os principais atletas lituanos têm agora prevista a participação na Volta ao Lago Taihu (China) competição composta por 4 etapas a decorrer de 25 a 28 deste mês.

De referir ainda a participação em Druskininkay da benfiquista Kristina Saltanovic, detentora de 9 títulos nacionais de 10 km, mas desta vez como veterana (M40) e em prova de 5 km, registando em regime de férias a marca de 24.54.

Participaram 119 atletas nas várias categorias etárias, nacionais e estrangeiros, estes oriundos da Polónia, Letónia, Bielorrússia e Portugal.

Uma nota triste para a ausência de Tadas Šuškevičius em virtude do falecimento do seu pai, dois dias antes da prova se realizar. A Tadas e à família, o blogue O Marchador expressa as suas condolências.

Classificações
10 km masculinos
1.º, Marius Žiūkas (1985), 41.52
2.º, Genadij Kozlovskij (1991), 42.27
3.º, Artur Mastianica (1992), 42.50
4.º, Marius Šavelskis (1994), 43.56
5.º, Darius Jezepčikas (1980), 45.48
6.º, Edgars Gjačs - Letónia (1993), 46.04
7.º, Kamil Komarowski (1995), 46.08
8.º, Robert Goławski - Polónia (1998), 49.15
Desistentes: Arnoldas Budrys (1996) e Raivo Saulgriezis - Letónia (1994).
Descclassificados: Ruslans Smolonskis - Letónia (1996) e Kacper Kosecki – Polónia (1997).

5 km femininos
1.ª, Brigita Virbalytė (1985), 45.33
2.ª, Živilė Vaiciukevičiūtė (1996), 46.40
3.ª, Agnese Pastare – Letónia (1988), 46.44
4.ª, Monika Vaiciukevičiūtė (1996), 48.00
5.ª, Emilia Gręziak – Polónia (1998), 55.39

domingo, 11 de setembro de 2016

Martinho Nobre dos Santos: referência da arbitragem brasileira

Martinho Nobre dos Santos e o juramento no Rio 2016.
Em nome de todos os árbitros e oficiais de arbitragemprometo que vamos atuar nestes Jogos Olímpicos com total imparcialidade, respeitando e cumprindo as normas que nos regem, dentro do verdadeiro espírito desportivo”. Foram estas as palavras proferidas solenemente por Martinho Nobre dos Santos, no momento do seu juramento, pegando na bandeira olímpica que, momento antes, fora içada no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Foi em 1972 nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sapporo, no Japão que, pela primeira vez, os árbitros prestaram o juramento através de um seu ilustre representante, escolhido pelo país organizador. Nos Jogos de Munique, o juramento foi prestado pelo árbitro de desportos equestres, Heinz Pollay.

Martinho Nobre foi o segundo árbitro do atletismo a prestar o juramento nuns Jogos Olímpicos depois do canadiano Maurice Fauget, nos Jogos de Montreal, em 1976. Superintendente Técnico da Confederação Brasileira de Atletismo, foi o maior responsável, na área do atletismo, pela gestão do trabalho realizado pelos mais de duzentos árbitros que atuaram nos Jogos, vindos de todos os Estados do Brasil. O desempenho da função foi reconhecido como de grande competência. O trabalho do árbitro brasileiro prossegue agora nos Jogos Paralímpicos.

O seu currículo é invejável e digno dos melhores elogios. Chefiou as delegações do atletismo brasileiro nos sete Jogos Olímpicos realizados entre 1988 a 2012 e, de permeio, foi Delegado Técnico, nomeado pela IAAF, para os campeonatos mundiais de Sub-18, realizados em Cali, na Colômbia. É o principal responsável na CBAt pela organização de eventos nacionais e internacionais disputados no seu país.

Formado em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em Curitiba, Martinho Nobre era o presidente da Federação de Atletismo do Paraná (cargo exercido de 1983 a 1990) quando, em 1988, em Seul, assistiu aos seus primeiros Jogos Olímpicos. Nasceu em 1955, no Bairro do Ceboleiro, em Rolândia, no Paraná. De uma família de 7 irmãos, o seu pai, João dos Santos, era português. Cresceu em Curitiba, capital do Estado do Paraná, para onde a família se mudou. Desde jovem, tomou o gosto pelo atletismo, chegando mesmo a integrar a seleção da sua cidade natal, na década de 80, competindo na disciplina do lançamento do disco.

Pelo atletismo, Martinho tem viajado bastante. Com residência oficial em Manaus (a CBAt teve aí a sua sede entre 1994 a 2013, no tempo da presidência de Roberto Gesta de Melo), mudou-se em 2013 para S. Paulo, onde está sediada a sede da Confederação, presidida atualmente por Toninho Fernandes. Não escondendo os seus desejos de regressar, um dia,  à terra que o viu nascer, Martinho Nobre pensa “aligeirar” as suas atividades profissionais neste “corre-corre” que lhe deixa pouco tempo livre no plano pessoal, como o próprio, há algum tempo reconheceu publicamente.

Nota: foto a partir de imagem televisiva gentilmente enviada por Nilton Ferst.

sábado, 10 de setembro de 2016

Taça da Rússia de Marcha Atlética

Imagens: 35 km, Dementyev Cheparev (dorsal 2) e Sergey Sharipov;
20 km masc., Petr Bogatyrev (6), Aleksey Golovin (128) e Stanislav
Emelyanov (5); 20 km fem., Tatyana Mineyeva. Ainda individualidades
várias entre as quais Yuriy Borzakovskyi, o responsável técnico russo.
Fotos: Região de Kostroma e Logos44
Montagem: O Marchador
No último fim-de-semana teve lugar em Kostroma, região central da Rússia, a Taça de Marcha, disputada, no que respeita ao escalão sénior, nas distâncias de 20 km masculinos e femininos, e de 35 km masculinos, competições que se realizaram no belo cenário arquitetónico da principal praça da cidade, e às quais assistiu Yuriy Borzakovskyi, o diretor-técnico nacional, antigo campeão olímpico dos 1500 metros.

Nos 20 km masculinos, Petr Bogatyrev, que no passado teve problemas com o doping, triunfou com a marca de 1.21.50, muito “apertado” por Stanislav Emelyanov, com 1.21.57, outro atleta que viu serem-lhe retirados os títulos obtidos no Europeu de Barcelona (2010) e na Taça da Europa de Olhão (2011), e que dominou a nível europeu e mundial nos escalões de sub-18 e sub-20, no período de 2007 a 2009. O terceiro lugar do pódio, a grande distância dos dois primeiros, foi ocupado por Aleksey Golovin, com 1.24.01.

Nos 20 km femininos, Tatyana Mineyeva, que foi campeã mundial de sub-20 e europeia sub-23, e que também não escapou às malhas do doping, impôs-se à concorrência com uma clara vitória. Terminou em 1.31.42. As segunda e terceira posições do pódio foram ocupadas por atletas do escalão Sub-23, Sofiya Brodatskaya, com 1.32.02, e Olga Shargina, com 1.32.22.

Nos 35 km masculinos, Dementyev Cheparev, com 2.28.49, Sergey Sharipov, com 2.29.56, e Sergey Korepanov, com 2.44.00, asseguraram os três primeiros lugares do pódio.

Nos 10 km sub-20, foram vencedores Vasiliy Mizinov, com 39.59 e Yuliya Turova, com 45.54. Nos sub-18, vitórias de Ivan Boyarkin, com 42.52 nos 10 km, e de Ekaterina Gorshenin, com 22.39 nos 5 km.

Apesar do surto epidémico de casos de doping verificados no atletismo russo e que na marcha atlética foram especialmente notados os atletas treinados por Victor Chegin, entretanto banido, em março deste ano, de toda a atividade desportiva, a especialidade naquele país continua a denotar enorme potencial, por via da aposta das suas autoridades desportivas no recrutamento, em estabelecimentos de ensino, dos jovens com qualidades intrínsecas para a sua prática, aliado às instalações de excelência (centros de alto rendimento) direcionados unicamente para este vetor específico do atletismo.

Resultados completos, aqui.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Campeonatos de 20 km em Douglas, Ilha de Man – resultados

A premiação em Douglas, com Jayne Farquhar, Erika Kelly,
Guy Thomas, Heather Lewis, Paul de Meester e Tony Edwards.
Foto: Manx Harriers. Montagem: O Marchador
Os internacionais britânicos Guy Thomas e Heather Lewis destacaram-se na visita a Douglas (em manês Doolish), a capital e maior cidade da Ilha de Man, por ocasião dos campeonatos «Manx» abertos de 20 km marcha realizados no dia 4 de Setembro.

Guy Thomas, atleta sub-20 do Tonbridge A.C., foi o primeiro a cortar a meta, registando 1.30.17 h em auspiciosa estreia na distância olímpica, com parciais em cada 5 km de 22.10, 22.05, 22.15 e (difíceis) 23.47. Tem como melhores marcas pessoais nos 10 km, 42.28,20 em pista (Bedford) e 42.55 em estrada (Roma), registos obtidos este ano.

Heather Lewis, representado o Pembrokeshire, foi a primeira do sector feminino e segunda na geral, com 1.39.29 h (24.04-24.55-25.29-25.01), a sua melhor marca na presente temporada e próxima do seu melhor de sempre (1.39.03 em Lugano-2015).

Erika Kelly (Northern A.C., 1.59.27) e Tony Edwards, M50 (Manx Harriers, 2.04.27), foram os melhores marchadores locais, 3.ª e 5.º na geral masc./fem., enquanto pelo meio se classificava o norte-americano oriundo de San Francisco, Paul de Meester, M55 (2.03.43).

O evento incluiu ainda outras provas de diferentes distâncias (10 km, 5 km e 1 km).

Classificação dos 20 km
1. Guy Thomas, sub-20 (Tonbridge A.C.), 1.30.17
2. Heather Lewis, sénior (Pembrokeshire Harriers), 1.39.29 - fem.
3. Erika Kelly, sénior (Northern A.C.), 1.59.27
4. Paul de Meester, M55 (San Francisco - USAT&F), 2.03.43
5. Tony Edwards, M50 (Manx Harriers), 2.04.27
6. Jayne Farquhar, W45 (Manx Harriers), 2.13.30 - fem.
7. Louise Hollings, W35 (Isle of Man Veterans), 2.20.16 - fem.
8. Ian Callister, M60 (Manx Harriers), 2.24.55
Desistente:  Rebecca Collins, sénior (North Down) - fem.
Desclassificado:  David Walker, M40 (Manx Harriers).

O «website» do Manx Harriers apresenta um artigo e as classificações completas aqui.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

«Finnkampen» 2016 em Tampere – resultados

O trio masculino da Suécia, com A.Ibañez, P.Karlström e A.Hansson,
e os finlandeses Enni Nurmi, vencedora nos 5.000 m femininos, e
Jarkko Kinnunen. Fotos: Instagram perseuskarlstrom, walkespoo e
fb Mikko MJ Pitkänen. Montagem: O Marchador
Perseus Karlström, da Suécia, e a sub-20 Enni Nurmi, da Finlândia, foram os vencedores individuais das provas de marcha em pista, realizadas no passado dia 3, do tradicionalíssimo encontro anual entre os dois países que desta vez teve lugar na cidade finlandesa de Tampere. Finlândia levou a melhor na classificação colectiva da disciplina (24-16).

Na prova masculina de 10.000 metros, Karlström obteve mais uma vitória no certame (a sua quarta consecutiva) e registou 41.30,16, cortando a meta 6 segundos antes do finlandês Jarkko Kinnunen, com 41.36,48, na segunda posição. Ainda antes do cronómetro marcar os 42 minutos, terminou na terceira posição o sueco Anders Hansson, com 41.59,20, novo recorde pessoal (antes 42.18,43). A pontuação colectiva da prova determinou 11-8 a favor da Suécia.

Na prova feminina de 5.000 metros, o pódio foi completamente preenchido por atletas da Finlândia e todas com novos recordes pessoais. Foram elas Enni Nurmi, com 22.34,59 (antes 23.08,09), Elisa Neuvonen, com 23.07,59 (antes 23.40,62) e Hele Haapaniemi, com 23.21,56 (antes 23.35,54), todas elas com novos recordes pessoais. Disso se reflectiu a pontuação por pontos, com a Finlândia a obter 16 contra 5 da sua rival.

Como referido, na soma da pontuação masculina e feminina das provas de marcha, triunfou a Finlândia. Já no cômputo geral do atletismo, foi a Suécia que venceu em masculinos (210-200) e femininos (213-197).

Classificações
10.000 m masculinos
1.º, Perseus Karlström, 1990 (Suécia), 41.30,16
2.º, Jarkko Kinnunen, 1984 (Finlândia), 41.36,48
3.º, Anders Hansson, 1992 (Suécia), 41.59,20
4.º, Elmo Koivunen, 1994 (Finlândia), 42.35,00
Desclassificados: Anatole Ibañez, 1985 (Suécia) e Aleksi Ojala, 1992 (Finlândia).

5.000 m femininos
1.ª, Enni Nurmi, 1998 (Finlândia), 22.34,59
2.ª, Elisa Neuvonen, 1991 (Finlândia), 23.07,59
3.ª, Hele Haapaniemi, 1993 (Finlândia), 23.21,56
4.ª, Monica Svensson, 1978 (Suécia), 23.51,16
5.ª, Ellinor Hogrell, 1968 (Suécia), 27.33,79
Desclassificada: Siw Karlstöm, 1957 (Suécia).

Colaboração: Birger Falt/Svenska Gang

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Campeonatos da Suíça com triunfos transalpinos

Os vencedores Stefano Chiesa (dorsal 15) e Lidia Barcella (27), nos
20 km, Pietro Zabbeni (14) e Nicole Colombi (26) nos 10 km, e os
campeões suíços Corinne Henchoz e Patrick Gavillet, nos 20 km.
Fotos: Jérôme Genet. Montagem: O Marchador
Tiveram lugar este domingo, em Yverdon-Les-Bains, junto ao magnífico Lago de Neuchatel, os campeonatos da Suíça de marcha, na distância de 20 km, com os títulos nacionais a serem atribuídos aos atletas do CM Cour Lausanne, Patrick Gavillet (M45), nos homens, o terceiro classificado da geral, com a marca de 1.56.16, e Corinne Henchoz (W50), nas senhoras, a segunda classificada, com o tempo de 2.01.22.

Com uma temperatura agradável, a rondar os 15 graus centígrados, a participação de atletas estrangeiros deu um maior colorido à competição, registando-se a presença de atletas de França (8), da Itália (5), e da Bélgica (2). Foram os italianos que mais se evidenciaram, com a vitória a sorrir, na prova masculina, a Stefano Chiesa, sub-23 (ACT Pavia), com o tempo de 1.27.21 e, no setor feminino, a Lidia Barcella, sub-20 (A.Brescia), em 1.47.43.

Nos 10 km, os italianos Pietro Zabbeni, sub-20 (Atletica Brescia), com 44.43 na prova masculina, e Nicole Colombi, sub-18 (Atletica Bracco), com 50.14 na prova feminina superiorizaram-se à concorrência. Notou-se a ausência das mais credenciadas  marchadoras helvéticos da atualidade, as irmãs Polli que, após um processo desgastante de tentativas de obtenção dos mínimos olímpicos, preferiram alongar o período de repouso. O emigrante português Luís Correia, outro dos «habitués» nas primeiras posições das provas helvéticas, não se encontra em bom momento de forma, muito devido a motivos profissionais, com a procura de um novo emprego. Desistiu logo nos primeiros quilómetros da prova dos 20.

Se bem que atualmente a Suíça não esteja na vanguarda da marcha atlética, é um país com história nos Jogos Olímpicos. O atletismo helvético, só à conta desta especialidade, alcançou 4 medalhas, mais que o conjunto de todas as outras. Os Jogos de 1936 (1), 1948 (2), e 1952 (1), foram marcantes com a curiosidade de, em Berlim (1936), Arthur Tell Schwab ter ganho a medalha de prata nos 50 km marcha e, anos mais tarde, o seu filho Fritz ter ido ao pódio nos Jogos de Londres (1948), medalha de bronze, e nos de Helsínquia (1952), medalha de prata, provas então disputadas também na distância de 10.000 metros.

Finalmente, uma referência especial para dois oficiais que integraram a equipa de juízes nos campeonatos suíços: Dominique Ansermet, antigo elemento do painel internacional que, entre outras competições, atuou nos Jogos do Mediterrâneo, em Túnis, e foi assistente do juiz-chefe nos europeus de Zurique, em 2014, e Frédéric Bianchi, membro do painel de especialistas da IAAF e com várias competições de topo no seu currículo, entre as quais a dos Jogos de Pequim, prova na qual exerceu a função de juiz-chefe.

Os resultados completos podem ser consultados aqui.

Uma galeria de fotos de Jérôme Genet pode ser apreciada aqui.

Colaboração: Emmanuel Tardi

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Experiência Olímpica

José Dias, Jorge Salcedo, Samuel Lopes, Luís Figueiredo e Nilton Ferst.
Foto: Fernando Hollanda Junior. Montagem: O Marchador
Por Nilton Cesar Ferst

Foi sem dúvida uma das experiências mais marcantes em minha carreira como árbitro. Os XXXI Jogos Olímpicos realizados em meu país e trabalhando junto com uma equipe de árbitros nacionais e oficiais técnicos internacionais da mais alta competência. A completar 30 anos como árbitro em 2017 e desde 2000 como Oficial Técnico Internacional (NII na Marcha e em Pista/Campo), ser convocado pela IAAF para atuar na Marcha Atlética como Assistente ao Árbitro Chefe, na companhia de outros grandes árbitros internacionais de marcha, foi um prêmio, foi o reconhecimento por todos esses anos na pista.

Foram dias cansativos para todos, mas de muita troca de experiência. Seriam muitos nomes a citar, a fazer referência, a agradecer, mas vou mencionar alguns, que tive o privilégio de trabalhar junto. Em comum entre todos, a língua natal, o português. Destes, quatro portugueses e um brasileiro.

José Júlio Dias (Portugal), Árbitro Internacional de Marcha Atlética de grande experiência que conheci em 2006, e desde então temos sempre conversado sobre a Marcha;

Jorge Salcedo (Portugal), nomeado para os Jogos como Delegado Técnico, que é o presidente do Comité Técnico da IAAF e ainda membro do Conselho da Associação Europeia, profundo conhecedor das Regras técnicas do Atletismo, que com sua experiência nos transmite segurança e confiança;

Samuel Silva Lopes (Portugal), nomeado como Oficial Técnico Internacional, que atuou, junto comigo, como Árbitro de Vídeo. Foram vários momentos durante os jogos que tivemos, juntos aos representantes dos países e ao Júri de Apelação, que demonstrou conhecimento das regras técnicas com auxílio da tecnologia;

Luís Figueiredo (Portugal), nomeado como Árbitro Internacional de Partida, que nos momentos que o vi atuando, somente pelas imagens de vídeos, demonstrou seriedade e experiência na função que estava.

Acredito que o conhecimento deve ser compartilhado e não guardado. E isso aconteceu em português.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Os marchadores espanhóis nos Jogos do Rio

Beatriz Pascual na liderança ao lado da mexicana Guadalupe
González e logo atrás a sua colega Raquel González.
Foto: Jeff Salvage; Montagem: O Marchador
Por Joan Pelayo

20 km masculinos
Miguel Angel López, o actual campeão mundial e europeu, não esteve nos seus dias. Quando as hostilidades foram abertas não estava nos lugares da frente, ainda que depois tivesse subido na classificação. Com parciais a rondar os oito minutos em cada dois mil metros, ao quilómetro 15 já nada podia fazer. O seu esforço final permitiu-lhe chegar ao 11.º lugar. A qualidade do murciano é enorme e, apesar de não ter chegado ao pódio olímpico, no próximo ano estará entre os primeiros nos campeonatos do mundo de Londres. Terminou com 1.20.58 h.

Alvaro Martín competiu com enorme valentia. O vencedor deste ano em Rio Maior resistiu no grupo da frente até aos 16 quilómetros (passou em 10.º). O esgotamento e a qualidade dos adversários fizeram que acabasse no 22.º lugar. Com 22 anos, Alvaro já competiu em dois Jogos Olímpicos, pelo que tem um enorme futuro pela frente. O tempo de Martín foi de 1.22.11 h.

Francisco Arcilla sofreu muito ao longo dos 20 km. Foi a coragem que lhe permitiu chegar ao fim, numa prova que não é a sua, uma vez que se trata de um especialista na distância superior. Arcilla ganhou o lugar na equipa olímpica deixando de fora, entre outros, Diego García e Luís Amezcúa. A marca de 1.27.50 h permitiu-lhe entrar no 50.º posto.

20 km femininos
Beatriz Pascual alcançou o seu terceiro diploma olímpico. A discípula de Josep Marín foi de grande valentia, tendo chegado a liderar a prova numa fase inicial. Esteve sempre entre as dez primeiras e na parte final ainda conseguiu alcandorar-se ao oitavo lugar, deixando para trás os problemas físicos sofridos nos anos anteriores. Terminou com 1.30.24 h.

Raquel González também andou no grupo da liderança. Quando faltavam dois quilómetros estava entre as 15 primeiras classificadas. Sentiu muitas dificuldades nos dois últimos quilómetros, finalizando no 20.º lugar, com 1.33.03 h. Raquel cumpriu a estreia olímpica e certamente estará em mais edições dos Jogos.

Julia Takacs manteve-se na mesma posição durante praticamente toda a prova. Finalizou no 33.º lugar. Numa competição muito dura, a pupila de José Antonio Quintana registou 1.35.45 h.

50 km
Jesús García Bragado foi o único espanhol a terminar a prova. De início não estava sequer entre os 50 primeiros, mas, fiel aos seus princípios de ir subindo na classificação, logrou finalizar na 20.ª posição. Eram os seus sétimos Jogos Olímpicos. Terminou com 3.54.29 h. Voltará em 2020?

Miguel Angel López não conseguiu terminar a prova. Passou ao quilómetro 35 na 16.ª posição, naqueles que foram os segundos 50 km da sua carreira desportiva. O discípulo de José Antonio Carrillo foi vítima de uma prova infernal, climatericamente falando.

José Ignacio Díaz nunca esteve à vontade. Na passagem ao quilómetro 30 marcava 2.33.41 h, no 63.º lugar. Abandonaria pouco depois, numa altura em que já tinha duas notas de desclassificação por flexão.

(versão original)

Los marchadores españoles en los Juegos de Rio

Por Joan Pelayo

20 km. Hombres
Miguel Angel López, el vigente campeón mundial y europeo no tuvo su día. Cuando se desataron las hostilidades no estuvo en los lugares de cabeza, aunque luego remontó. Con unos parciales cercanos a los ocho minutos cada 2 km, en el km. 15 ya no tenía opciones. Su arreón final le sirvió para ser undécimo. La calidad del murciano es excelsa y a pesar de no estar en el podio olímpico el año que viene estará entre los primeros en el campeonato del mundo de Londres. Terminó con 1:20.58.

Alvaro Martín compitió con enorme valentía. El vencedor de este año de Rio Maior aguantó en el grupo hasta el km.16 (pasó el décimo). El agotamiento y la calidad de sus rivales hicieron que finalizara la competición en el vigésimo segundo lugar. Alvaro con 22 años ya ha competido en dos juegos olímpicos, con lo que tiene un enorme futuro por delante. El tiempo de Martín fue de 1:22.11.

Francisco Arcilla sufrió mucho a lo largo de los 20 km. Su coraje le hizo terminar en una prueba que no es la suya, ya que es especialista en la prueba superior. Arcilla se ganó su puesto dejando fuera del equipo olímpico, entre otros, a Diego García y a Luís Amezcúa. Una marca de 1:27.50 le sirvió para entrar en el quincuagésimo puesto.

20 km. Mujeres
Beatriz Pascual consiguió su tercer diploma olímpico. La discípula de Josep Marín fue muy valiente llegando a encabezar la prueba al principio de la misma. Estuvo siempre entre las diez primeras y al final se aupó al octavo puesto, olvidándose de los problemas físicos sufridos en los años anteriores. Finalizó en 1:30.24.

Raquel González también estuvo en el grupo de cabeza. A falta de dos kilómetros estaba entre las quince primeras clasificadas. Los dos últimos kilómetros se le hicieron muy complicados, finalizando en el vigésimo lugar con 1:33.03. Raquel cumplió en su debut olímpico, seguro que estará en más ediciones de los juegos.

Julia Takacs se mantuvo durante la prueba prácticamente en la misma posición. Finalizó en el puesto trigésimo tercero .La pupila de José Antonio Quintana en una prueba olímpica muy dura hizo un tiempo de 1:35.45.

50 km. Marcha
Jesús García Bragado fue el único español en acabar la prueba. Al principio no estaba ni entre los cincuenta primeros, pero fiel a sus principios de ir remontando logró finalizar en vigésima posición. Eran sus séptimos juegos olímpicos. Terminó los 50 km. en 3:54.29. ¿estará en el 2020?

Miguel Angel López  no pudo terminar la prueba. Pasó el kilómetro 35 en decimosexta posición en el segundo 50 de su carrera deportiva. El discípulo de José Antonio Carrillo fue víctima de una prueba infernal, climatológicamente hablando.

José Ignacio Díaz nunca se encontró cómodo. Su paso en el kilómetro 30 fue de 2:33.41 en el puesto 63. Poco después dejó la prueba, cuando ya tenía dos tarjetas rojas por flexión de rodilla.

domingo, 4 de setembro de 2016

A lição de coragem de Yohann Diniz

Yohann Diniz na prova de 50 km do Rio 2016.
Foto: Bryn Lennon/Getty Images
Montagem: O Marchador
O francês Yohann Diniz, que depois dos terríveis problemas intestinais que sofreu na prova dos 50 km dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, deixando-o semiconsciente, está recomposto e prepara-se para novas etapas da sua carreira desportiva, que passarão por realizar provas onde nunca antes havia estado.

O tricampeão europeu e recordista mundial dos 50 km marcha não tem tido a sorte em Jogos Olímpicos. Nos primeiros em que participou, em 2008 (Pequim), desistiu. Em 2012 (Londres) foi desclassificado por ter recolhido o abastecimento fora da área indicada para o efeito.

Nestes Jogos do Rio de Janeiro, quando tudo parecia indicar querer indiciar que aplicaria a mesma receita dos europeus de Zurique, isolando-se no comando relativamente cedo, passou por um autêntico calvário, quando a temperatura rondava os 25 graus centígrados e a humidade cerca de 80%. Incentivado e aplaudido pelo público, a cada passagem, ainda assim, e de forma heroica, o seu esforço e perseverança valer-lhe-iam o oitavo lugar, o que não deixa de constituir, neste contexto, um excelente resultado.

À Agência France-Presse o atleta, neto de portugueses, declarou que quer agora divertir-se, planeando realizar cinco ou seis competições de 20 km e percorrer o mundo inteiro, tomando parte nas provas integradas no challenge mundial de marcha da IAAF. No início de dezembro, os campeonatos da Austrália, depois o México, a seguir o Japão...

Para Diniz, agora com 38 anos de idade, os mundiais de Londres, em 2017, assumem-se como o seu próximo grande desafio. Presentemente, prepara-se para participar, pela primeira vez, na quarta edição da Volta ao Lago Taihu, na China (Wuzhong), este mês, uma competição constituída por quatro etapas, e que junta, além dos melhores marchadores mundiais, perto de 40.000 participantes em provas de caminhada.

sábado, 3 de setembro de 2016

Gdansk com Festival e Taça dos Carteiros em 51.ª edição

Os vencedores das provas de elite Dawid Tomala (dorsal 47) e Monika
Kapera (36) e os campeões nacionais de sub-23 e sub-20 (acima).
Fotos: Maciej Czarniak/Trojmiasto.pl
Montagem: O Marchador
Decorreu na cidade de Gdansk, no passado dia 27 de agosto, o meeting «Puchar Poczty Polskiej» uma das mais antigas e emblemáticas competições de marcha na Polónia, evento habitualmente muito participado por atletas nacionais e estrangeiros de vários países e que anualmente homenageia os carteiros que defenderam o edifício dos correios durante a Segunda Guerra Mundial, colocando-se flores em monumento erigido perto deste edifício histórico.

O Festival tem na marcha atlética provas para todos os escalões etários, incluindo-se uma categoria de elite sobre 10 km e apurando-se os títulos nacionais de sub-20 e sub-23 sobre 20 km. A tradicional Taça dos Carteiros constitui momento significativo da jornada, juntando-se igualmente a Marcha Nórdica. Uma marcha de 1 km para todos, sem limite de idade, abriu o programa da homenagem. Todos foram premiados e o concorrente mais jovem tinha 2 anos e meio de idade.

Quanto aos principais resultados, nas provas de 10 km elite, nos masculinos, com 15 atletas à partida, impôs-se Dawid Tomala (AWF Katowice), com 42.45, à frente de Rafał Sikora (AWF Kraków), com 43.34, e do jovem Łukasz Niedziałek (Nowe Iganie), de 16 anos, com 43.40, campeão da Europa de sub-18 este ano em Tbilisi, na Geórgia. Nos femininos, com 8 participantes, o trio do pódio foi composto por Monika Kapera (AWF Katowice), com 48.04, Agnieszka Ellward (Flota Gdynia), com 50.03, e Beata Heppner (Budowlani Częstochowa), com 51.35.

Nas provas de 20 km dos campeonatos nacionais, com um total de 27 participantes, obtiveram os títulos de sub-23, Mateusz Nowak (Skoczek Skoki, 1.35.16) e Katarzyna Zdziebło (Stal Mielec, 1.37.35) e nos sub-20, Kacper Kosecki (Lechia Gdańsk, 1.37.24) e Agata Kowalska (Rodło Kwidzyn, 1.48.20).

Os resultados completos podem ser consultados aqui.

Colaboração: Kristina Saltanovic

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Arai e Dunfee nos 50 km marcha dos Jogos do Rio

Arai e Dunfee sem ressentimentos. Foto: Twitter de E.Dunfee
Não é nada normal assistir-se, nos últimos metros da prova mais longa do calendário olímpico e após uma marcha de quase quatro horas, sob difíceis condições atmosféricas, a uma titânica luta pela medalha de bronze.

O japonês Hirooki Arai e o canadiano Evan Dunfee foram os protagonistas de um final dramático de prova no circuito do Pontal que serviu de palco às provas de marcha dos Jogos Olímpicos.

Durante grande parte da competição, no grupo da dianteira, constituído por meia dúzia de atletas, o atleta canadiano, que fora 10.º classificado nos 20 km, disputados uma semana antes e que não estava colocado na lista de favoritos à conquista de uma medalha, foi recuperando terreno perdido para Arai (4.º classificado nos últimos mundiais), até que, no último quilómetro, apesar de se lhe notar grande exaustão, colou-se-lhe.

Num choque de braços, as pernas do canadiano, de 25 anos, que já denotavam alguma fraqueza, fizeram-lhe quebrar ainda mais. Chegou na 4.ª posição. A delegação canadiana protestou. O árbitro, após visualizar o vídeo, deu razão a Dunfee. Os japoneses recorreram da decisão e o júri de apelo, reconstituído, pois dois dos seus cinco elementos eram oriundos dos países dos atletas em confronto, decidiu, depois de visualizar as imagens de vídeo, em recolocar Arai na terceira posição.

O que ressalta desta história é o grande desportivismo de Dunfee ao considerar que a decisão tomada pelo Júri de Apelo foi a mais correta apesar de, naturalmente, ambicionar à medalha, um sonho para ele. E que o “empurrão” do seu companheiro de estrada não terá sido intencional mas, antes, fruto da refrega, própria da competição. Por isso, decidiu não recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto.

Dunfee chegou mesmo a comentar que não teria sido capaz, caso o seu eventual recurso para o CAS (sigla inglesa para o TAD) fosse aceite, de receber a medalha de consciência tranquila e que não seria, para si, motivo de orgulho.

O Canadá, conhecido especialmente no desporto pelos resultados de top mundial obtidos na modalidade do hóquei no gelo, passou também a admirar os seus marchadores (Ben Thorne foi medalha de bronze nos 20 km dos mundiais de Pequim), muito por via, agora, de Efan Dunfee, um desportista de eleição a todos os níveis, que bateu o recorde nacional do seus país nos 50 km marcha, e ainda incentivou o francês Yohann Diniz, quando por ele passou, num dos momentos mais críticos para este.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Jornada dupla de marcha em Växjö, Suécia

Os vencedores Perseus Karlström (92) e Monica Svensson (97) e o
pódio masculino de pista. Fotos: facebook de Jörgen Karlsson
e Christer Svensson. Montagem: O Marchador
Perseus Karlström, do Eskilstuna FIF, e Monica Svensson, do Växjö AIS, estiveram em evidência na cidade sueca de Växjö ao vencerem as provas de marcha da jornada dupla realizada nos dias 27 e 28 de Agosto passado, na pista do estádio de Värendsvallen e em circuito de estrada em Norregårskolan, em condições atmosféricas bem diferenciadas, com vento e a temperatura a registar mais de 20 graus Celsius no sábado e a não ultrapassar os 12 graus no domingo.

Karlström, depois da sua infeliz participação nos Jogos do Rio em que desistiu nos 20 km por doença, obteve no primeiro dia 44.38,4 aos 10.000 metros depois de uma rápida passagem aos 5.000 metros em 20.17,8. No final da prova, apenas 7 segundos separaram-no para o segundo classificado, Anders Hansson (SK Svängen, 44.45,9). Remo Karlström (Eskilstuna FIF, 47.49,8, recorde pessoal) fecharia o pódio. Já no domingo, o domínio de Perseus Karlström foi avassalador, concluindo os 20 quilómetros em 1.22.25 (parciais em cada 5 km de 20.56, 20.34, 20.30 e 20.25) num circuito pouco favorável de 1250 metros de perímetro. As posições secundárias foram novamente ocupadas por Anders Hansson (1.29.25) e Remo Karlström (1.40.45).

A anfitriã Monica Svensson superiorizou-se em ambas as provas a todas as demais concorrentes, registando 23.57,2 nos 5.000 metros (sábado) e 51.00 (parciais de 25.28 e 25.32) nos 10 quilómetros (domingo). Siv Karlström (Eskilstuna FIF, 26.01,6) e Ellinor Hogrell (Enhörna IF, 27.52,0) completaram o pódio de sábado. Hogrell, com 58.52, subiria à segunda posição no domingo, à frente de Helena Sandmer (SK Svängen, 59.16), esta com recorde pessoal.

Principais classificações
27 de Agosto - sábado
10.000 metros masculinos
1.º, Perseus Karlström (Eskilstuna FIF), 44.38,4
2.º, Anders Hansson (SK Svängen), 44.45,9
3.º, Remo Karlström (Eskilstuna FIF), 47.49,8
4.º, Fredrik Svensson (Växjö AIS), 48.25,7
5.º, Christer Svensson (Växjö AIS), 48.43,0
6.º, Fredrik Sandmer (SK Svängen), 53.56,1
7.º, Anders Wahlström (Södra Öland ), 54.59,3
8.º, Ulf-Peter Sjöholm (Växjö AIS), 58.23,7
Desistente: Bengt Bengtsson (GK Steget).
           
5.000 metros femininos
1.ª, Monica Svensson (Växjö AIS), 23.57,2
2.ª, Siv Karlström (Eskilstuna FIF), 26.01,6
3.ª, Ellinor Hogrell (Enhörna IF), 27.52,0
4.ª, Helena Sandmer (SK Svängen), 28.56,6
5.ª, Diana Forsgren Ottosson (IFK Sala), 31.07,1
6.ª, Julia Ibrahim (GK Steget), 31.12,0
7.ª, Jessica Ibrahim (GK Steget), 32.53,8
8.ª, Jennifer Ibrahim (GK Steget), 33.31,1

28 de Agosto - domingo
20 km masculinos
1.º, Perseus Karlström (Eskilstuna FIF), 1.22.25
2.º, Anders Hansson (SK Svängen), 1.29.25
3.º, Remo Karlström (Eskilstuna FIF), 1.40.45
4.º, Fredrik Svensson (Växjö AIS), 1.43.18
5.º, Christer Svensson (Växjö AIS), 1.45.18
6.º, Fredrik Sandmer (SK Svängen), 1.57.03
7.º, Ulf-Peter Sjöholm (Växjö AIS), 2.02.39
8.º, Bengt Bengtsson (GK Steget), 2.09.13

10 km femininos (28 Agosto)
1.ª, Monica Svensson (Växjö AIS), 51.00
2.ª, Ellinor Hogrell (Enhörna IF), 58.52
3.ª, Helena Sandmer (SK Svängen), 59.16
4.ª, Julia Ibrahim (GK Steget), 1.04.00
5.ª, Jessica Ibrahim (GK Steget), 1.06.17

Fonte: Svenska Gang