Foto: Lucía Rivas |
O caso remonta ao final de 2009, quando uma operação antidopagem da polícia espanhola (Operação Grial) levou à detenção do médico peruano Walter Virú e à descoberta de pistas que apontavam para o envolvimento de Paquillo Fernández numa rede de «doping». Fernández começou por se mostrar surpreendido e por negar qualquer ligação à rede, mas buscas mais tarde realizadas na casa do atleta, em Guadix, conduziram à descoberta de produtos contendo substâncias dopantes: eritropoietina (EPO) e hormona de crescimento (hGH).
Perante os factos, Fernández acabaria por reconhecer ao fim de dois meses a posse de substâncias dopantes e mostrou-se arrependido. De nada serviu: seria suspenso por dois anos pela federação internacional, consumando-se a queda de mais um ídolo com pés de barro.
Perdeu o atleta, perdeu o desporto, perdeu especialmente a marcha atlética, que, se outras suspeitas não houvesse, teve aqui mais motivos para pensar de onde vêm alguns sucessos aparentemente caídos não se sabe de onde.
Tratando-se de um atleta duas vezes campeão europeu (Munique-2002 e Gotemburgo-2006, além do bronze ganho em Budapeste-98), medalhado com prata nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e nos mundiais de Paris (2003), Helsínquia (2005) e Ósaca (2007), sempre em 20 km, não poderia este caso deixar de constituir o acontecimento (negativo) internacional do ano.