sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Vitória feminina na Taça do Mundo: acontecimento nacional de 2010

Fotomontagem: O Marchador/AIFA
Vera Santos, Inês Henriques, Ana Cabecinha e Susana Feitor – este foi o quarteto que protagonizou aquele que terá sido, porventura, o mais extraordinário sucesso da marca atlética portuguesa desde sempre: a vitória na competição feminina da Taça do Mundo de Marcha, realizada em Chihuahua, no México, a 15 e 16 de Maio de 2010.

Ao mesmo tempo, aquele sucesso coroou a carreira de um conjunto de atletas que, à excepção de Susana Feitor, nunca tinha obtido um título mundial. Apesar da vitória individual da espanhola María Vasco, o segundo lugar de Vera Santos, o terceiro de Inês Henriques, o oitavo de Ana Cabecinha e o décimo sexto de Susana Feitor bastaram para que a formação nacional se superiorizasse às poderosíssimas formações da Rússia, da China e da Espanha, relegando-as para os lugares secundários.

Ainda que o bom senso obrigue a reconhecer que a vitória no México não traduz qualquer superioridade da marcha portuguesa sobre aquelas superpotências, significando «apenas» que naquele dia as portuguesas foram mais fortes, a vitória do superquarteto feminino da marcha portuguesa na Taça do Mundo de Chihuahua não poderia deixar de ser escolhida como acontecimento nacional de 2010 no que à marcha se refere.

Além do resto, trata-se de um prémio mais que justificado para todas as marchadoras portuguesas, exemplos maiores da capacidade das mulheres portuguesas para se afirmarem no panorama da competição desportiva internacional.

Suspensão de Francisco Fernández: acontecimento internacional de 2010

Foto: Lucía Rivas
Não foi o primeiro caso de dopagem a atingir a marcha atlética e seria ingenuidade pensar que será o último: a marchador espanhol Francisco Fernández foi apanhado na posse de substâncias proibidas, tendo por esse motivo sido sancionado com suspensão da actividade competitiva por dois anos.

O caso remonta ao final de 2009, quando uma operação antidopagem da polícia espanhola (Operação Grial) levou à detenção do médico peruano Walter Virú e à descoberta de pistas que apontavam para o envolvimento de Paquillo Fernández numa rede de «doping». Fernández começou por se mostrar surpreendido e por negar qualquer ligação à rede, mas buscas mais tarde realizadas na casa do atleta, em Guadix, conduziram à descoberta de produtos contendo substâncias dopantes: eritropoietina (EPO) e hormona de crescimento (hGH).

Perante os factos, Fernández acabaria por reconhecer ao fim de dois meses a posse de substâncias dopantes e mostrou-se arrependido. De nada serviu: seria suspenso por dois anos pela federação internacional, consumando-se a queda de mais um ídolo com pés de barro.

Perdeu o atleta, perdeu o desporto, perdeu especialmente a marcha atlética, que, se outras suspeitas não houvesse, teve aqui mais motivos para pensar de onde vêm alguns sucessos aparentemente caídos não se sabe de onde.

Tratando-se de um atleta duas vezes campeão europeu (Munique-2002 e Gotemburgo-2006, além do bronze ganho em Budapeste-98), medalhado com prata nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e nos mundiais de Paris (2003), Helsínquia (2005) e Ósaca (2007), sempre em 20 km, não poderia este caso deixar de constituir o acontecimento (negativo) internacional do ano.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

João Vieira, figura nacional de 2010

Foto: Jornal "Record"
Nos Campeonatos Europeus de Barcelona, realizados em Julho deste ano, João Vieira surpreendeu muitos com a sua notável prestação nos 20 km marcha, que lhe valeu a medalha de bronze, no tempo de 1.20.49 h, a apenas 11 segundos do italiano Alex Schwazer, medalha de prata.


Já quatro anos antes, também nuns europeus, os de Gotemburgo, Vieira alcançara igualmente o terceiro lugar, com 1.20.09 h, actual recorde nacional.

Nascido em 20 de Fevereiro de 1976, em Portimão, mudou-se para Rio Maior quando tinha apenas dois anos de idade, juntamente com o seu irmão gémeo, Sérgio, igualmente marchador internacional.

Iniciou-se na marcha atlética pelo Clube de Natação de Rio Maior, onde se manteve desde 1990, ingressando, este ano, no Sporting Clube de Portugal, na companhia de Vera Santos, sua mulher, e que por ele é treinada.

Depois de uma longa caminhada sob a orientação de Jorge Miguel, decidiu, em 2006, tomar em suas mãos o destino que o conduziria aos êxitos internacionais.

João Vieira, de 34 anos de idade, foi ainda o recordista dos 50 km marcha, com 3.52.00 h, marca obtida em 2004, nos Campeonatos Nacionais realizados em Beja, onde se sagrou campeão.

Olga Kaniskina, figura internacional de 2010

Foto: European Athletics
Olga Kaniskina nasceu em 19 de Janeiro de 1985, em Saransk, Rússia. Treinada por Viktor Chegin, iniciou-se na marcha atlética com 15 anos de idade.
Nos últimos quatro anos tem sido impressionante o seu domínio nas principais competições internacionais. Considerada unanimemente como uma das atletas mais perfeccionistas no mundo, Kaniskina é produto de uma política de grande investimento no desporto, em particular na marcha atlética, principalmente nos estabelecimentos de ensino, por parte dos dirigentes desportivos de Saransk, cidade com cerca de 300 mil habitantes, existindo mais que um centro de alto rendimento e pavilhões desportivos de altíssima qualidade.
Em 2006, nos Europeus de Gotemburgo, na primeira grande competição internacional em que participou, Kaniskina foi vice-campeã. Em 2007, nos Mundiais de Osaca, obteve a medalha de ouro. Em 2008, retumbante vitória nos 20 km marcha dos Jogos Olímpicos de Pequim, alcançando novo recorde da competição (1.26.31). Em 2009, nos mundiais, novamente o ouro em mais outra demonstração de grande classe junto às portas de Brandeburgo, Berlim.
Kaniskina, de apenas 25 anos de idade, voltou a dar provas, em 2010, da sua supremacia ao vencer destacadamente os 20 km marcha dos Europeus de Barcelona, justificando assim a nossa escolha para figura internacional do ano.

Campeonatos da Ásia de veteranos com centenas de marchadores

Nada menos que 218 concorrentes (141 masculinos e 77 femininos), de 13 países, tomaram parte nas provas da marcha atlética dos 16.os Campeonatos da Ásia de Atletismo para Veteranos, realizados em Kuala Lumpur (Malásia), de 6 a 12 de Dezembro.

Sem resultados de grande destaque, merece referência a marca do vencedor do escalão M55, Shamsher Singh (Índia), a concluir os 5000 metros (distância comum a todas as provas) em 25.43,68 m. Seria necessário subir aos escalões dos mais jovens veteranos para encontrar vencedores com melhores marcas. Assim sucedeu entre os M45, onde se impôs o iraniano Mohammad Ebrahim, com 23.35,77 m, e no M40, ganho pelo malaio Thiru Kumaran (23.42,01), em ambos os casos com melhores registos do que no M35, cujo vencedor Sher Singh (Índia), não foi além de 25.10,50 m.

No sector feminino, realce para a indonésia Darwati, que, ao averbar 25.17,48 m, acabou por ser a única campeã abaixo da meia hora.

A Índia foi o país mais medalhado na marcha, com 16 galardões (4 de ouro, 7 de prata e 5 de bronze), à frente da Malásia, com 9 (4, 2, 3) e do Sri Lanka, com 7 (0, 3, 4). Dos 13 países com marchadores a alinhar nas partidas, apenas Brunei, Mongólia e Tailândia não conquistaram qualquer medalha.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reino Unido anuncia critérios de participação na Taça da Europa, em Olhão

A federação de uma das mais categorizadas nações do mundo atlético, o Reino Unido, anunciou os critérios de participação dos seus atletas na Taça da Europa de Marcha, a realizar em Olhão, a 22 de Maio de 2011.
Além da necessidade da realização de uma prova de apuramento, prevista para 1 de Maio de 2011, em Londres, os atletas terão ainda de obter os mínimos, fixados da seguinte forma:
20 km masculinos: 1.29.00; 50 km masculinos: 4.19.00; 20 km femininos: 1.41.00; 10 km juniores masculinos: 45.30; 10 km femininos: 52.00.

De resto, o seleccionador nacional do Reino Unido, Andy Drake, fará entre Janeiro a Maio de 2010, uma observação global dos resultados obtidos pelos atletas britânicos em provas realizadas no estrangeiro, tendo ainda em consideração as marcas conseguidas em competições nacionais a realizar no mesmo período.
A selecção para a Taça da Europa estará concluída no dia 3 de Maio e o seu anúncio ocorrerá no dia 10 de Maio.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Juízes de marcha do painel nacional com avaliação prevista para 2011

Desde 1990, ano em que se formalizou a constituição do painel nacional de juízes de marcha, têm sido realizadas acções de formação e certificação para juízes especialistas de marcha com uma periodicidade praticamente quadrienal.
Essas acções aconteceram em 1991, 1995, 1998, 2003 e 2007, nos três primeiros anos em Lisboa e nos dois últimos em Rio Maior.
Tudo se conjuga, pois, para que o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Atletismo anuncie oportunamente a realização em 2011, com data e local, de uma certificação ao mais alto nível (Grau A), neste sector muito específico da arbitragem onde o factor humano é preponderante na análise da regra 230 do regulamento que gere a modalidade.
No primeiro painel, formado há 20 anos, então designado por Grau 1, ficaram integrados os juízes José Dias, Luís Dias, Ana Toureiro, Paulo Alves e José Baptista (Lisboa), José Ganso (Setúbal), Carlos Albano (Viseu), André Brito, Luís Viana e José Luís Ribeiro (Porto).
Actualmente são vinte e três os elementos que compõem o Grau A: oito de Setúbal, quatro de Lisboa e outros quatro de Coimbra, três de Santarém, dois do Porto, um de Leiria e um do Faial.
Serão convidados a participar na certificação os juízes especialistas de marcha do Grau B, actualmente também composto de vinte e três elementos, dos quais cinco são do Algarve, quatro de Aveiro, outros quatro de Évora, três de Santarém e outros três de Lisboa, dois de Coimbra, um de Setúbal e um de Viseu.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

2011 não terá Grande Prémio de Grândola

Foto: Barragon
Já assim tinha acontecido em 2008, mas parece que a lição não foi aprendida: o mais antigo grande prémio do calendário nacional de marcha atlética, realizado em Grândola desde 1991, não terá lugar no ano do vigésimo aniversário, 2011.  E a razão parece simples: as datas propostas pela FPA poderiam servir para muita coisa mas não para o efeito desejado, qual seja a realização de um torneio de marcha.

A primeira data com que a FPA correspondeu ao pedido da Câmara Municipal de Grândola foi 23 de Janeiro, que, como é sabido, é o dia da realização da primeira volta das eleições presidenciais, marcada havia semanas.

Feito o pedido de data alternativa, a federação propôs o fim-de-semana seguinte (29 e 30 de Janeiro), só que essa é a data da fase de apuramento dos Campeonatos Nacionais de Clubes em pista coberta, facto que impediria a presença de grande quantidade de atletas, sobretudo os de maior valia, quase todos comprometidos com aqueles campeonatos.

Entretanto, «O Marchador» apurou que os campeonatos distritais de marcha de Setúbal, que nos últimos anos têm sido realizados em Grândola, terão desta vez lugar no distrito de Coimbra, decisão que também deveria afastar de Grândola alguns potenciais interessados.

Aquele que seria o 20.º Grande Prémio de Grândola em Marcha Atlética fica assim sem efeito, apesar dos esforços da organização que, não pela primeira vez, deu mostras de um empenho organizativo e de uma atenção à marcha atlética que no mínimo deveria merecer melhor consideração da instituição federativa e em última análise deveria obrigar à colaboração com quem se dedica de facto à promoção do desporto e desta modalidade em particular.

O grande prémio grandolense tem sido em diversos momentos palco para a obtenção de recordes nacionais e de mínimos para grandes competições internacionais, tendo uma história marcada pela elevada participação de atletas, muitos deles de grande nível, tornando-se uma das provas mais ansiada pelos marchadores em cada novo ano de competição.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Sandro Damilano, um treinador com uma história de sucessos

Foto: multimediavisini
Sandro Damilano é um dos mais credenciados especialistas do mundo no treino da marcha atlética.
Nascido em Scarnafigi, Itália, em 24 de Fevereiro de 1950, licenciou-se pelo Instituto de Educação Física de Torino, apresentando a tese “Novo método de treino na marcha atlética”, e iniciou a actividade como treinador em 1972, ao orientar os seus irmãos Giorgio e Maurizio Damilano.
Desde 1981, trabalhando com a federação italiana de atletismo (FIDAL) na área da marcha atlética, tendo sido o técnico nacional de 1990 a 2000, Sandro Damilano tem um invejável curriculum, nomeadamente nas inúmeras medalhas conquistadas em competições internacionais pelos seus atletas de que se destacam as obtidas em Jogos Olímpicos (5), em Campeonatos Mundiais (5) e em Campeonatos Europeus (4).
Já treinou ou ainda treina grandes atletas que deram ao seu país os mais relevantes resultados a nível internacional. São os casos, entre outros, de Maurizio Damilano, Elisabetta Perrone, Alex Schwazer, e Elisa Rigaudo, todos medalhados em Jogos Olímpicos.
Novos horizontes abrem-se para o famoso técnico italiano que o levou inclusivamente a cessar a sua actividade federativa, com o desafio, agora lançado pela federação chinesa de atletismo, de treinar um grupo de seis a oito marchadores do gigante país asiático com vista à obtenção dos melhores resultados nos Jogos Olímpicos de 2012.
Apesar do vínculo estabelecido com a federação chinesa, Sandro mantêm-se como treinador pessoal dos internacionais Giorgio Rubino e Elisa Rigaudo, esta regressando recentemente aos treinos depois de ter sido mãe em finais de Setembro do corrente ano.
Um dos técnicos apontados para a sucessão de Sandro Damilano na Comissão Técnica de Marcha Atlética da FIDAL é Michele Didoni, campeão mundial nos 20 km marcha, em Gotemburgo, 1995.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Deve ser ele

Da janela do meu quarto não vejo mar, nem rio, nem serra, nem árvores, nem as outras casas da terra, nem as pedras do caminho. Só as grossas gotas da chuva a escorrer pela vidraça, formando por fora a cortina que não tenho por dentro. Na rua, o dia já se pôs há muito, deixando um frio que se entranha, faz o nariz pingão e há-de estender o manto branco, lá fora.
O «Bigodes» anda por aqui a enroscar-se, desenhando oitos da perna esquerda para a direita e de novo para a esquerda, talvez pedindo que lhe acenda a lareira, mas eu sei que se aceder ele nunca mais larga o quentinho e eu fico aqui sozinho, olhando pela janela, à espera.
Já no ano passado assim foi: esperar, esperar, esperar. Até dormir. E dormi. Dormi quando as pálpebras teimavam em abrir-se, à espera. Não sei o que sonhei nas intermitências do sono e do sonho. Talvez tenha sido com o calor que faltava. Até que o barulho na porta me despertou. Era ele.
Trazia tudo conforme pedido. Arrumou uma parte lá em baixo e trouxe o resto para aqui. Pôs na lareira, juntou papel amarfanhado, mais umas pinhas, acendeu e deixou ficar. Abalou como chegou, sem dizer palavra. Nunca ninguém o ouviu falar. O «Bigodes» é que não mais despegou do quentinho. E eu fiquei a olhar. À espera.
Agora espero ansioso que volte, como sempre. Pedi o que é de costume, só para aquecer, que o tempo está outra vez muito rijo. Talvez esteja à espera de uma aberta, à beira do caminho, pronto para vir logo. Ou talvez não. Talvez ainda esteja longe, noutras entregas, de gorro quase a vendar-lhe os olhos e a roçar a gola da samarra.
Batem à porta. Anda, «Bigodes», vais gostar! Vou abrir, deve ser ele. Nem ouvi a carroça. Depois conto.
Boas festas!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Paula Gracioso


Houve tempos em que, muito mais do que hoje, estavam erguidas muitas e altas barreiras psicológicas e sociais à prática do desporto pelas mulheres. Mas também houve sempre quem conseguisse vencer essas barreiras, impondo a sua vontade e a liberdade da sua escolha. Paula Gracioso estava nesse lote de mulheres que cumpriam o seu destino sem depender do que outros lhes quisessem impor.

Primeiro no Olivais Sul, depois no Andorinha, no Oriental e no Benfica, Paula Gracioso foi a primeira menina querida da marcha portuguesa. Estava-se no início da década de 80 e aquela jovem de 14-15 anos revelava as mais extraordinárias capacidades para a prática desportiva. Notabilizou-se na especialidade da marcha atlética, onde alcançou vários títulos e recordes nacionais até 1990. Tanto na pista como na estrada ou ainda nos pavilhões do futebol-marcha, a Paula revelava uma qualidade técnica e uma facilidade de gestos que não deixavam ninguém indiferente.
Estivesse a marcha mais desenvolvida no seu tempo e Paula Gracioso poderia ter chegado muito mais longe. Em todo o caso, andou sempre muito à frente de toda a concorrência. E os caminhos que trilhou ajudaram a abrir portas ao desenvolvimento registado na década de 90, já a Paula estava longe de sonhar alto.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Mais exigentes os mínimos estabelecidos pela F.P.A. para as competições internacionais

A Federação Portuguesa de Atletismo divulgou os critérios da participação portuguesa nos eventos internacionais, a realizar em 2011, no âmbito da Associação Europeia de Atletismo e da Associação Internacional das Federações de Atletismo.
A marcha atlética tem o seu primeiro envolvimento precisamente em Portugal, em Olhão, onde se disputará, a 22 de Maio, a 9.ª Taça da Europa de Marcha. O documento apresenta as seguintes marcas de referência: masculinos, 20 km, 1.27.00; 50 km, 4.10.00; e 10 km juniores, 45.30; femininos, 20 km, 1.39.00; e 10 km juniores, 52.00. De notar que as marcas referenciadas para um evento desta natureza, a realizar pela primeira vez em território nacional, mantêm-se inalteradas em relação às marcas estabelecidas para a última edição da Taça da Europa de Marcha de Metz, França, 2009, e para a Taça do Mundo de Marcha de Chihuahua, México, 2010.
Seguem-se os 7.os Campeonatos do Mundo de Jovens, a disputar em Lille, França, no período de 6 a 10 de Julho, e cujo programa contempla os 10.000 m marcha para masculinos e os 5000 m para femininos, nascidos em 1994 e 1995. Os mínimos indicados pela F.P.A. são de 48.40,0 para os masculinos e de 25.25,0 para os femininos, este último ligeiramente mais difícil (em 5 segundos) que o estipulado pela federação internacional.
Os 8.os Campeonatos da Europa de Sub-23 são a competição seguinte, marcada para o período de 14 a 17 de Julho. Os mínimos fixados pela F.P.A. para os 20 km marcha são de 1.28.00 e 1.44.00, respectivamente para masculinos e femininos, e revelam-se bem mais exigentes que os estipulados pela AE (1.30.00 e 1.50.00).
De 21 a 24 de Julho, é a vez dos 21.os Campeonatos da Europa de Juniores, a realizar em Tallinn, Estónia, de 21 a 24 de Julho. No programa, os 10.000 m marcha para masculinos e femininos, sendo os mínimos da F.P.A. de 44.30,00 e 51.00,00, respectivamente, em contraste com os da AE, fixados em 44.45,00 e 51.30,00.
Finalmente, a competição tida como a mais relevante da época, os 13.os Campeonatos do Mundo de pista, em Daegu, Coreia do Sul, e que se encontram agendados para o período de 27 de Agosto a 4 de Setembro. A F.P.A. apresenta os seguintes mínimos: masculinos, 20 km A/B, 1.22.30/1.23.30; 50 km A/B, 3.56.00/4.00.00; e femininos, 20 km A/B, 1.33.30/1.34.30. A maior exigência, comparando com os mínimos da AIFA, verifica-se no mínimo B dos 20 km masculinos (1.24.00 na AIFA), no A e B dos 50 km (3.58.00/4.09.00 na AIFA) e no B dos 20 km femininos (1.38.00 na AIFA).
Concluindo, diremos que a Federação Portuguesa de Atletismo dificulta o acesso aos mínimos A em seis das nove provas de marcha atlética incluídas no programa dos Campeonatos do Mundo e da Europa, num total de 10 minutos e 50 segundos. Já o acesso aos mínimos B (um atleta por prova em Daegu), a dificuldade aplica-se a todas as provas de marcha, dando o somatório de 13 minutos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Novo painel de Juízes de Marcha da América do Sul

Foto gentilmente cedida por Nilton Ferst
Conhecidos que foram os resultados da certificação levada a efeito na cidade de Santa Fé (Argentina), nos dias 2 a 5 de Dezembro de 2010, foi constituído o novo painel de juízes de marcha (nível II da AIFA) da Confederação Sul-Americana de Atletismo (Consudatle).
Serão os seguintes os elementos que farão parte do painel, para o período compreendido entre 2011 a 2014, a que deverá ainda ser acrescentado o nome do juiz argentino Rúben Aguilera, o único juiz de marcha do sub-continente americano que pertence ao painel de juízes internacionais de marcha (nível III da AIFA):
Nilton Cesar Ferst e Bernadete Conte (Brasil), Jorge Luis Bona e Guillermo J. P. Vallejos (Argentina), Karina Alarcón (Bolívia), Héctor Sandovál (Chile), Isnardo Garcia Díaz e Cesar Arenas Mejía (Colômbia), María Magdalena Caisabanda e María Caraguay (Equador), Manuel Calderon (Panamá), Washington Alvarez (Perú), e Raomir Hernández (Venezuela).
Ficaram isentos da participação na certificação de Santa Fé mas com lugar garantido no painel por ainda recentemente terem feito parte do painel internacional de nível III, os juízes Isnardo García Díaz e Maria Magdalena Caisabanda.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Luís Silva e M.ª Alice Fernandes com as melhores marcas em Pombal

Foto: Atletismo Magazine
Luís Silva (M40), da Associação Académica de Coimbra, e Maria Alice Fernandes (W55), do Grupo Desportivo da Lourocoope (Lourosa), obtiveram os melhores resultados nos 3.000 metros marcha dos Campeonatos Nacionais de Veteranos, realizados no dia 19 de Dezembro, na pista coberta instalada no pavilhão da Expocentro, em Pombal, com uma menor participação em relação à época anterior.
Nos homens, Luís Silva (M40) não teve dificuldades em impor-se à concorrência realizando o excelente tempo de 12.27,04 m. Nos lugares imediatos classificaram-se Jaime Santos (M35), do GD Lourocoope, com 14.17,01 m, e Carlos Carmino (M50), do AC Vermoil, com 14.53,01 m. Três atletas foram desclassificados – regra 230.6 a) da AIFA.
Nas senhoras, mais uma vitória folgada de M.ª Alice Fernandes, desta vez com 16.39,04 m, bem à frente de Anabela Santos (W35), do GD Lourocoope, com 19.26,49 m (extra-competição), e de Teresa Mendes (W45), do Clube de Veteranos de Atletismo de Coimbra, com 19.51,70 m.
Todos os atletas classificados, com excepção de Anabela Santos, sagraram-se campeões de veteranos nos respectivos escalões.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Juan Molina e Júlia Takacs vencem 10 km de Getafe (Espanha)

Foto: AEMA

Juan Manuel Molina e Júlia Takacs venceram este domingo os 10 km do XIII Troféu de Marcha Atlética “Cerro Buenavista”, disputado na localidade de Getafe, distante apenas 15 km de Madrid, numa organização da Câmara Municipal e do Spartak Getafe, a que se associou a Real Federação Espanhola de Atletismo com a disputa do VI Critério Nacional de Inverno de Marcha Atlética.
Molina, 9.º classificado nos 20 km dos últimos europeus (Barcelona-2010) e que tem como resultado mais significativo da sua carreira a medalha de bronze conquistada nos 20 km dos europeus de Munique, em 2002, completou a distância em 42.35 m, seguindo-se-lhe José Ignacio Velázquez, com 42.55 m, e Luís Manuel Martínez, com 43.58 m.
Takacs venceu confortavelmente a prova feminina, terminando com 45.42 m, à frente de Lorena Barril (48.26 m) e de Lorena González (49.10 m). Júlia Takacs, que em 2008, nos mundiais de juniores, foi 8.ª classificada, é uma jovem marchadora em quem a marcha espanhola deposita grandes esperanças no contexto internacional. Nascida em Budapeste, na Hungria, vive desde há seis anos em Espanha, treinando-se no CAR de Madrid sob orientação de José Antonio Quintana.
De assinalar também, na prova de 10 km veteranos, a vitória de Miguel Ángel Prieto, com 43.31 m, novo recorde europeu de veteranos na categoria M-45. O atleta madrileno, regressado agora às competições, foi medalha de bronze nos 20 km marcha dos Campeonatos Europeus de Estugarda, em 1986.
O evento englobou provas para todos os escalões etários (benjamins a veteranos) e registou a participação de 162 atletas.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Vera Santos e João Vieira vencem G.P. Natal de Lisboa

Foto: O Marchador
Os sportinguistas Vera Santos e João Vieira venceram esta manhã a 32.ª edição do Grande Prémio de Natal em Marcha Atlética, levado a efeito pela Associação de Atletismo de Lisboa num percurso de mil metros definido entre os Restauradores e a Avenida da Liberdade.

Nos 5 km femininos, Vera Santos cedo se distanciou da concorrência, conseguindo no segundo quilómetro uma pequena vantagem sobre Kristina Saltanovic que viria a manter-se até final. Na meta, Vera registava 22.04 m, menos 12 segundos que a marchadora da Lituânia. Com uma prova regular, Sofia Avoila (AD Samouco) concluía na terceira posição, com 25.43 m, enquanto Ana Raquel Santos (SL Benfica, 28.51) era quarta.

Na prova masculina, também de 5 km, João Vieira teve uma competição fácil e, tal como Vera, logo após o primeiro quilómetro impôs a superior capacidade sobre os principais concorrentes. Atrás do marchador leonino definia-se a ordem por que haveria de terminar a prova, com Pedro Isidro a ganhar vantagem definitiva sobre Dionísio Ventura (FAMAFA – Ferreira do Alentejo). João Vieira viria a terminar com 20.42 m, enquanto Isidro se creditava com 21.21 m e Ventura registava 22.14 m.

Nos restantes escalões, vitórias para Raquel Botelho (ACR Mealhada, 12.26) nos 2 km infantis femininos, Rui Rodrigues (ACR Mealhada, 11.27) nos 2 km infantis masculinos, Carolina Ramos (GD São Domingos, 18.03) nos 3 km iniciados femininos, Hélder Santos (CA Baixa da Banheira, 15.23) nos 3 km iniciados masculinos, Íris Gonçalves (GD São Domingos, 29.53) nos 5 km juvenis femininos, Carlos Lopes (SL Benfica, 28.51) nos 5 km juvenis masculinos, Vânia Fernandes (GD São Domingos, 36.25) nos 5 km juniores femininos, Maria José Dias (GD São Domingos, 36.31) nos 5 km veteranos femininos e José Lopes (CA Galinheiras, 25.56) nos 5 km veteranos masculinos.

O torneio contou com a presença de 34 atletas, em representação de 11 clubes.

Veja a reportagem fotográfica do “Atletismo Magazine – Modalidades Amadoras” com fotos de Carlos Viana Rodrigues e José Gaspar, aqui: 

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ana Cabecinha e Jorge Costa em evidência na Quarteira (Algarve)

Foto: diárioOnline RS

Nas primeiras competições de marcha atlética realizadas esta época no Algarve, na pista municipal da Quarteira, os atletas olímpicos Ana Cabecinha e Jorge Costa, ambos do Clube Oriental de Pechão (Olhão), destacaram-se nos 10.000 metros marcha (absolutos) das Provas de Preparação de Inverno, levadas a efeito hoje, em dia de muita chuva, pela Associação de Atletismo do Algarve.
45.13,72 (com passagem aos 5.000 metros em 22.50,00) foi o tempo obtido por Jorge Costa, que se estreou esta época com as cores do Clube Oriental de Pechão, após vários anos representando os CTT de Faro, enquanto Ana Cabecinha realizou 45.14,88 (5.000 metros em 22.50,40), numa competição marcada pelo espírito de entreajuda destes dois excelentes atletas.
Merecem ainda referência o tempo da juvenil Filipa Ferreira, do Núcleo de Desporto da Escola Tomás Cabreira, que, em estreia, realizou 55.43,19 (28.03,60 aos 5.000 m) e, nos 3.000 metros iniciados, a atleta Catarina Marques (CD Quarteira), vencendo com a boa marca de 17.08,99, recorde pessoal.
O programa do torneio contemplou ainda provas para os escalões de benjamins, infantis e iniciados (masculinos e femininos), participando, no total, cerca de três dezenas de atletas, em representação de cinco clubes, sendo que só do Centro Desportivo de Quarteira competiram 18 atletas.

Meio milhar de participantes nas 12 horas de marcha na Malásia

Enorme adesão de participantes registou mais uma edição desta singular e curiosa iniciativa, as 12 horas de marcha atlética realizada em 11 de Dezembro de 2010, com início às 8 horas da noite, sob uma temperatura de 30 graus centígrados e céu geralmente encoberto, num circuito de um quilómetro, desta vez na cidade de Malaca (em malaio, Melaka), declarada em 2008 Património Mundial pela UNESCO. Da presença portuguesa na cidade sobreviveram a Igreja de São Paulo e a Porta de Santiago da Fortaleza de Malaca, conhecida como «A Famosa».

A organização, da responsabilidade da Associação dos Marchadores da Malásia, fundada em 1978, de que é vice-presidente o juiz internacional de marcha Khoo Chong Beng, contou com o apoio de vários patrocinadores.
A todos foi fornecido um «chip» electrónico e a cada duas horas era publicado num quadro instalado no circuito o registo dos quilómetros percorridos em referência a cada participante. Prova de resistência, os participantes podiam fazer, eles próprios, a gestão do seu tempo escolhendo qual o período desejável para se alimentarem, descansarem ou mesmo dormirem um pouco.
Os vencedores foram, nos homens (250 participantes), Thiru Kumaran A/L M. Nalay Sewdakam, da Malásia, com 95 quilómetros (ou 95 voltas) percorridos, e, nas senhoras (214 participantes), TaiSau-King, de Hong-Kong, com 89 quilómetros.
Foto: Race Walkers' Association of Malaysia

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Apresentação de Louise Sutton na conferência de Leeds

Foto: AVIVA ocean racing
O blogue "O Marchador" publica na secção "Técnica" (ao cimo da página) a apresentação «Nutrição e desempenho em marcha atlética», de Louise Sutton, na 1.ª Conferência Europeia de Marcha Atlética, realizada em Leeds, nos dias 5 a 7 de Novembro.
Licenciada desde 1990 em Motricidade Humana, Louise Sutton pós-graduou-se em Dietética (1993) e em Nutrição Desportiva (1999). É professora na Universidade de Leeds, onde ministra cadeiras de nutrição associada ao desporto.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Grande Prémio de Natal de Lisboa com 32 anos de história

Foto: Arquivo O Marchador
No coração da cidade de Lisboa vai realizar-se, a 19 de Dezembro, a 32.ª edição do Grande Prémio de Natal em marcha atlética, destinada a todos os escalões etários, numa organização da Associação de Atletismo de Lisboa.
Recordando 24 de Dezembro de 1978, deverá referir-se que foi um dia muito especial para os marchadores lusos. A então novel especialidade do atletismo português passava a integrar uma das mais prestigiadas provas do calendário associativo da capital do país. A Associação de Atletismo de Lisboa, então presidida por Mário Paiva, reconhecia e apoiava o esforço e dedicação dos entusiastas da marcha atlética.
Nesse dia, logo pela manhã, num domingo de sol, foi dada a partida dos 6.400 metros (aberta apenas a atletas masculinos), na Avenida Norton de Matos (segunda circular), no enquadramento da Quinta de S. Vicente (o cenário das periferias da segunda circular desses tempos era bem diferente do de hoje), com passagens pelo Campo Grande, Campo Pequeno, Saldanha, Marquês de Pombal, percorrendo toda a Avenida da Liberdade para, finalmente, terminar na Praça dos Restauradores.
Na prova inaugural, de que a RTP transmitiu um resumo, vitória para Luís Dias (na foto), representando o Benfica, seguindo-se-lhe José Dias (Benfica), Paulo Alves (Santa Iria), Carlos Graça (Benfica), Dinis Santos (St.ª Cruz), José Tavares (Santa Iria), Fernando Corigo (Santa Iria), Francisco Monteiro (St.ª Cruz), José Pinto (Benfica), José Luís Pinto (Benfica), Rui Oliveira (Benfica), José Alves (Sporting), Emídio Leite (Olivais Sul) e Aires Denis (Clube de Veteranos).
José Pinto vencedor de nove edições, Luís Silva, de cinco, José Urbano, de quatro, e João Vieira, das três últimas edições, são os mais vitoriosos.
Em 28 de Dezembro de 1983 foi a vez da estreia do sector feminino. Participaram nove atletas (oito pertenciam à Associação Desportiva de Oeiras), que fizeram o percurso estabelecido entre o Campo Pequeno e os Restauradores, na distância de 3.300 metros.
Fátima Batuca venceu e depois chegaram Luísa Correia e Ana Bela Aires, Filomena Silva (C.C.D. Olivais Sul), Ana Batuca, Luísa Mourão, Cristina Mota, Paula Machado e Neuza Silva.
As mais vitoriosas são Isilda Gonçalves (5), Paula Gracioso (3), Susana Feitor (3) e Kristina Saltanovic (3).

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Olhão prepara-se para receber a nona edição da Taça da Europa de Marcha

A cidade de Olhão vai receber, no dia 22 de Maio de 2011, a Taça da Europa de Marcha, acontecimento inédito no nosso país.
A decisão foi tomada durante a 124.ª reunião do Conselho da Associação Europeia de Atletismo, realizada em Novembro de 2009, em Barcelona, e teve por base uma proposta de candidatura apresentada pela Federação Portuguesa de Atletismo, pela Associação de Atletismo do Algarve e pela Câmara Municipal de Olhão.
Logo pela manhã de domingo terão lugar a prova mais longa do programa, os 50 km marcha masculinos, e ainda as provas de 10 km juniores, masculinos e femininos. Da parte da tarde realizar-se-ão os 20 km masculinos, encerrando-se a jornada com aquela que é considerada, principalmente para as gentes de Olhão, a prova rainha do programa, os 20 km marcha femininos.
De facto, nesta prova feminina, os olhos vão estar postos nas atletas portuguesas, mas com especial atenção na atleta da “casa” Ana Cabecinha, uma das melhores especialistas do mundo na marcha atlética e que é, desde sempre, treinada por Paulo Murta.
O Algarve foi das primeiras regiões do país onde a marcha atlética surgiu. E foi Hélder Oliveira, durante uma década, o seu grande embaixador tendo representando, no início dos anos 80, o Sporting Clube Olhanense. De exemplar dedicação e uma técnica irrepreensível, manteve-se no topo da especialidade durante vários anos.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vitórias francesa e alemã na Taça de Natal de Yverdon-les-Bains

Foto: SAL Lugano Sezione Marcia
Numa organização do Clube de Marcha Atlética de Yverdon-les-Bains (Suíça), realizou-se domingo (12 de Dezembro) a tradicional Taça de Natal, a que compareceram cerca de 70 atletas, contando-se uma importante representação de franceses e holandeses.

Nos 10 km marcha masculinos, a vitória sorriu ao jovem francês Hugo Andrieu (este ano representou o seu país na prova de juniores da Taça do Mundo de Chihuahua), com o tempo de 45.37 m, seguido de Harold van Beek (Holanda), com 46.38 m, e de Girod Urbain (Suíça), com 48.54 m.

Nos 10 km marcha femininos, de assinalar o claro triunfo da alemã Kathrin Schulze (na foto), com 51.39 m, sobre as francesas Marit Naumann (53.25) e Solenn Harispuru (53.47).
Realizaram-se também provas para os mais jovens, em representação de vários estabelecimentos de ensino do país.
Paralelamente, a Federação Suíça de Atletismo levou a efeito um curso de formação e certificação para juízes de marcha, dirigido pelo juiz internacional de marcha Frédéric Bianchi (Suíça).

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Hong Kong realizou Campeonatos de 20 km

Atletas distinguidos
Foto: Emmanuel Tardi
A Federação de Atletismo de Hong Kong fez disputar, em 5 de Dezembro de 2010, no Hong Kong Science Park, os seus campeonatos nacionais de marcha atlética, na distância de 20 km.
Nos homens venceu Tse Chun Hung, com o tempo de 1.43.06 h e, nas senhoras, o título foi para NG Sau Man, com 2.03.04 h. Ainda teve lugar uma prova masculina para o escalão júnior, de 10 km, de que saiu vencedor o jovem Fan Ming Yan, com 58.07 m.
Naturalmente que as marcas obtidas não podem ser consideradas relevantes. Contudo, deverá realçar-se a presença, à partida, de 25 atletas na prova masculina e de 20 na prova feminina, se bem que vários deles da categoria de veteranos.
Hong Kong é, desde 1997, uma Região Administrativa Especial da República Popular da China e dispõe de elevado grau autonómico em todas as áreas à excepção da defesa e da política externa.

Campeonatos da Austrália de 50 km marcha com vitória de Adams

Foto: Athletics Australia
Luke Adams sagrou-se, pela primeira vez, campeão da Austrália, nos 50 km marcha disputados este domingo em Melbourne.
Adams que já competiu por quatro vezes em Campeonatos Mundiais, e por duas vezes em Jogos Olímpicos, completou a prova em 3.47.34 h, a larga distância dos seus compatriotas Ian Rayson, com 3.59.43 h, e Peter Crump, com 4.59.14 h.
No final, declarou ter conseguido o objectivo a que se propunha, o de realizar o mínimo “A” de qualificação para os Mundiais de Daegu (3.58.00 h) preparando-se, de seguida, para outro dos seus objectivos, os Campeonatos da Austrália de 20 km, em Hobart, em Fevereiro de 2011,onde espera ser também seleccionado para Daegu e competir nas duas distâncias.
Nas outras provas do programa, extra-campeonatos, Adam Rutter foi o vencedor masculino dos 20 km com 1.24.56 h, seguido de Chris Erickon (1.27.30 h), e de Brendon Reading (1.27.33). Nas senhoras, e em igual distância, Claire Tallent alcançou a vitória com 1.35.38 h, seguida de Regan Lamble, (1.36.40 h), e de Kelly Ruddiick (1.40.11 h). Aqui um destaque especial para o excelente resultado da jovem promissora atleta australiana, Regan Lamble, este ano 8.ª classificada nos Mundiais de Juniores.
Nos juniores, vitórias para Dane Bird-Smith, com 42.45 m, nos 10 km masculinos, e para Beth Alexander, com 50.46 m, nos 10 km femininos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Bela festa de aniversário do Centro de Atletismo das Galinheiras

Fotos: José Dias

31 velas foram apagadas em mais um aniversário do Centro de Atletismo das Galinheiras (Lisboa), instituição de utilidade pública fundada em 25 de Dezembro de 1979, e que muito tem feito nas vertentes cultural, social e desportiva.
Uma centena de pessoas associaram-se ao acontecimento. Entre elas contavam-se sócios, que receberam o galardão comemorativo de 25 anos de filiação ao clube, e jovens atletas, distinguidos com a entrega de faixas alusivas aos resultados conseguidos nas mais importantes competições nacionais da época finda.
De assinalar também a participação de representantes autárquicos e da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, além de outras entidades. Presenças muito notadas foram ainda as de Mário Paiva, ex-presidente da Associação de Atletismo de Lisboa, e de José Pinto, atleta olímpico.
Não se pode deixar aqui de fazer uma referência elogiosa a José Henriques, fundador e presidente do Centro de Atletismo das Galinheiras pelo notável trabalho que tem desenvolvido em prol da juventude do bairro onde se insere o clube. Ele próprio, no discurso proferido, enumerou alguns dos obstáculos ultrapassados ao longo de anos e agradeceu os apoios entretanto recebidos. Centrando-se depois em José Pinto, apontou-o aos jovens atletas como exemplo a seguir, pela sua dedicação, sacrifício e força de vontade.
Após o almoço, os convivas foram presenteados com uma excelente sessão de fado, na qual participaram os artistas António Jorge, na guitarra, Eduardo Silva, na viola, a acompanhar as vozes de Jerónimo Caracol, Augusto Jorge, Luísa Soares e Ilda Marques.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Sporting deixa marcha à porta da academia

Foto: Arquivo O Marchador
É sempre motivo de regozijo encontrar referência a qualquer projecto de promoção da actividade desportiva. Quer se trate de iniciativas vindas do mundo associativo quer sejam originárias da área empresarial desportiva ou ainda de estruturas mistas (por exemplo, «academias» de clubes - que geralmente não são nem academias nem clubes), estes projectos renovam o apelo à prática desportiva e reforçam a oferta de actividade, com ou sem condição de pagamento pelo utilizador.

Assim aconteceu recentemente com o Sporting Clube de Portugal, que pôs a circular um prospecto desdobrável anunciando a criação da Academia de Atletismo SCP, a funcionar na Pista Municipal Mário Moniz Pereira. Aí oferece oportunidade de treino a qualquer jovem, consoante a idade: uma vez por semana para os minis, duas vezes para benjamins e infantis, três vezes para iniciados e quatro vezes para juvenis e juniores.

À condição do pagamento de uma mensalidade de 20 a 30 euros, os interessados podem escolher entre saltos (comprimento, triplo, altura e vara), corridas (barreiras, velocidade, estafetas, meio-fundo e fundo) e lançamentos (peso, dardo, disco e martelo). E acrescenta: «Treinos motivadores, adaptados aos vários escalões etários e respeitando as fases de desenvolvimento da criança e do jovem. Treinadores especializados em jovens.»

Pois é, os treinadores podem ser especializados em jovens, mas parece que nenhum se especializou em marcha. E é pena, porque o respeito pelas «fases de desenvolvimento da criança e do jovem» é incompatível com a sonegação de uma actividade que devia fazer parte de um programa como aquele que a Academia de Atletismo SCP propõe.

Então, numa academia de atletismo, as crianças e os jovens podem aprender todas as especialidades menos uma? Por que razão ficou a marcha de fora? Terá sido lapso do autor do prospecto ou o projecto não contempla mesmo a marcha atlética?

Assim, perde-se uma excelente oportunidade para transmitir uma mensagem completa de variedade do atletismo a todas as crianças e a todos os jovens que adiram à ideia sportinguista.

Mas como pôde alguém no Sporting esquecer-se da marcha quando o clube acaba de recrutar para as suas «fileiras» dois dos mais destacados especialistas mundias da disciplina, João Vieira e Vera Santos? Isto no mesmo Sporting que, em 1988, por via de Hélder Oliveira, foi dos primeiros clubes portugueses a terem marchadores seus a participar nos Jogos Olímpicos, ao mesmo tempo que o Benfica (José Urbano) e depois apenas do Belenenses (José Pinto).

O esquecimento (vamos supor que disso se tratou) não é próprio de um clube com os pergaminhos do Sporting. Nem com a responsabilidade social desta venerada colectividade.

Resta agora esperar que, se alguém se apresentar na academia do Sporting para marchar, não será posto a andar... dali para fora.