Sergey Kirdyapkin conquista em Londres o primeiro título olímpico. Foto: LOCOG |
O russo Sergey Kirdyapkin venceu esta manhã os 50 km marcha dos Jogos Olímpicos de Londres, terminando com o magnífico tempo de 3.35.59 h, à frente do australiano Jared Tallent (3.36.53) e do chinês Si Tianfeng (3.37.16). A marca de Kirdyapkin constitui novo recorde olímpico, superando o máximo estabelecido há quatro anos, em Pequim, pelo italiano Alex Schwazer, então creditado com 3.37.09 h. Pedro Isidro foi 40.º, com 3.58.59, enquanto João Vieira desistiu cerca dos 24 quilómetros.
Na melhor prova de 50 km da história olímpica, com sete resultados abaixo de 3.40.00 h e 40 marcas abaixo das quatro horas, o marchador russo teve uma competição que poderia dividir-se em duas. Até aos 35 quilómetros andou pelos grupos da frente, ora liderando ora atrasando-se. Num segundo momento, a partir dessa marca, Kirdyapkin recuperou para a frente da prova e isolou-se na liderança para não mais ser alcançado, deixando o interesse da prova centrado na luta pelas medalhas de prata e de bronze.
Nesse particular prevaleceu Jared Tallent, com uma prova em que andou muito tempo nas proximidades de Kirdyapkin, tanto no grupo da frente como na fase de atraso do russo. Seria também a partir dos 35 quilómetros que iria chegar-se à frente, ainda que de forma menos explícita do que o atleta de Saransk. O australiano chegaria ao segundo lugar a cerca de seis qulómetros do final, depois de ter passado mais de meia prova a gerir duas notas de desclassificação e repetindo a classificação na prova de igual distância dos Jogos de Pequim, em 2008.
Si Tianfeng, que não resistiu ao ataque final de Tallent, teve forças para conservar o lugar de pódio, chegando em terceiro, depois de em certo momento ter dado ideia de poder fazer melhor. Foi ele o responsável pelo atraso de Kirdyapkin e Tallent quando aos 34 quilómetros lançou um ataque que o isolou na dianteira. Só perto dos 40 quilómetros seria alcançado pelo trio de russos presentes (Kirdyapkin, Sergey Bakulin e Igor Erokhin).
A fase final da competição seria ainda marcada pela recuperação do irlandês Robert Heffernan, a retirar bem mais de sete minutos ao seu recorde nacional de 3.45.30 h, estabelecido nos europeus de Barcelona de 2010, terminando agora com 3.37.54 h, a que correspondeu o quarto lugar conseguido ao «sprint» com o russo Erokhin (quinto, com o mesmo tempo).
Com a desistência de João Vieira à passsagem dos 24 quilómetros quando rondava em ascensão cerca do 30.º lugar e queixando-se do calor e do esforço inicial, Pedro Isidro acabou por ser o único português na meta, sendo o 40.º classificado. A marca ficou a 59 segundos do recorde pessoal, que a meio da prova chegou a parecer poder ser batido. Ainda assim, um resultado respeitável para um atleta que se estreava nos Jogos Olímpicos e que, com a marca obtida, honrou a chamada à selecção nacional. Para o atleta de Caxias, missão bem cumprida!
Com o desempenho desta manhã, Pedro Isidro tornou-se o terceiro português a baixar das quatro horas nos 50 km em Jogos Olímpicos, depois das marcas alcançadas por José Pinto em Seul-1988 (3.55.57) e por António Pereira em Pequim-2008 (3.48.12).
Com mais de vinte atletas com recordes pessoais ou nacionais (além do recorde olímpico superado pelos dois primeiros), nota ainda para o novo recorde de África alcançado pelo sul-africano Marc Mundell, a realizar 3.55.32 h, superando por 2.27 minutos o máximo continental que já lhe pertencia desde a Taça do Mundo de Saransk, em Maio passado.
Classificação
1.º, Sergey Kirdyapkin (Rússia), 3.35.59
2.º, Jared Tallent (Austrália), 3.36.53
3.º, Tianfeng Si (China), 3.37.16
4.º, Robert Heffernan (Irlanda), 3.37.54
5.º, Igor Erokhin (Rússia), 3.37.54
6.º, Sergey Bakulin (Rússia), 3.38.55
7.º, Jianbo Li (China), 3.39.01
8.º, Matej Tóth (Eslováquia), 3.41.24
9.º, Lukasz Nowak (Polónia), 3.42.47
10.º, Koichiro Morioka (Japão), 3.43.14
11.º, André Höhne (Alemanha), 3.44.26
12.º, Bertrand Moulinet (França), 3.45.35
13.º, Chilsung Park (Coreia do Sul), 3.45.55
14.º, Ivan Trotski (Bielorrússia), 3.46.09
15.º, Jarkko Kinnunen (Finlândia), 3.46.25
16.º, Horacio Nava (México), 3.46.59
17.º, Marco De Luca (Itália), 3.47.19
18.º, Rafal Sikora (Polónia), 3.47.47
19.º, Ihor Hlavan (Ucrânia), 3.48.07
20.º, Jesús Ángel García (Espanha), 3.48.32
21.º, Trond Nymark (Noruega), 3.48.37
22.º, Nathan Deakes (Austrália), 3.48.45
23.º, Omar Zepeda (México), 3.49.14
24.º, Christopher Linke (Alemanha), 3.49.19
25.º, Aléxandros Papamihaíl (Grécia), 3.49.56
26.º, Luke Adams (Austrália), 3.53.41
27.º, Emerson Hernandez (São Salvador), 3.53.57
28.º, José Leyver (México), 3.55.00
29.º, Brendan Boyce (Irlanda), 3.55.01
30.º, Quentin Rew (Nova Zelândia), 3.55.03
31.º, Cedric Houssaye (França), 3.55.16
32.º, Marc Mundell (África do Sul), 3.55.32
33.º, Fredy Hernández (Colômbia), 3.56.00
34.º, Junghyun Yim (Coreia do Sul), 3.56.34
35.º, Serhiy Budza (Ucrânia), 3.56.35
36.º, Basanta Bahadur Rana (Índia), 3.56.48
37.º, Jianguo Zhao (China), 3.56.59
38.º, Dong-young Kim (Coreia do Sul), 3.57.33
39.º, Marius Cocioran (Roménia), 3.57.52
40.º, Pedro Isidro (Portugal), 3.58.59
41.º, Antti Kempas (Finlândia), 4.01.50
42.º, Mikel Odriozola (Espanha), 4.02.48
43.º, John Nunn (E.U. América), 4.03.28
44.º, Maciej Rosiewicz (Geórgia), 4.05.20
45.º, Igors Kazakevics (Letónia), 4.06.47
46.º, Tadas Šuškevicius (Lituânia), 4.08.16
47.º, Xavier Moreno (Equador), 4.09.23
48.º, Miloš Bátovský (Eslováquia), 4.09.32
49.º, Vitaliy Anichkin (Casaquistão), 4.14.09
50.º, Benjamín Sánchez (Espanha), 4.14.40
51.º, Dominic King (Grã-Bretanha), 4.15.05
2.º, Jared Tallent (Austrália), 3.36.53
3.º, Tianfeng Si (China), 3.37.16
4.º, Robert Heffernan (Irlanda), 3.37.54
5.º, Igor Erokhin (Rússia), 3.37.54
6.º, Sergey Bakulin (Rússia), 3.38.55
7.º, Jianbo Li (China), 3.39.01
8.º, Matej Tóth (Eslováquia), 3.41.24
9.º, Lukasz Nowak (Polónia), 3.42.47
10.º, Koichiro Morioka (Japão), 3.43.14
11.º, André Höhne (Alemanha), 3.44.26
12.º, Bertrand Moulinet (França), 3.45.35
13.º, Chilsung Park (Coreia do Sul), 3.45.55
14.º, Ivan Trotski (Bielorrússia), 3.46.09
15.º, Jarkko Kinnunen (Finlândia), 3.46.25
16.º, Horacio Nava (México), 3.46.59
17.º, Marco De Luca (Itália), 3.47.19
18.º, Rafal Sikora (Polónia), 3.47.47
19.º, Ihor Hlavan (Ucrânia), 3.48.07
20.º, Jesús Ángel García (Espanha), 3.48.32
21.º, Trond Nymark (Noruega), 3.48.37
22.º, Nathan Deakes (Austrália), 3.48.45
23.º, Omar Zepeda (México), 3.49.14
24.º, Christopher Linke (Alemanha), 3.49.19
25.º, Aléxandros Papamihaíl (Grécia), 3.49.56
26.º, Luke Adams (Austrália), 3.53.41
27.º, Emerson Hernandez (São Salvador), 3.53.57
28.º, José Leyver (México), 3.55.00
29.º, Brendan Boyce (Irlanda), 3.55.01
30.º, Quentin Rew (Nova Zelândia), 3.55.03
31.º, Cedric Houssaye (França), 3.55.16
32.º, Marc Mundell (África do Sul), 3.55.32
33.º, Fredy Hernández (Colômbia), 3.56.00
34.º, Junghyun Yim (Coreia do Sul), 3.56.34
35.º, Serhiy Budza (Ucrânia), 3.56.35
36.º, Basanta Bahadur Rana (Índia), 3.56.48
37.º, Jianguo Zhao (China), 3.56.59
38.º, Dong-young Kim (Coreia do Sul), 3.57.33
39.º, Marius Cocioran (Roménia), 3.57.52
40.º, Pedro Isidro (Portugal), 3.58.59
41.º, Antti Kempas (Finlândia), 4.01.50
42.º, Mikel Odriozola (Espanha), 4.02.48
43.º, John Nunn (E.U. América), 4.03.28
44.º, Maciej Rosiewicz (Geórgia), 4.05.20
45.º, Igors Kazakevics (Letónia), 4.06.47
46.º, Tadas Šuškevicius (Lituânia), 4.08.16
47.º, Xavier Moreno (Equador), 4.09.23
48.º, Miloš Bátovský (Eslováquia), 4.09.32
49.º, Vitaliy Anichkin (Casaquistão), 4.14.09
50.º, Benjamín Sánchez (Espanha), 4.14.40
51.º, Dominic King (Grã-Bretanha), 4.15.05
Desclassificados: Edward Araya (Chile), Andrés Chocho (Equador), Yohann Diniz (França), Erick Barrondo (Guatemala), Jaime Quiyuch (Guatemala), Colin Griffin (Irlanda), Yuki Yamazaki (Japão), Oleksiy Kazanin (Ucrânia).
Desistentes: Takayuki Tanii (Japão), Rafal Fedaczynski (Polónia), João Vieira (Portugal), Nenad Filipovic (Sérvia).