O documento abaixo transcrito, uma tradução da comunicação elaborada, em língua inglesa, pelo Comité de Marcha da AIFA, está a ser distribuído pelos jornalistas da imprensa, rádio e televisão, acreditados para os Jogos Olímpicos de Londres.
O objectivo é o de ajudar a melhor se compreender o que é a marcha atlética e como funciona o sistema de comunicação no ajuizamento da especialidade.
São 31 os juízes internacionais de marcha do principal painel da federação internacional de atletismo (nível III), avaliados, a cada quatro anos. 17 são da Europa, 6 da América, 4 da Ásia, 3 da Oceânia e 1 de África. O nosso país dispôe actualmente de dois elementos no referido painel: José Dias e Joaquim Graça.
Marcha Atlética – O que necessita de saber
Por alguém que deveria saber!
Jane Saville – desclassificada (DQ) nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000 e medalha de bronze de 20 Km marcha nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004
A desclassificação não significa que o atleta se encontra a correr! Significa tão-só que o atleta não se encontra a marchar de acordo com as regras e a definição. 99,9% dos atletas que são desclassificados não infringem intencionalmente as regras mas, por vezes, a pressão da competição ou a fadiga na parte final da prova originam infracções técnicas.
A regra actualmente em vigor tem duas partes igualmente importantes:
basicamente, de acordo com o ajuizamento pelo olho humano, os marchadores têm de manter o contacto permanente com o solo (cuja infracção é designada por “suspensão” ou “perda de contacto”) e a perna do marchador tem, em cada passo que este efectua, que se encontrar estendida, ou seja, não flectida no joelho, desde o momento em que o pé toca no solo até ao momento em que a perna passa na vertical do tronco (cuja infracção é designada por “flexão” ou “perna flectida”).
O ajuizamento é realizado APENAS à vista directa. Imagens de vídeo, sejam ou não em movimento lento, não são utilizadas no ajuizamento.
O percurso (circuito) em Londres – assim como em todas as principais competições – tem 2 Km de extensão. Existem oito juízes de marcha posicionados ao longo do percurso. O Juiz-Chefe de Marcha supervisiona todos os demais juízes e utiliza uma placa vermelha (ou raqueta vermelha), com a qual apenas procede à notificação das desclassificações dos atletas, não lhes atribuindo notas de desclassificação.
Placas amarelas (ou raquetas amarelas): são mostradas aos atletas quando o juiz de marcha não se encontra totalmente satisfeito quanto ao facto de aqueles marcharem em conformidade com as regras, isto é, quando estão no limite da regularidade. Basicamente, o juiz de marcha está a dizer ao atleta “Estou a observar-te com atenção e tu necessitas de melhorar”. Esta acção não influencia a desclassificação dos atletas. Cada juiz de marcha só pode mostrar ao atleta uma raqueta amarela por cada infracção (flexão ou suspensão). Cada raqueta amarela tem, em ambas as faces, o símbolo de uma infracção: < para a flexão ou ~ para a suspensão.
Placas amarelas (ou raquetas amarelas): são mostradas aos atletas quando o juiz de marcha não se encontra totalmente satisfeito quanto ao facto de aqueles marcharem em conformidade com as regras, isto é, quando estão no limite da regularidade. Basicamente, o juiz de marcha está a dizer ao atleta “Estou a observar-te com atenção e tu necessitas de melhorar”. Esta acção não influencia a desclassificação dos atletas. Cada juiz de marcha só pode mostrar ao atleta uma raqueta amarela por cada infracção (flexão ou suspensão). Cada raqueta amarela tem, em ambas as faces, o símbolo de uma infracção: < para a flexão ou ~ para a suspensão.
Notas de desclassificação (ou cartões vermelhos): são atribuídas pelo juiz de marcha quando este entende que o atleta se encontra a infringir alguma das regras. Cada juiz de marcha pode atribuir apenas uma nota de desclassificação a cada atleta, seja por flexão ou por suspensão. As notas de desclassificação nunca são mostradas directamente aos atletas, pelo que estes não têm conhecimento de quais os juízes que as emitiram.
Três notas de desclassificação = Desclassificação (DQ)
QUADRO DAS NOTAS DE DESCLASSIFICAÇÃO, usualmente designado QUADRO DAS DESCLASSIFICAÇÕES: é um quadro electrónico no qual as notas de desclassificação, com os símbolos das respectivas infracções, são afixadas para que os atletas tomem conhecimento delas. Assim, quando é atribuída uma nota de desclassificação a um atleta, no quadro das desclassificações é exibido, junto ao número daquele, o símbolo da infracção cometida:
< flexão
~ suspensão
Placa vermelha (ou raqueta vermelha): é mostrada ao atleta somente quando este é desclassificado e é utilizada apenas pelo Juiz-Chefe de Marcha e pelos seus Assistentes.
Nos últimos 100 metros de prova, o Juiz-Chefe de Marcha tem o poder de desclassificar qualquer atleta relativamente ao qual entenda que infringe obviamente alguma das regras, independentemente do número de notas de desclassificação que lhe tenham sido atribuídas. Este poder destina-se a evitar que qualquer atleta deixe ostensivamente de cumprir as regras na parte final da prova no caso de não lhe ter sido atribuída qualquer nota de desclassificação.
Realizam-se três provas de marcha nos Jogos Olímpicos:
20 km masculinos
20 km femininos
50 km masculinos
A que velocidades marcham os atletas?
O recorde mundial de 20 km masculinos é 1.17.16. Equivale a 3.51 por quilómetro e a 15,53 km/h. Do Estádio Olímpico a The Wimbledon Tennis Club distam aproximadamente 20 km em linha recta.
O recorde mundial de 20 km femininos é 1.25.08. Equivale a 4.15 por quilómetro e a 14,1 km/h.
O recorde mundial dos 50 km masculinos é 3.34.14. Equivale a 4.17 por quilómetro e a pouco mais de 14 km/h. Os atletas masculinos cobrem a distância da maratona em cerca de três horas!
O Estádio Olímpico dista, em linha recta, aproximadamente 40 km de Heathrow e aproximadamente 50 km de Gatwick.
