Ding Chen, o novo campeão olímpico dos 20 km marcha. Foto: West Waterford AC |
O chinês Ding Chen sagrou-se esta tarde campeão olímpico dos 20 km marcha, vencendo em Londres a prova da distância dos Jogos Olímpicos, com 1.18.46 h, à frente do guatemalteco Erick Barrondo (1.18.57) e do também chinês Zhen Wang (1.19.25). A marca de Chen passa a constituir máximo olímpico, melhorando em 13 segundos o anterior recorde, do polaco Robert Korzeniowski, estabelecido nos Jogos de Sydney, em 2000. O português João Vieira esteve em grande plano, classificando-se na 11.ª posição, com o magnífico tempo de 1.20.41 h, numa prova de grande emoção e espectacularidade.
Na fase inicial, o japonês Yusuke Suzuki foi quem conseguiu maior destaque, isolando-se aos três quilómetros, para passar à primeira légua com 20.17 m. Nunca chegando a ter mais de 30 a 40 metros de vantagem, Suzuki acabaria apanhado aos oito quilómetros, entrando numa queda drástica na classificação, que o levaria para lugares finais muito discretos.
Foi nessa altura que os atletas chineses e russos tomaram conta da frente da competição, com Zhen Wang a liderar a recuperação, num grupo que incluía ainda o australiano Jared Tallent, o mexicano Eder Sánchez, o colombiano Luis Fernando López, o espanhol Miguel Ángel López, o irlandês Robert Heffernan, o guatemalteco Erik Barrondo e indiano Irfan Kolothun Todi.
Com meia prova cumprida em 40.08 m, surgia então o momento de brilho do surpreendente francês Bertrand Moulinet, num ataque que espantou os próprios responsáveis da equipa. Acabaria apanhado pouco depois, a caminho dos 13 quilómetros, mas resistiu até final, terminando em oitavo lugar.
A fase mais espectacular e emocionante da prova estava a chegar com a légua final, à entrada da qual Ding Chen desferiu um ataque que fragmentou o grupo da frente. Nesta fase resistiam apenas o compatriota Wang, os russos Valeriy Borchin (campeão em título) e Vladimir Kanaykin (recordista mundial) e ainda Erik Barrondo, da Guatemala. O colombiano Luis Fernando López atrasava-se um
pouco, para recuperar pouco depois mas sendo desclassificado logo de seguida, tal como Kanaykin.
Com um quarteto na frente (Chen, Wang, Borchin e Barrondo), Ding Chen voltou a atacar, de forma irremediável, com Borchin e Barrondo atrás e Zhen Wang já a atrasar-se. Valeriy Borchin viria a tombar de exaustão aos 19 km, caindo para cima da vedação, quando Ding Chen já celebrava, ainda muitas centenas de metros antes da meta. Chen era a figura maior de um domínio chinês quase esmagador na classificação final, ocupando os 1.º, 3.º e 4.º lugares.
João Vieira, o único português em prova, cumpriu a distância com uma impressionante regularidade de ritmo, que pouco se afastou da média de 4.00 a 4.02 minutos por quilómetro. Resultado dessa regularidade, cada volta dava a João Vieira uma subida na classificação. Depois de iniciar a prova no fim do pelotão, o português entrava nos 40 primeiros aos 5 km, era 24.º aos 10 km, passava aos 15 km por volta do 16.º lugar, para terminar no 11.º posto. Uma prova de grande nível, anunciando um grande desempenho dentro de uma semana, nos 50 km.
Numa jornada de grande domínio chinês, uma palavra final para a exiguidade do percurso, facto que, em certas zonas, tornou difícil a actuação dos juízes, pelo menos na fase da prova em que os grupos eram compostos por muitas unidades.
Classificação:
20 km masculinos
1.º, Ding Chen (China), 1.18.46
2.º, Erick Barrondo (Guatemala), 1.18.57
3.º, Zhen Wang (China), 1.19.25
4.º, Zelin Cai (China), 1.19.44
5.º, Miguel Ángel López (Espanha), 1.19.49
6.º, Eder Sánchez (México), 1.19.52
7.º, Jared Tallent (Austrália), 1.20.02
8.º, Bertrand Moulinet (França), 1.20.12
9.º, Robert Heffernan (Irlanda), 1.20.18
10.º, Irfan Kolothum Thodi (Índia), 1.20.21
11.º, João Vieira (Portugal), 1.20.41
12.º, Dzianis Simanovich (Bielorrússia),1.20.42
13.º, Iñaki Gómez (Canadá), 1.20.58
14.º, Erik Tysse (Noruega), 1.21.00
15.º, Aléxandros Papamihaíl (Grécia), 1.21.12
16.º, Ivan Trotski (Bielorrússia), 1.21.23
17.º, Hyunsub Kim (Coreia do Sul), 1.21.36
18.º, Isamu Fujisawa (Japão), 1.21.48
19.º, Dawid Tomala (Polónia), 1.21.55
20.º, Eider Arévalo (Colômbia), 1.22.00
21.º, André Höhne (Alemanha), 1.22.02
22.º, Juan Manuel Cano (Argentina), 1.22.10
23.º, Anton Kucmin (Eslováquia), 1.22.25
24.º, Grzegorz Sudol (Polónia), 1.22.40
25.º, Takumi Saito (Japão), 1.22.43
26.º, Trevor Barron (E.U. América), 1.22.46
27.º, Nazar Kovalenko (Ucrânia), 1.22.54
28.º, James Rendón (Colômbia), 1.22.54
29.º, Rafal Augustyn (Polónia), 1.23.17
30.º, Ruslan Dmytrenko (Ucrânia), 1.23.21
31.º, Youngjun Byun (Coreia do Sul), 1.23.26
32.º, Máté Helebrandt (Hungria), 1.23.32
33.º, Gurmeet Singh (Índia), 1.23.34
34.º, Isaac Palma (México), 1.23.35
35.º, Georgiy Sheiko (Cazaquistão), 01.23.52
36.º, Yusuke Suzuki (Japão), 1.23.53
37.º, Andrey Krivov (Rússia), 1.24.17
38.º, Chris Erickson (Austrália), 1.24.19
39.º, Caio Bonfim (Brasil), 1.24.45
40.º, Marius Žiukas (Lituânia), 1.24.45
41.º, Yerko Araya (Chile), 1.25.27
42.º, Giorgio Rubino (Itália), 1.25.28
43.º, Baljinder Singh (Índia), 1.25.39
44.º, Mauricio Arteaga (Ecuador), 1.25.51
45.º, Arnis Rumbenieks (Letónia), 1.26.26
46.º, Ever Palma (México), 1.26.30
47.º, Ivan Losev (Ucrânia), 1.26.50
48.º, Predrag Filipovic (Sérvia), 1.27.22
1.º, Ding Chen (China), 1.18.46
2.º, Erick Barrondo (Guatemala), 1.18.57
3.º, Zhen Wang (China), 1.19.25
4.º, Zelin Cai (China), 1.19.44
5.º, Miguel Ángel López (Espanha), 1.19.49
6.º, Eder Sánchez (México), 1.19.52
7.º, Jared Tallent (Austrália), 1.20.02
8.º, Bertrand Moulinet (França), 1.20.12
9.º, Robert Heffernan (Irlanda), 1.20.18
10.º, Irfan Kolothum Thodi (Índia), 1.20.21
11.º, João Vieira (Portugal), 1.20.41
12.º, Dzianis Simanovich (Bielorrússia),1.20.42
13.º, Iñaki Gómez (Canadá), 1.20.58
14.º, Erik Tysse (Noruega), 1.21.00
15.º, Aléxandros Papamihaíl (Grécia), 1.21.12
16.º, Ivan Trotski (Bielorrússia), 1.21.23
17.º, Hyunsub Kim (Coreia do Sul), 1.21.36
18.º, Isamu Fujisawa (Japão), 1.21.48
19.º, Dawid Tomala (Polónia), 1.21.55
20.º, Eider Arévalo (Colômbia), 1.22.00
21.º, André Höhne (Alemanha), 1.22.02
22.º, Juan Manuel Cano (Argentina), 1.22.10
23.º, Anton Kucmin (Eslováquia), 1.22.25
24.º, Grzegorz Sudol (Polónia), 1.22.40
25.º, Takumi Saito (Japão), 1.22.43
26.º, Trevor Barron (E.U. América), 1.22.46
27.º, Nazar Kovalenko (Ucrânia), 1.22.54
28.º, James Rendón (Colômbia), 1.22.54
29.º, Rafal Augustyn (Polónia), 1.23.17
30.º, Ruslan Dmytrenko (Ucrânia), 1.23.21
31.º, Youngjun Byun (Coreia do Sul), 1.23.26
32.º, Máté Helebrandt (Hungria), 1.23.32
33.º, Gurmeet Singh (Índia), 1.23.34
34.º, Isaac Palma (México), 1.23.35
35.º, Georgiy Sheiko (Cazaquistão), 01.23.52
36.º, Yusuke Suzuki (Japão), 1.23.53
37.º, Andrey Krivov (Rússia), 1.24.17
38.º, Chris Erickson (Austrália), 1.24.19
39.º, Caio Bonfim (Brasil), 1.24.45
40.º, Marius Žiukas (Lituânia), 1.24.45
41.º, Yerko Araya (Chile), 1.25.27
42.º, Giorgio Rubino (Itália), 1.25.28
43.º, Baljinder Singh (Índia), 1.25.39
44.º, Mauricio Arteaga (Ecuador), 1.25.51
45.º, Arnis Rumbenieks (Letónia), 1.26.26
46.º, Ever Palma (México), 1.26.30
47.º, Ivan Losev (Ucrânia), 1.26.50
48.º, Predrag Filipovic (Sérvia), 1.27.22
Desclassificados: Luis Fernando López (Colômbia) e Vladimir Kanaykin (Rússia).
Desistentes: Adam Rutter (Austrália), Álvaro Martín (Espanha), Ebrahim Rahimian (Irão), Chilsung Park (Coreia do Sul), Valeriy Borchin (Rússia) e Hassanine Sebei (Tunísia).