Yohann Diniz já tropeçara nos europeus de Barcelona de 2010. Foto: AP |
O francês Yohann Diniz, recordista mundial dos 50 mil metros marcha, terminou os 50 km marcha dos Jogos Olímpicos de Londres no oitavo lugar, com 3.39.32 h. Concluída a prova, descansou um pouco e dirigiu-se para a zona mista, onde foi de imediato acediado pelos jornalistas, sobretudo franceses, desejosos de conhecer as suas impessões da prova. A certo momento, respondidas todas as perguntas, um repórter fotográfico vem dar ao atleta a notícia que a todos espantou: afinal, Diniz tinha sido desclassificado.
Em causa estaria um abastecimento fora da zona regulamentada para o efeito. Em Daegu, durante os mudiais de 2011, o desfecho tinha sido o mesmo, só que aí a razão tinham sido três notas de desclassificação.
Reunidas algumas informações, percebe-se que a história começou cerca dos 35 quilómetros de competição, quando no grupo da frente se produziu uma aceleração a que Yohann Diniz não conseguiu responder. Na volta seguinte, passando junto da zona de abastecimento, o atleta francês teve uma atitude invulgar: além de ouvir os conselhos do treinador, olhou para Pascal Chirat, mas, ao concentrar-se no treinador, acabou por tropeçar nos pés das barreiras de vedação e caiu. Levantou-se, retomou a prova e mais à frente parou para despejar algumas garrafas de água para limpar os arranhões. O problema foi ter recebido essa água fora da zona de abastecimento, acto considerado irregular.
Pouco depois, Pascal Chirat recebia a informação de que o seu atleta iria ser desclassificado. Estava-se nos 43 quilómetros de prova e, vinte minutos depois, a chefia da equipa francesa de atetismo apresentava reclamação da desclassificação. Em vão: Diniz foi mesmo desclassificado, por abastecimento fora do local previsto para o efeito. Na folha de classificação, o nome de Yohann Diniz aparece no lote dos desclassificados. Sem qualquer nota de desclassificação.