Erick Barrondo. Fotos: Markus Schreiber (AP). |
Passados alguns
minutos após ter sido conhecida a conquista da histórica medalha de prata pelo
marchador guatemalteco Erick Barrondo, nos 20 km marcha, disputados este
sábado, num circuito de 2 km, delineado junto ao Palácio de Buckingham,
residência oficial da rainha de Inglaterra, Isabel II, as gentes das vilas e
cidades da Guatemala saíram às ruas celebrando o acontecimento num clima de
autêntica euforia.
Nunca a Guatemala,
desde a sua primeira presença nuns Jogos Olímpicos, os de Helsínquia, em 1952,
conseguira qualquer medalha. Baixou, assim, para 79 o número de países sem
atletas no pódio desde que os Jogos Olímpicos tiveram a sua edição inaugural,
em 1896.
O atleta de San
Cristóbal Alta Verapaz, localidade a 210 km da capital, recebeu a
seguinte mensagem do Presidente da República do seu país, Otto Pérez Molina: “Erick, 15 milhões de guatemaltecos estão
orgulhosos pela tua proeza e voltaram a acreditar e a confiar que com dedicação
e trabalho se poderá chegar longe. Estamos à tua espera. Serás recebido como um
herói. Desejamos-te o melhor para a tua próxima competição (50 km)”.
O presidente anunciou
que deu instruções ao responsável pelo desporto para que se organize uma grande
festa nacional aquando do regresso de Barrondo. As autoridades desportivas
comunicaram que o atleta receberá um prémio de 500 mil quetzales, o equivalente
a 50.000 euros.
“Sabe-se
que na Guatemala há problemas com armas e facas”, declarou Erick Barrondo à
imprensa acrescentando, ainda, desejar que esta medalha inspire a juventude do
seu país a terminar com esse flagelo e a calçar um par de ténis, praticando
desporto.
Erick tem à sua
espera, dia 11, a dura prova dos 50 km, onde possui uma marca, nada
desprezível, de 3.44.59, tempo conseguido nos Campeonatos de Espanha e
Portugal, celebrados em março deste ano, em Pontevedra, Galiza, prova da qual
saiu vitorioso, assim como o português João Vieira, que foi segundo num
também magnífico tempo de 3.45.17.
Uma nota para o
treinador de Eick Barrondo, o cubano Rigoberto Medina. Contratado, há cerca de
dois anos, pela federação guatemalteca, depois de já ter passado pelo México e
El Salvador, o seu trabalho tem sido muito elogiado. Com todo o merecimento,
pois os êxitos estão à vista!