Partida para os 20 km femininos da Taça da Europa de Marcha, Olhão-2011. Foto: Manuel Teijeiro |
É claro, a Taça da Europa de Marcha não é um evento nacional, mas a edição realizada em Olhão em Maio deste ano não pode deixar de ser encarada pela relevância que teve no plano interno. Reconhecida por muitos agentes como um evento muito bem organizado, a IX Taça da Europa de Marcha Atlética foi uma demonstração da capacidade organizativa portuguesa, muito marcada desde logo pela já grande experiência de realização de eventos internacionais no nosso país.
Mas deve assinalar-se a grande coragem de trazer para Portugal a principal competição continental da marcha. A organização desta manifestação desportiva representou um importante investimento para diversas entidades, com especial relevo para a Câmara Municipal de Olhão. Um investimento que, para quem quiser uma análise assente na frieza dos números, terá tido pouco ou nenhum retorno contabilístico. Porventura, o principal benefício terá sido expresso na afirmação internacional da capacidade organizativa dos portugueses, em especial das gentes do Algarve e de Olhão.
A Taça da Europa de Marcha de 2011 atraiu um conjunto notável de atletas, espécie de colheita especial de entre a elite continental da modalidade, que, com poucas excepções, compareceu em peso para uma jornada de provas em Olhão. Um pelotão de marchadores com uma quantidade e uma qualidade nunca vistas em Portugal.
Já em anos não muito recuados tinha havido a intenção de apresentar uma candidatura portuguesa à organização de uma taça da Europa de marcha, mas as dificuldades acabaram por se impor e obrigar a esperar por Maio de 2011 para se acolher o evento em Portugal. Talvez em anos próximos venhamos a poder ver no nosso país uma edição da taça do mundo. Ou talvez não. Por agora, fiquemo-nos pelas razões acima expostas para justificar a escolha da Taça da Europa de Marcha Atlética como acontecimento nacional de 2011.