A organização do Grande Prémio de Marcha de Qujing, China. Fotomontagem: O Marchador |
A realização, nesta última
quarta-feira, do Grande Prémio de Marcha Atlética de Qujing, na província de
Yunnan, no sudoeste da China, revelou-se de altíssima qualidade organizativa,
não havendo nenhum pormenor que fosse descurado, isto a exemplo de outros eventos
da disciplina que habitualmente têm lugar em diferentes regiões do país onde a
especialidade está mais implantada.
Num circuito completamente plano com
um perímetro de um quilómetro (500 metros no sentido ida e volta), delimitado
por vasos de flores, milimetricamente distanciados uns dos outros, instalado no
Parque Cultural e Desportivo do lindo centro histórico da cidade, o evento
contou com a colaboração ativa de mais de centena e meia de pessoas, entre
juízes e voluntários.
A China é nos dias de hoje uma das
maiores potências mundiais da especialidade e os seus melhores marchadores têm
obtido resultados de alto nível nas maiores competições planetárias,
nomeadamente nos Mundiais de Atletismo e nos Jogos Olímpicos, com o ganho de
medalhas tanto no setor masculino como no feminino.
Nesse sentido, o contributo do
técnico italiano Sandro Damilano, contratado pela Federação de Atletismo da
China após os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, tem-se revelado fundamental.
Damilano que já ultrapassou largamente a fasquia das 50 medalhas obtidas por
atletas treinados por si nas grandes competições, numa carreira de quase meio
século dedicada à marcha atlética, teve o seu primeiro êxito (era treinador dos
seus irmãos Giorgio e Maurizio), com a medalha de ouro obtida por Maurizio
Damilano nos Jogos Olímpicos de Moscovo, em 1980. Em junho deste ano, em
reconhecimento do seu trabalho de mais de 10 anos à frente da seleção chinesa e
pelo sucesso nas Olimpíadas de 2012 e 2016, Shijie Duan, presidente da federação
chinesa de atletismo, galardoou o técnico italiano, nascido em Scarnafigi, em
24 de fevereiro de 1950.
Evidentemente que fundamental tem
sido o investimento financeiro na modalidade e o consequente apoio aos atletas
da seleção chinesa e técnicos locais que passam largos meses no Centro de Alto
Rendimento de Marcha Atlética de Saluzzo, em Itália, creditado pela IAAF e que
foi criado em 2002 pelos irmãos Giorgio, Maurizio e Sandro Damilano.
Por outro lado, na monotorização dos
índices técnico-regulamentares dos seus atletas, desde 2007 que a Federação de
Atletismo da China tem contado com a regular presença dos melhores juízes
internacionais de marcha nos seus eventos, a maioria dos quais do continente
europeu (em maior número no principal painel da IAAF) e neste ano, em todas as
nove provas mais importantes do seu calendário, pelo menos três internacionais
integram o júri da competição. Em setembro, nos campeonatos da China, e em
outubro, na volta ao Lago Taihu, esta a última prova do Challenge Mundial da IAAF,
a federação chinesa contará com a presença de juízes especialistas
estrangeiros, no primeiro dos referidos eventos com 4 deles, entre os quais o
português Vasco Guedes, e no segundo com outros 10 internacionais, integrando
esta equipa o português José Dias.