segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Claudio Villanueva vence 50 km dos Pan-americanos de Lima

Claudio Villanueva a caminho da vitória nos 50 km marcha
dos pan-americanos de Lima. Foto: Fernando Vergara, AP
O equatoriano Claudio Villanueva venceu este domingo, 11 de agosto, a prova masculina dos 50 km marcha da última jornada dos XVIII Jogos Pan-americanos, que decorreram em Lima, no Peru, desde 24 de Julho. Villanueva creditou-se com 3.50.01 h, adiante do mexicano Horacio Nava (3.51.45) e do colombiano Diego Pinzón (3.53.49), numa prova em que se classificaram apenas mais dois concorrentes de um total de 14 à partida.

Claudio Villanueva, que na semana anterior à prova completou 31 anos, acabou por não ficar muito longe do recorde pessoal na distância, estabelecido em 2017 durante os mundiais de atletismo de Londres, quando averbou 3.49.27 h.

O marchador equatoriano fez em Lima uma prova cautelosa, não se atrevendo a comandar nem a forçar ritmos na fase inicial da competição. Aos cinco quilómetros registava uma passagem de 23.29 m, bastante atrás da dupla que então seguia na dianteira, composta pelo mexicano Nava e pelo equatoriano Andrés Chocho (vencedor em Toronto-2015), ambos creditados com 22.44 m na primeira légua. A vantagem dos primeiros foi aumentando nas voltas seguintes para lá de um minuto, mas, a meio da prova, Villanueva já integrava o grupo da liderança, cumprindo os primeiros 25 quilómetros em 1.54.20 h, a par de Nava e com cerca de 10 metros de avanço sobre o peruano Luis Campos e 20 metros para o guatemalteco Erick Barrondo.

Seria na aproximação aos 40 quilómetros que Claudio Villanueva viria a isolar-se na frente, para terminar estes 50 km de marcha na condição de campeão das Américas, numa jornada marcada pela chuva e pelo (sempre bem-vindo) rigor dos juízes. Horacio Nava, vencedor nesta distância nos pan-americanos de 2011 (México), conseguiu gerir as dificuldades e garantir o segundo lugar, a um minuto e 44 segundos de Villanueva, enquanto Diego Pinzón fez uma prova ainda mais contida que a do vencedor e conquistou a medalha de bronze, com mais 3.48 minutos que o novo campeão pan-americano.

«Estava a gerir a minha prova e a ver que os juízes estavam muito rigorosos e que muita gente ia caindo», declarou Villanueva à imprensa após a vitória, em tom de modéstia, dado que não precisou das desistências e das desclassificações dos colegas de competição para sagrar-se vencedor.

Concluíram a prova também o brasileiro Caio Bonfim, com altos e baixos no ritmo e uma marca final de 3.57.54 h, e ainda Matthew Forgues, dos Estados Unidos, com 4.19.28 h. Entre os nove desistentes ou desclassificados, realce para os irmãos guatemaltecos Erick e Bernardo Barrondo e para o equatoriano Andrés Chocho, vencedor na edição anterior, Toronto-2015.

No final, o vencedor, que já teve a nacionalidade espanhola e chegou a sagrar-se campeão desse país durante os campeonatos realizados conjuntamente com Portugal na cidade portuguesa de Montijo, em 2013, dedicou de forma emocionada a vitória pan-americana ao pai, que em 2017 desapareceu nas montanhas de Cuenca sem que até hoje tivesse sido encontrado. «Pai, se estiveres vivo e a ver-me, esta medalha é para ti, mas se tiveres morrido, cuida de mim lá no céu», afirmou o marchador agora equatoriano e que, precisamente nesse ano de 2017 e também na capital do Peru, se tinha já sagrado vencedor da Taça Pan-americana de Marcha.

Classificação
1.º, Claudio Villanueva (Equador), 3.50.01
2.º, Horacio Nava (México), 3.51.45
3.º, Diego Pinzón (Colômbia), 3.53.49
4.º, Caio Bonfim (Brasil), 3.57.54
5.º, Matthew Forgues (EUA), 4.19.28
Desistentes: Erick Barrondo (Guatemala), Luis Campos (Peru), Mathieu Bilodeau (Canadá) e Nicholas Christie (EUA).
Desclassificados: Bernardo Barrondo (Guatemala), Andrés Chocho (Equador), Isaac Palma (México), Ronal Quispe (Bolívia) e Jorge Fajardo (Colômbia).