A comitiva nacional no Encontro Hexagonal de Marcha ESP - RDA - ITA - SWE - FRA - POR na Corunha-1988. Fotos (arquivo): IG Velhosmontes/Paulo Revez e O Marchador Montagem: O Marchador |
Assinalam-se hoje, 4 de junho, 30 anos desde a primeira vez que a
seleção nacional de Portugal participou num Encontro Internacional de Marcha
Atlética, que envolveu a participação de outras cinco seleções nacionais do
continente europeu, nomeadamente a Espanha, a República Democrática Alemã (RDA),
Itália, Suécia e França.
O evento teve lugar na Corunha, precisamente no mesmo local onde
decorreu este fim-de-semana a 32.ª edição do Grande Prémio Internacional, e foi
uma iniciativa da Federação Galega de Atletismo enquadrada, então no 2.º Grande
Prémio e na sequência do grande êxito que havia constituído a edição inaugural
de “Los Cantones”, um ano antes.
Em 1987 havia sido dado o primeiro passo com a presença da seleção
masculina de 20 e 50 km marcha na Taça do Mundo (Nova Iorque) e em 1988 o
desafio alargava-se à presença de seleções nacionais constituídas por quatro
atletas nas distâncias de 20 e 50 km seniores masculinos, de 10 km seniores
femininos e ainda no escalão de juniores com os 10 km masculinos e 5 km
femininos, provas realizadas nos dias 4 e 5 daquele mês de junho.
Com uma seleção mesclada de juventude e experiência, o conjunto
lusitano fez-se representar com 20 marchadores onde pontificavam José Pinto, José Urbano, Hélder Oliveira, José Magalhães e
Isilda Gonçalves, atletas que participaram em Jogos Olímpicos mas, também,
Paulo Pires, Jorge Esteves, Paulo Revêz, João Maral, Augusto Cardoso, Amílcar
Dias, Vítor Almeida, Carlos Paiva, Ana Bela Aires, Lígia Gonçalves, Laurinda
Ferreira, Isabel Conceição, Ana Alves, Anabela Mendes e Carla Gonçalves (a
mais nova da seleção, com apenas 14 anos), atletas que representavam clubes da
região de Lisboa, Algarve, Porto, Setúbal e Viseu, a maior parte estreantes em
competições internacionais.
Algumas das seleções nacionais eram autênticas potências mundiais da
especialidade, casos de Espanha, da RDA e de Itália e entre os atletas
presentes havia nomes credenciados no contexto mundial, nomeadamente os alemães
de leste, Ronald Weigel e Hartwig Gauder, o sueco Bo Gustafsson, os espanhóis
José Marín, Jorge Llopart, Daniel Plaza e Marí Cruz Diaz, e os italianos Sandro
Bellucci, Erica Alfridi e Anna Rita Sidoti, entre outros.
Sergio Vázquez Gómez, presidente da Federação Galega de Atletismo, foi
um dos grandes mentores, se não o principal, da feliz iniciativa, congregando o
patrocínio da Câmara Municipal da Corunha e o apoio da Real Federação Espanhola
de Atletismo, então presidida por Juan Manuel de Hoz Bravo.
E de Portugal, enquadrando a delegação portuguesa viajaram também Luís
Figueiredo, dirigente da Federação Portuguesa de Atletismo, que chefiou a
comitiva, José Dias, então membro da Comissão Nacional de Marcha da FPA, e os
treinadores Luís Dias, Paulo Alves e Francisco Assis. Adriano Pereira, o
Técnico Nacional de Marcha de então, que se deslocava com a seleção nacional,
teve de regressar a casa, ainda antes do início das provas, devido a motivos
familiares. Como treinador «extra-comitiva» esteve também Rogério Gonçalves.
Outro facto assinalável constituiu a atuação, pela primeira vez em
eventos internacionais, de um juiz português (José Dias), integrando uma equipa
do painel de juízes internacionais de marcha da IAAF, chefiada pelo inglês
Peter Marlow.