segunda-feira, 4 de junho de 2018

Portugal no Hexagonal de Marcha Atlética da Corunha, em 1988

A comitiva nacional no Encontro Hexagonal de Marcha
ESP - RDA - ITA - SWE - FRA - POR na Corunha-1988.
Fotos (arquivo): IG Velhosmontes/Paulo Revez e O Marchador
Montagem: O Marchador

Assinalam-se hoje, 4 de junho, 30 anos desde a primeira vez que a seleção nacional de Portugal participou num Encontro Internacional de Marcha Atlética, que envolveu a participação de outras cinco seleções nacionais do continente europeu, nomeadamente a Espanha, a República Democrática Alemã (RDA), Itália, Suécia e França.

O evento teve lugar na Corunha, precisamente no mesmo local onde decorreu este fim-de-semana a 32.ª edição do Grande Prémio Internacional, e foi uma iniciativa da Federação Galega de Atletismo enquadrada, então no 2.º Grande Prémio e na sequência do grande êxito que havia constituído a edição inaugural de “Los Cantones”, um ano antes.

Em 1987 havia sido dado o primeiro passo com a presença da seleção masculina de 20 e 50 km marcha na Taça do Mundo (Nova Iorque) e em 1988 o desafio alargava-se à presença de seleções nacionais constituídas por quatro atletas nas distâncias de 20 e 50 km seniores masculinos, de 10 km seniores femininos e ainda no escalão de juniores com os 10 km masculinos e 5 km femininos, provas realizadas nos dias 4 e 5 daquele mês de junho.

Com uma seleção mesclada de juventude e experiência, o conjunto lusitano fez-se representar com 20 marchadores onde pontificavam José Pinto, José Urbano, Hélder Oliveira, José Magalhães e Isilda Gonçalves, atletas que participaram em Jogos Olímpicos mas, também, Paulo Pires, Jorge Esteves, Paulo Revêz, João Maral, Augusto Cardoso, Amílcar Dias, Vítor Almeida, Carlos Paiva, Ana Bela Aires, Lígia Gonçalves, Laurinda Ferreira, Isabel Conceição, Ana Alves, Anabela Mendes e Carla Gonçalves (a mais nova da seleção, com apenas 14 anos), atletas que representavam clubes da região de Lisboa, Algarve, Porto, Setúbal e Viseu, a maior parte estreantes em competições internacionais.

Algumas das seleções nacionais eram autênticas potências mundiais da especialidade, casos de Espanha, da RDA e de Itália e entre os atletas presentes havia nomes credenciados no contexto mundial, nomeadamente os alemães de leste, Ronald Weigel e Hartwig Gauder, o sueco Bo Gustafsson, os espanhóis José Marín, Jorge Llopart, Daniel Plaza e Marí Cruz Diaz, e os italianos Sandro Bellucci, Erica Alfridi e Anna Rita Sidoti, entre outros.

Sergio Vázquez Gómez, presidente da Federação Galega de Atletismo, foi um dos grandes mentores, se não o principal, da feliz iniciativa, congregando o patrocínio da Câmara Municipal da Corunha e o apoio da Real Federação Espanhola de Atletismo, então presidida por Juan Manuel de Hoz Bravo.

E de Portugal, enquadrando a delegação portuguesa viajaram também Luís Figueiredo, dirigente da Federação Portuguesa de Atletismo, que chefiou a comitiva, José Dias, então membro da Comissão Nacional de Marcha da FPA, e os treinadores Luís Dias, Paulo Alves e Francisco Assis. Adriano Pereira, o Técnico Nacional de Marcha de então, que se deslocava com a seleção nacional, teve de regressar a casa, ainda antes do início das provas, devido a motivos familiares. Como treinador «extra-comitiva» esteve também Rogério Gonçalves.

Outro facto assinalável constituiu a atuação, pela primeira vez em eventos internacionais, de um juiz português (José Dias), integrando uma equipa do painel de juízes internacionais de marcha da IAAF, chefiada pelo inglês Peter Marlow.