Susana Feitor na edição de 1989 e o cartaz do evento deste ano. Foto (arquivo): O Marchador |
Criado em 1983 com a designação de Torneio Nacional DN Jovem, uma
iniciativa da Federação Portuguesa de Atletismo, que teve a parceria do “Diário
de Notícias”, o Torneio Nacional Olímpico Jovem, é um momento alto do
calendário da FPA em cada época, juntando as seleções distritais nos escalões
de iniciados e juvenis.
Quase seis centenas de jovens atletas, dos 14 aos 17 anos, competirão
nas mais variadas disciplinas do atletismo este fim-de-semana constituindo para
a entidade federativa uma das principais montras do talento desportivo nacional
e que nos revemos totalmente. É um evento com muita história no atletismo
nacional e ao qual a marcha atlética passou a integrar o programa do torneio a
partir de 1985.
Infelizmente, para a disciplina da marcha atlética, a partir de 2001 e
sempre em anos ímpares, o escalão de iniciados não tem sido contemplado com
provas de marcha, numa medida altamente penalizadora para o setor que vê assim
negada a possibilidade de recrutamento de valores nas escolas e clubes do país.
Discriminatória, não protege o atletismo total frustrando, na prática, a
expetativa do surgimento de jovens talentos.
Na edição deste ano, por critérios que se desconhecem, o escalão de
Iniciados volta a ficar de fora das provas de marcha, apesar deste ser um ano
par. Foi solicitado à Direção-Técnica Nacional da FPA um pedido de
esclarecimento sobre a matéria sem que surgisse, até ao momento, qualquer
resposta.
Há vários atletas iniciados que se vêm frustrados de competir (de modo
definitivo), no Olímpico Jovem, no seu escalão e na especialidade que
escolheram como uma das suas favoritas, a da marcha atlética. Ficam a ganhar as
outras. Lembramo-nos, para referir apenas um exemplo, o de Pedro Dias (Clube
Oriental do Pechão), vencedor este ano do Torneio Marchador Jovem (estrada),
prova integrada nos Campeonatos Nacionais de Marcha e que teve lugar, em
fevereiro deste ano, na Quarteira, o único atleta no conjunto de todos os
escalões, a concluir a sua prova de 4.000 metros registando um novo recorde dos
campeonatos.
Dos atletas iniciados que participaram e venceram a final do Torneio
Olímpico Jovem e que, anos mais tarde, viriam a destacar-se a nível
internacional, mencionamos os nomes de Susana Feitor (campeã mundial de
juniores aos 15 anos de idade), vencedora em 1989 (na foto) e 1990, Sofia
Avoila (campeã europeia de juniores), vencedora em 1991), Inês Henriques
(campeã mundial dos 50 km marcha), vencedora em 1994 e 1995, e Ana Cabecinha
(medalha de bronze nos campeonatos europeus de juniores), vencedora em 1999.
Para a edição deste ano do Torneio Nacional Olímpico Jovem (provas de
5.000 metros para o escalão de juvenis), os distritos com representatividade
nos setores masculino (9 inscritos) e femininos (13) são os do Algarve, Castelo
Branco, Lisboa, Madeira, Porto, Portalegre, Santarém e Setúbal. Sem qualquer
atleta selecionado para provas da especialidade encontram-se os distritos de
Beja, Braga, Bragança, Évora, Guarda e Vila Real.
Os atletas inscritos
nas provas de marcha são os seguintes:
Masculinos (9)
Açores: Gonçalo
Almeida (2001);
Algarve: Diogo
Batista (2002);
Castelo Branco: João
Bernardo (2001);
Lisboa: Edgar Osório
(2002);
Madeira: Diogo E.
Fernandes (2001);
Portalegre: Miguel
Caldeira (2002);
Porto: João Ferreira
(2001);
Santarém: Pedro
Feliciano (2001);
Setúbal: João Pinel
(2001).
Femininos (13)
Algarve: Ana Catarina
Mestre (2002);
Aveiro: Sofia
Oliveira (2001);
Castelo Branco:
Margarida Sá (2002);
Coimbra: Beatriz
Simões (2001);
Leiria: Catarina
Costa (2002);
Lisboa: Catarina
Santos (2001);
Madeira: Adriana
Viveiros (2002);
Portalegre: Ana
Gaspar (2001);
Porto: Bruna Marques
(2002);
Santarém: Juliana
Peres (2002);
Setúbal: Beatriz
Dionisio (2002);
Viana do Castelo:
Juliana Galvão (2001);
Viseu: Ana Isabel
Maia (2001).