Montagem: O Marchador |
Sendo o Torneio Olímpico Jovem (Final Nacional) um dos mais importantes
eventos do panorama competitivo juvenil da Federação Portuguesa de Atletismo
importa perceber o envolvimento das Associações Distritais de Atletismo no que
à marcha atlética diz respeito e, em particular, incidindo em atletas da
categoria de sub-18 (juvenis) supostamente já na etapa de orientação visando a
especialização.
Tendo por base um estudo sobre o evento facultado ao blogue «O
Marchador», e sabendo que o programa de provas tem-se revelado discriminatório
pela exclusão da marcha atlética em anos alternados, ora para juvenis (sub-18) ora
para iniciados (sub-16), extraímos alguns dados, os mais relevantes, focando na
primeira categoria etária e no número de participantes nas provas marcha masculina
e feminina nas últimas 5 edições, o mesmo é dizer, em 2009, 2011, 2013, 2015 e
2017.
Seleções Distritais e Regionais
Considerando a participação de 20 Seleções Distritais e Regionais, cada
uma delas com um máximo de 2 marchadores (masculino e feminino) permitido pelo
regulamento e no horizonte temporal atrás mencionado, 200 marchadores seria a
projeção máxima de participantes. O número atingido é de 114 marchadores,
correspondentes a 57%, pouco mais de metade do total possível.
A Seleção de Setúbal é a única que conseguiu ter o máximo de
marchadores sub-18, 10, em 5 anos de participação. Seguem-lhe nas posições do
«pódio» quantitativo o Porto, Algarve, Santarém e Lisboa, com 9, e depois, a
Madeira e Leiria, com 8. Bragança não apresentou qualquer participante.
Se observarmos a participação apenas na mais recente edição (2017), os
registos são os seguintes:
Com 2 atletas, 6 seleções
Castelo Branco, Porto, Madeira, Santarém, Coimbra e Setúbal.
Com 1 atleta, 7 seleções
Aveiro, Guarda, Lisboa, Algarve, Viseu, Açores e Leiria.
Sem atletas, 7 seleções
Braga, Bragança, Évora, Portalegre, Viana do Castelo, Vila Real e Beja.
Anos
A participação dos 114 atletas, com mais meninas (62) que rapazes (52),
distribuem-se por anos conforme abaixo, notando o melhor registo na edição de
2011 (29 atletas) e os piores nas últimas 2 edições, 2015 (18) e 2017 (19).
Atletas
Num exercício de identificação dos atletas, que pela periodicidade das
provas não se repetem, contámos 95 nomes que participaram nas edições de 2009 a
2015 e tentámos perceber quantos deles constam (sim ou não) das listas da
disciplina em 2017, ou seja, que neste ano tomaram parte numa qualquer prova de
marcha.
Sendo significativo, pela negativa, o número de atletas que não se
fixaram na disciplina, sejam quais forem as razões, os distritos com 100% de
«abandonos» vs. número de atletas são os seguintes:
100% de abandonos
Leiria (7 atletas), Évora (7), Aveiro (5), Beja (5), Vila Real (3),
Braga (2) e Portalegre (1).
Em sentido inverso, pela positiva, o Porto é o distrito que obtém a
maior percentagem de atletas que participaram nos Olímpicos Jovens de 2009 a
2015 e que se mantêm no «ativo» em 2017, com 71,4% (5 atletas).
Apesar de alguns jovens que representaram a seleção nacional terem já abandonado
a atividade, permanecem ainda vários deles que continuam independentemente do
nível atlético atual. Como exemplo mais significativo, elege-se o caso do
marchador olímpico (Rio-2016) Miguel Carvalho, quando sub-18 (2011) a
representar a seleção distrital de Santarém.