Bohdan Bulakowski. Foto: facebook do próprio |
Bulakowski já se
tinha encontrado no final da semana passada com os nomes mais sonantes da
marcha guatemalteca, quando da sua apresentação aos atletas no Estádio Nacional
Mateo Flores, na Cidade da Guatemala. Na ocasião, Erick Barrondo, Mirna Ortiz,
Jaime Quiyuch, Mayra Herrera e outros destacados marchadores da selecção da
Guatemala manifestaram ao novo treinador o desejo de prosseguir o trabalho que
lhes permitiu levar o nome do país aos mais importantes galarins da marcha
internacional.
Num momento em que
ainda não estava confirmada a contratação do treinador polaco pela federação e
pelo comité olímpico daquele país da América Central, Erick Barrondo afirmou
que, independentemente de que partisse ou ficasse, o importante era que voltasse
a ser possível trabalhar com um responsável técnico federativo. Por sua vez,
Mirna Ortiz expressou a vontade manifestada pelo treinador de abraçar este novo
projecto, numa antecipação do que viria a ser, poucos dias depois, a
confirmação do acordo entre a federação e Bohdan Bulakowski, com a aprovação do
Comité Olímpico da Guatemala.
Com uma carreira de
treinador de marcha atlética iniciada em 1979, Bohdan Bulakowski foi praticante
de marcha de nível internacional, tendo participado nos Jogos Olímpicos de 1980,
em Moscovo, onde foi sétimo nos 20 km (1.28.36,3). Actualmente com 63 anos, já
desempenhou funções de treinador nacional das selecções de marcha da Polónia,
dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e, mais recentemente, do Catar, país que
deixou em 2012. Agora à frente da selecção da Guatemala, Bulakowski deverá
iniciar funções em Janeiro, mediante um contrato de um ano, uma vigência
limitada ao que as regras de contratação impõem naquele país, mas com a
expectativa de sucessivas renovações anuais.
Reagindo à notícia da
contratação do novo treinador nacional de marcha, a internacional Mayra Herrera
afirmou sentir-se «muito confiante no trabalho, porque já temos quem nos
oriente e confio que os resultados surgirão por via do esforço e do
aperfeiçoamento técnico que ele nos pede».
Com a contratação do
treinador polaco para orientar a marcha da Guatemala, é inevitável a associação
de ideias com a presença de outro treinador com a mesma origem, Jerzy
Hausleber, à frente dos destinos desportivos dos marchadores do grande vizinho
do norte, o México, onde Hausleber criou ao longo de 30 anos a partir de 1966
vários campeões e recordistas olímpicos e mundiais da especialidade,
catapultando o México para a primeira linha da marcha mundial. Estaremos a
assistir ao início de um fenómeno semelhante a ocorrer na Guatemala?
Bem sabemos que a
história não se repete, mas lá que tem muitas semelhanças...