Atletas treinando-se em Saransk, Rússia, reconhecendo-se, da dt.ª para a esq.ª, Kaniskina, Lashmanova e Sokolova. Foto: Oksana Yushko/The New York Times. Montagem: O Marchador |
É expectável o domínio russo nas
provas de marcha dos Campeonatos Mundiais de Atletismo, principalmente no
fortíssimo setor feminino (20
km ), com triunfos em 10 das 12 edições já realizadas,
alinhando à partida a campeã olímpica Yelena Lashmanova (1.25.02), principal
favorita à vitória, Anisya Kornikova-Kirdyapkina (1.25.09) e Vera Sokolova
(1.25.08). Surpreendente a notícia da ausência de Olga
Kaniskina, tripla campeã mundial.
Nos 20 km masculinos os russos
apresentam-se com uma renovada seleção, constituída por Denis Strelkov
(1.19.53), Aleksandr Ivanov (1.21.22) e Andrey Razavin (1.17.45). Notam-se,
aqui, as ausências de Vladimir Kanaykin, vice-campeão mundial em Daegu e,
principalmente, de Valeriy Borchin, campeão olímpico em 2008 e campeão mundial
em 2009 e 2011.
Para os 50 km , com a ausência do
campeão de Daegu, Sergey Bakulin, o selecionado russo aposta em Yuri Andronov
(3.40.46) e em Ivan Noskov (3.45.31). Sergey Kirdyapkin (3.35.59), campeão
mundial em 2009, e campeão olímpico em Londres, é baixa de última
hora.
Todos, ou quase todos eles, são
provenientes de Saransk, onde a marcha atlética é o desporto numero 1, uma
cidade que conta com apenas 310 mil habitantes, situada a 600 km a sudeste de Moscovo,
mas que “produz”, frequentemente, campeões europeus, mundiais e olímpicos.
Em 1996 o governo da Mordóvia
inaugurou em Saransk, um Centro de Preparação Olímpica, só para marchadores,
formando, ainda, uma escola própria, dirigida por Vickor Chegin, e cujo
orçamento anual se situa nos 3 milhões e meio de euros, aproximadamente.
As instalações desse centro de alto
rendimento, com ginásio, piscina, sauna, equipamentos de fisioterapia e de
apoio médico, bem como de um refeitório, estão equipadas com 50 camas, mas já
está em andamento o alargamento da estrutura para as 100 unidades.
Regularmente, os atletas de elite
iniciam o treino na cidade, e dirigem-se ao parque, no que são seguidos por
várias dezenas de jovens atletas. Treinadores ou os chamados “olheiros”, estão
espalhados por 20 locais da região, e através
de testes realizados em todas as escolas da região, os alunos que revelem mais
aptidão para a especialidade são selecionados, sendo então preparados
tecnicamente para seguirem as pisadas dos seus ídolos.