domingo, 11 de agosto de 2013

Ivanov ganha 20 km de Moscovo e João Vieira é 4.º

O trio do pódio dos 20 km marcha masculinos.
Foto: siol.net
O russo Aleksandr Ivanov venceu esta tarde os 20 km marcha masculinos dos mundiais de Moscovo, terminando com um novo recorde pessoal de 1.20.58 h, à frente do chinês campeão olímpico Ding Chen (1.21.09) e do espanhol Miguel Ángel López (1.21.20). O português João Vieira chegou em quarto lugar, com 1.22.05 h, fazendo a sua melhor classificação de sempre em mundiais. Sérgio Vieira foi 40.º, com 1.28.34 h.
 
A prova teve duas fases distintas, desde que logo à saída do estádio o japonês Takumi Saito se isolou. À chegada ao circuito, o pelotão estava alongado, com Saito na frente, seguido do russo Andrey Ruzavin e do ucraniano Andrii Kovenko, todos isolados, adiante de um primeiro grupo que João Vieira quase fechava.
 
No final da primeira volta ao circuito, com três quilómetros de prova, outro japonês, Yusuke Suzuki, e o russo Ruzavin perseguiam Saito, naquele que começava a ser o momento de predomínio do Sol Nascente nesta jornada de marcha.
 
À passagem na primeira légua, Saito liderava com 20.17 m, menos dois segundos que Suzuki, menos seis que Ruzavin e menos oito que o ucraniano Andrii Kovenko, que entretanto se chegara às posições de destaque. João Vieira ocupava nessa fase o 28.º lugar, com passagem registada em 20.33 m.
 
Nos dois quilómetros seguintes, Kovenko assumiu a perseguição a Suzuki, que entretanto passara para a frente, como quem tivesse recebido o testemunho do compatriota Saito. Pouco depois desse momento de protagonismo, Kovenko entrou em perda e à passagem de meio da prova já caíra para lá do décimo lugar, quase a cem metros da frente.
 
Suzuki permanecia na frente da prova à passagem dos dez quilómetros, com 40.34 m, um tempo que confirmava um ritmo pouco elevado para o que é costume em competições deste nível. Ainda assim, o pelotão vinha a distância considerável, com mais 13 segundos, já liderado pelos chineses Zhen Wang e Ding Chen e integrando ainda o guatemalteco Erick Barrondo (parecendo mais cauteloso e menos exposto do que é hábito), o francês Bertrand Moulinet, o russo Aleksandr Ivanov, o espanhol Miguel Ángel López e o indiano Irfan Kolothum Thodi, além de Saito, depois de alcançado.
 
Mantendo um ritmo muito regular, João Vieira subira ao 18.º posto, com 41.01 m, ao passo que o irmão Sérgio era 50.º, com 43.00 m.
 
Seria cerca dos 12 quilómetros que Suzuki viria a ser alcançado, entrando-se numa segunda fase da prova. A liderança passava para os chineses, acompanhados de Barrondo, Ivanov e Moulinet, que pouco depois ficaria para trás.
 
Zhen Wang desferiu de seguida o seu ataque, isolando-se, mas, assoberbado de faltas, acabou por ser desclassificado pouco depois. Sobravam na frente Barrondo (com duas notas de desclassificação), Ivanov e o campeão olímpico Ding Chen. Mais atrás, o canadiano Iñaki Gómez, López, Thodi e os japoneses Saito e Suzuki, num quinteto com mais 22 segundos.
 
O trio da liderança passou aos 15 quilómetros com 41 segundos acima da hora de prova, detendo uma vantagem de 22 segundos sobre Miguel Ángel López e 24 sobre o canadiano Gómez. Foi logo de seguida que Ivanov atacou, isolando-se na frente e cindindo o trio, com Barrondo a ficar na segunda posição e Chen na terceira, parecendo o chinês mais debilitado e inseguro.
 
À entrada para a última volta ao circuito de 2000 metros (17 km), Ivanov passava com menos um segundo que o guatemalteco e menos dois que o chinês, no que dava ideia de ser o reagrupamento dos três da frente. No entanto, pouco depois de passar para a frente, Barrondo isolou-se para ser desclassificado a breve trecho, numa fase em que Chen Ding estava atrasado e, ao passar pelo eliminado Barrondo logo festejou (vá lá saber-se o quê).
 
Depois do segundo lugar na Taça da Europa de Dudince, Miguel Ángel López ascendia agora a posição de pódio e seria nessas posições relativas que os três da frente caminharam de regresso ao estádio e na volta final à pista.
 
Na meta, Andrey Ivanov registava 1.20.58 h, um recorde pessoal no ano de estreia na categoria de seniores. Ding Chen averbava 1.21.09 h enquanto o Miguel Ángel López terminava com 1.21.20 h.
 
João Vieira, com uma segunda metade em ascensão e com grande regularidade de ritmo, própria dos mais experientes, chegou na posição imediata, com 1.22.05 h (parciais de 20.33, 20.28, 20.27 e 20.37 m nas quatro léguas).
 
O marchador do Sporting declarou no final que esperava tempo mais fresco e que sentia estar a valer o recorde nacional, mas acrescentando ser preferível nestas condições ter um bom lugar a conseguir boa marca.
 
Sérgio Vieira terminou no 40.º lugar, com 1.28.34 h. Na primeira légua ainda passou a 20.51 m (40.º), para depois cumprir as seguintes em 22.09 m (50.º) e 22.10 m (38.º). Ficava aí comprometida uma classificação de maior relevo, com os 23.24 m dos cinco quilómetros finais apenas a confirmarem o que a metade central da prova tinha evidenciado: os objectivos desta vez iriam ficar por cumprir.
 
Classificação
20 km masculinos
1.º, Aleksandr Ivanov (Rússia), 1.20.58
2.º, Ding Chen (China), 1.21.09
3.º, Miguel Ángel López (Espanha), 1.21.21
4.º, João Vieira (Portugal), 1.22.05
5.º, Denis Strelkov (Rússia), 1.22.06
6.º, Takumi Saito (Japão), 1.22.09
7.º, Ruslan Dmytrenko (Ucrânia), 1.22.14
8.º, Iñaki Gómez (Canadá), 1.22.21
9.º, Christopher Linke (Alemanha), 1.22.36
10.º, Hyunsub Kim (Coreia do Sul), 1.22.50
11.º, Dane Bird-Smith (Austrália), 1.23.06
12.º, Yusuke Suzuki (Japão), 1.23.20
13.º, Jaime Quiyuch (Guatemala), 1.23.24
14.º, Matteo Giupponi (Itália), 1.23.27
15.º, Andrii Kovenko (Ucrânia), 1.23.46
16.º, Aléxandros Papamihaíl (Grécia), 1.23.48
17.º, José Leonardo Montaña (Colômbia), 1.23.50
18.º, Rolando Saquipay (Equador), 1.24.01
19.º, Rafal Augustyn (Polónia), 1.24.03
20.º, Benjamin Thorne (Canadá), 1.24.26
21.º, Anton Kucmin (Eslováquia), 1.24.38
22.º, Yerko Araya (Chile), 1.24.42
23.º, Ato Ibáñez (Suécia), 1.24.49
24.º, Álvaro Martín (Espanha), 1.25.12
25.º, Marius Žiukas (Lituânia), 1.25.17
26.º, Zelin Cai (China), 1.25.31
27.º, Hatem Ghoula (Tunísia), 1.25.41
28.º, Giorgio Rubino (Itália), 1.25.42
29.º, Bertrand Moulinet (França), 1.26.12
30.º, Ivan Losev (Ucrânia), 1.26.32
31.º, Alex Wright (Grã-Bretanha), 1.26.40
32.º, Diego Flores (México), 1.26.46
33.º, Gurmeet Singh (Índia), 1.26.47
34.º, Chandan Singh (Índia), 1.26.51
35.º, Mauricio Arteaga (Equador), 1.27.35
36.º, Georgiy Sheiko (Casaquistão), 1.27.41
37.º, Isaac Palma (México), 1.28.14
38.º, Perseus Karlström (Suécia), 1.28.20
39.º, Byeong Kwang Choe (Coreia do Sul), 1.28.26
40.º, Sérgio Vieira (Portugal), 1.28.34
41.º, Máté Helebrandt (Hungria), 1.28.49
42.º, Arnis Rumbenieks (Letónia), 1.29.13
43.º, Federico Tontodonati (Itália), 1.29.26
44.º, Francisco Arcilla (Espanha), 1.29.38
45.º, Vitaliy Anichkin (Casaquistão), 1.30.02
46.º, Juan Manuel Cano (Argentina), 1.30.45
47.º, Anibal Paau (Guatemala), 1.30.54
48.º, Dzianis Simanovich (Bielorrússia), 1.31.52
49.º, Andrey Ruzavin (Rússia), 1.32.45
50.º, Rhydian Cowley (Austrália), 1.33.35
51.º, Alejandro Francisco Florez (Suíça), 1.35.01
52.º, Ebrahim Rahimian (Irão), 1.35.46
53.º, Timothy Seaman (Estados Unidos da América), 1.36.35
Desclassificados: Irfan Kolothum Thodi (Índia), Erick Barrondo (Guatemala), Zhen
Wang (China), Youngjun Byun (Coreia do Sul) e Caio Bonfim (Brasil).
Desistentes: Lebogang Shange (África do Sul), Dawid Tomala (Polónia), Eider Arévalo (Colômbia), Luis Fernando López (Colômbia) e Kevin Campion (França).