domingo, 4 de agosto de 2013

No Porto, há 30 anos, a marcha atlética dava os primeiros passos

José Magalhães é dos responsáveis pelo desenvolvimento
da marcha no Porto. Fotomontagem: O Marchador
Em 1983 os dirigentes da Associação de Atletismo do Porto colocavam a marcha atlética no programa competitivo distrital fazendo disputar, pela primeira vez, provas da especialidade, direcionadas para todos os escalões etários e integradas, de pleno direito, nos seus campeonatos.
 
O facto, então, foi vivamente saudado pelos dirigentes pioneiros da marcha atlética que, em Lisboa, integrados na estrutura diretiva do Clube Português de Marcha Atlética, pugnavam pela promoção, regulamentação e apoio técnico a quem o solicitasse, alicerçados numa experiência de sete anos. A especialidade começava a expandir-se a norte, com o contributo de um grupo de dinâmicos dirigentes e técnicos da região do Porto.
 
A propósito, já nessa época, a segunda série do boletim “O Marchador”, órgão oficial do CPMA, como então o clube era conhecido, retratava na edição n.º 6, de Junho/Julho de 1983, e sob o título “Porto dá os primeiros passos” o desabrochar da marcha atlética no distrito do Porto.
 
O pioneirismo era atribuído, coletivamente, aos seguintes cinco clubes, filiados na AA Porto, que apresentaram atletas seus em competições da especialidades: Núcleo de Atletismo dos Amigos do Araújo “ANA”, Sport Progresso, Clube Atlântico da Madalena, Ardegães Futebol Clube e Atlético Clube Alfenense. Destes só o último permanece ativo, no atletismo e com atletas de marcha.
 
Individualmente, destacavam-se os nomes dos primeiros campeões do Porto, nos Infantis, Manuel Paiva (Alfenense) e Corina Pinto (ANA), nos Iniciados, Juvenis e Juniores masculinos, Melchior Nunes, nas Iniciadas, Isabel Moreira (Alfenense), nas Juvenis e Juniores, Ana Paula Dias (Progresso), nos Seniores, Vítor Taveira (ANA) e Isabel Moreira (Alfenense).
 
Mesmo correndo o risco de poder omitir alguns das figuras pioneiras da especialidade na região nortenha, e que contribuíram decisivamente para as bem sucedidas etapas que se seguiram, enunciamos os nomes de Fernando Ribeiro e José Luís Ribeiro, então dirigentes do Clube Atlântico da Madalena (Gaia), e de José Magalhães, fiel ao seu clube de sempre, o Atlético Clube Alfenense.
 
José Luís Ribeiro teve um importante papel na divulgação da especialidade, intervindo regularmente em iniciativas de promoção bem como na atividade competitiva. Juiz de Atletismo, chegando a integrar o painel nacional A de Juízes de Marcha, ascendeu à categoria mais elevada da arbitragem nacional (Árbitro), tendo, em 1986, sido agraciado pela Federação Portuguesa de Atletismo, com o título de “Juiz de Mérito”.
 
Fernando Ribeiro, que desempenhava funções na área da cultura e do desporto da Câmara Municipal de Gaia, foi o principal responsável pela realização anual de um grande prémio de marcha atlética, em Vila Nova de Gaia, excelentemente organizado, a que não faltava a componente social, mostrando aos convidados o que de melhor a sua região tinha para oferecer. A competição constituiu, durante vários anos, um pólo dinamizador da especialidade, atraindo atletas de várias regiões do país.
 
José Magalhães, hoje como há décadas, treinador de marcha, é um exemplo de tenacidade, de dedicação e de espírito de sacrifício. Na década de 80 decidiu experimentar a marcha atlética, já ia com quase 30 anos de idade, e tão bem sucedido foi que chegou a tempo de participar nos Jogos Olímpicos de 1992 e 1996, nos Mundiais de 1995 e 1997, e em 6 Taças do Mundo de Marcha, sempre na sua distância favorita, os 50 km marcha. Atualmente integra o corpo dirigente da Associação de Atletismo do Porto exercendo, ainda, funções técnicas naquele organismo.