O «staff» do ajuízamento da marcha em Moscovo. Foto cedida por Pierce O'Callaghan. |
Os 8 experientes juízes
de marcha que fiscalizaram a ação regulamentar dos 185 participantes nas três
provas de marcha dos Campeonatos Mundiais de Atletismo produziram, a nosso ver,
um bom trabalho técnico.
Coordenados por um
juiz-chefe, que não exerceu a possibilidade de desclassificar diretamente
qualquer atleta nos últimos 100 metros de prova, que ainda foi coadjuvado por
dois assistentes na tarefa de desclassificar atletas, os juízes de marcha
emitiram propostas de desclassificação para 122 atletas, 80 por suspensão
(65,6%) e 42 por flexão (34,4%).
Foram
desclassificados 17 atletas, o que corresponde a 9,2% do total de
participantes, 8 deles na prova dos 50 km. Daegu, em 2011, com 139 atletas,
registara uma elevada percentagem de desclassificações: 15,8% (22 atletas).
18 atletas (9,7%)
estiveram à beira da desclassificação, metade deles nos 20 km masculinos,
enquanto 30 registaram apenas uma falta, o que corresponde a 16,2% do total.
Um dos elementos
importantes na apreciação do bom nível de consistência dos juízes relaciona-se
com o facto de 120 atletas, 64,9% do total de participantes nas três provas do
programa, não terem registado qualquer falta, o que igualmente abona quanto ao
nível técnico das competições.
Outra das
curiosidades estatísticas sobre o trabalho realizado pelos juízes do painel
internacional, que têm, sempre, na sua posse, duas raquetas, uma com o símbolo
da suspensão e outra com o da flexão, refere-se ao número de vezes que foram
exibidas: 345 vezes, 247 por suspensão e 149 por flexão.
A amostragem das
raquetas pode constituir, para um atleta, um importante elemento de avaliação
do seu momento técnico e, consequentemente, preventivo no evitar do cometimento
da falta ou significando que, em nova observação, o juiz poderá não lhe
conceder nova oportunidade.
Por vezes os
comentadores televisivos transmitem aos espetadores a ideia (errada) de que a
mostragem da raqueta amarela equivale a uma falta quando esta, escrita pelo
juiz num cartão vermelho é enviada para o secretariado, tomando o atleta dela
conhecimento apenas no Quadro de Faltas.
Na foto, gentilmente
cedida por Pierce O’Callaghan, contam-se, da esquerda para a direita, Shande
Yang, Daniel Michaud, Cándido Velez, Frédéric Bianchi, Jordi Estruch, Steve
Taylor, Maris Peterson, Maurizio Damilano, Pierce O’Callaghan, Khoo Chong Beng,
Jean-Pierre Dahm, e Peter Marlow.