García Bragado. Foto: Marca.com |
A delegação espanhola que se apresentará nos Campeonatos
Mundiais de Atletismo, que terão início em Moscovo, a 10 deste mês, é composta
por 40 atletas, dos quais 9 são marchadores.
Nos 20 km masculinos, apresentam-se Miguel Ángel Lopez
(1.19.49), Francisco Arcila (1.22.23) e Álvaro Martín (1.22.12), nos 20 km
femininos, Julia Takacs (1.28.44), Beatriz Pascual (1.27.44) e Lorena Luaces
(1.31.32) e, nos 50 km, García Bragado (3.39.44), Claudio Villanueva (3.52.40)
e Jose Ignacio Diaz (3.51.09).
Os marchadores do país vizinho, tradicionalmente fortes
neste setor, constituirão, também nestes mundiais, uma seleção de respeito.
Note-se que ao longo das 14 edições realizadas, a Espanha colocou 30 atletas
nos lugares de finalistas (8 primeiros), registando como momentos de glória, as
vitórias de Valentí Massana, em 1993, nos 20 km, e de García Bragado, também em
1993, mas nos 50 km.
Jesús Ángel García Bragado, um nome incontornável do atletismo
espanhol, está prestes a fazer história na competição. Aos 43 anos participará
pela 11.ª vez nuns campeonatos mundiais de atletismo (50 km), um recorde no
setor masculino, igualando, a nível absoluto, o feito de Susana Feitor em 2011.
Além da medalha de ouro, obtida em Estugarda, há 20 anos, Bragado tem ainda, no
seu pecúlio, medalhas de prata nos mundiais de Atenas (1997) e Edmonton (2001)
e uma medalha de bronze nos de Berlim, em 2009. Notável!
À agência noticiosa espanhola “EFE”, García Bragado, que
alcançou os mínimos de acesso aos mundiais, na Taça da Europa de Dudince,
classificando-se na 11.ª posição, o melhor resultado dos 4 espanhóis, declarou
que não exclui a participação nos mundiais de Pequim, em 2015, tudo dependendo
de diversos fatores mas, essencialmente, trabalhando “pensando, não, ano a ano,
mas, sim, mês a mês”.
Desde 1991, participou em 65 provas de 50 km, das quais
concluiu 54, sagrando-se campeão espanhol em 1997, 2000, 2007 e 2012. Podólogo
de profissão, e se há atividade física onde os pés assumem primordial
importância é na marcha..., exerce, contudo, em alternância à atividade
desportista, funções políticas na Câmara Municipal de Sant Adriá del Besós, em
Barcelona, no Partido Popular.
Curiosamente, García Bragado já manifestou a vontade de,
em três ocasiões, retirar-se da alta competição. Após os Europeus de Barcelona,
em 2010 (5.º lugar), depois da desclassificação no Mundial de Daegu, em 2011, e
após os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012 (20.º), em que a prestação não
correspondeu às expetativas do atleta, devido a problemas surgidos na região
lombar.
Esta época prosseguiu a atividade competitiva a pedido de
Santiago Pérez, o selecionador espanhol e antigo colega de equipa, com o
propósito de reforçar a equipa nacional de 50 km (Taça da Europa), pelo que
voltou a aumentar o volume de treino, atrasou a época competitiva (a primeira
prova de 50 km foi em Dudince), e debelou o problema físico, com frequentes
sessões de natação e fisioterapia.
Conversando entre amigos, em tom de brincadeira, Bragado
conta que está num patamar idêndico ao dos Rollling Stones, famosa banda de
rock inglesa, fundada em 1962: "nunca se sabe quando darão o último
concerto".