A marcha feminina em Moscovo representada por Vera Santos, Inês Henriques e Ana Cabecinha. Foto: Filipe Oliveira/Atleta-Digital. |
Inês Henriques e Ana
Cabecinha mantiveram-se sempre com a situação controlada, mas não demonstrando
à-vontade suficiente para chegar aos lugares da decisão. Mesmo quando Inês (e
Ana também) forçou na perseguição às líderes Anežka Drahotová e Elisa Rigaudo,
o resultado foi menos positivo do que se desejava, já que a atleta de Rio Maior
acabou por acumular notas de desclassificação que lhe condicionaram o empenho
no resto da prova.
Aparentemente menos
segura de si e, talvez por isso, mais cautelosa, Ana Cabecinha teve maior
contenção (ainda que sempre junto de Inês, mesmo nos momentos de maior esforço)
e terá por isso colhido melhores frutos, terminando em lugar de finalista
(8.ª), sendo Inês a 11.ª
Vera Santos
manteve-se sempre mais discreta mas também em alto desempenho, pelo menos
considerando a sua condição no momento. Foi pena ter ficado um lugar fora das
16 primeiras, mas a marca (1.31.36) era a sua segunda melhor do ano.
Em termos
comparativos, já em várias edições tinham sido conseguidas melhores
classificações por estas três atletas. Ana Cabecinha fora sétima há dois anos
em Daegu, Inês Henriques tinha um sétimo lugar de Ósaca-2007 e Vera Santos
tinha sido quinta em Berlim-2009.
Mas, combinando
classificações com marcas, conclui-se que estes campeonatos tiveram um nível
qualitativo muito elevado. Repare-se que a marca de Ana Cabecinha (1.29.17) foi
a segunda melhor de sempre de atletas portuguesas em mundiais, havendo apenas
duas abaixo da hora e meia (esta incluída); o resultado de Inês Henriques
(1.30.28) é o seu melhor de sempre em campeonatos do mundo e a quarta de
marchadoras portuguesas nestas competições; e a de Vera Santos, não sendo a sua
melhor em mundiais, é exactamente igual à obtida por Ana Cabecinha há dois
anos, quando foi sétima.