Foto: James Martin |
Cidade cuja fundação a lenda faz remontar ao ano de 640, atribuindo-a a Liderico, que a erigiu no território onde o seu pai, o príncipe de Dijon, havia sido assassinado, vinte anos antes, às mãos do então senhor desse território, o certo é que a primeira referência documental que se conhece de Lille data de 1054. De qualquer modo, existem achados arqueológicos que demonstram que aquela região já era habitada nas épocas pré-históricas.
O topónimo Lille, significando literalmente ‘‘a ilha’’, faz referência ao facto de a edificação da cidade se ter iniciado numa ilha da zona pantanosa do rio Deûle, afluente do Lys.
Lille foi, ao longo dos tempos, palco de inúmeros confrontos bélicos, no contexto de sucessivos conflitos que assolaram as terras gaulesas e o continente europeu, e que atingiram a sua máxima expressão nas duas guerras mundiais do século passado. Refira-se que, durante a Primeira Guerra Mundial, Lille esteve incluída nas poucas parcelas do território francês que sofreram a ocupação alemã, suportando-a continuamente por quatro anos, de Outubro de 1914 a Outubro de 1918, e da qual resultou a sua destruição praticamente total.
Originariamente uma cidade mercantil, Lille veio a tornar-se uma cidade de artesãos a partir do século XVI, evoluindo, com a Revolução Industrial, como um grande centro de indústrias têxteis e mecânicas. O declínio veio a surgir nos anos 60 do século XX, tendência que foi invertida, a partir dos anos 90, com a terciarização da cidade, para o que beneficiou da sua proximidade geográfica da Bélgica, do Luxemburgo e do Canal da Mancha.
Aquele que é a principal figura da História francesa do século XX é filho desta cidade – Charles De Gaulle nasceu em Lille, a 22 de Novembro de 1890. Foi, igualmente, em Lille, no Instituto Pasteur local, que, nos anos 20 do século passado, Albert Calmette e Camille Guérin desenvolveram a vacina BCG contra a tuberculose.
Autor : Joaquim Graça