sexta-feira, 15 de julho de 2011

Colômbia rejubila com medalha de Kenny Martín

Kenny Martín, depois de concluir a prova
de Lille. Foto: runningcolombia.com
O segundo lugar alcançado por Kenny Martín nos 10 mil metros marcha dos recentes mundiais de juvenis suscitou reacções de júbilo na Colômbia, seu país natal. De Isnardo García, juiz internacional de marcha colombiano, actualmente no nível II da AIFA, recebemos o texto que se publica de seguida, da autoria de Julio César Sandoval e que dá conta de alguns episódios relacionados com o sucesso do jovem marchador de Bogotá. O texto foi originalmente publicado no sítio http://www.runningcolombia.com/.

Histórica medalha de prata em mundiais

Este sábado, 9 de Julho de 2011, é histórico para a Colômbia. Pela primeira vez, um atleta conquistou uma medalha de prata num campeonato mundial. É a segunda medalha na categoria de juvenis, depois do bronze de Norma González nos 400 metros, na Polónia.

Agora foi a vez do marchador Kenny Martín Pérez (foto), que se classificou no segundo lugar dos 10 mil metros marcha do mundial de atletismo a decorrer em Lille (França).

Este bogotano de 16 anos, nascido a 10 de Agosto de 1994, cortou a meta com o tempo de 40.59,25 m, a oito segundos do vencedor, o russo Pavel Parshin. O pódio foi completado pelo mexicano Erwin González.

«Este rapaz iniciou-se nos Centros de Aperfeiçoamento Desportivo (CPD) do IDRD, em Bogotá, aos 10 anos, e desde início quis praticar marcha», conta a sua treinadora, Olga Ladino.

Qualificou-se para o mundial no torneio nacional de selecção realizado em Cali, no passado dia 22 de Maio, com a marca de 43.32 m, mas a França chegou disposto a dar uma prenda de aniversário à mãe, Miryam Parra, que nesse mesmo sábado, 9 de Julho, fez 44 anos. E não só conquistou a medalha de prata como ainda melhorou o recorde pessoal em quase três minutos.

«Ele tinha-me mandado o endereço da AIFA para eu ir acompanhando, uma vez que estão incomunicáveis – como as ligações de lá são diferentes, estão sem telefones», contou Miryam, que nem queria acreditar na noticia e telefonou para a treinadora do filho, às quatro da manhã, para saber se era verdade.

«Não conseguimos dormir a partir das três da manhã, agarrados à prova. A minha mulher nem acreditou quando viu o resultado», disse, por sua vez, Martín Pérez, o pai.

O outro colombiano em prova era Esteban Soto, que estava na disputa pela medalha de ouro com o russo Parshin, a quem venceu, mas, depois da comemoração, um juiz mostrou-lhe a raqueta vermelha e desclassificou-o. Estendido no chão de cansaço, tal como o russo, teve de resignar-se a ver o colega ficar com a medalha de prata (foto final, tomada da AIFA).

A Colômbia conquistou apenas quatro medalhas na história dos mundiais de atletismo, cuja federação congrega 212 países. As duas de bronze de Norma González nos 400 metros (juvenis e juniores), a de ouro de Eider Arévalo, em juniores, no ano passado, na marcha, e esta de Kenny Martín Pérez, em juvenis, também nos 10 mil metros marcha.