Denis Strelkov, quando participou na Taça da Europa de Olhão. Foto: O Marchador |
Piotr Bogatyrev (1.20.18), Denis Strelkov (1.20.19) e Valery Filipchuk (1.21.46) compõem essa formação da Rússia, ostentando todos uma experiência internacional já considerável. Bogatyrev, de apenas 20 anos, foi o terceiro dos mundiais de juniores de 2010, em Moncton (Canadá), tendo estabelecido em Fevereiro deste ano o máximo pessoal na distância em que vai competir em Ostrava. Strelkov, que na recente Taça da Europa de Marcha celebrada em Olhão registou o máximo pessoal nos 50 km (4.04.36), é atleta já familiarizado com a selecção do seu país em competições para seniores, tendo sido terceiro nos 10 km para juniores na Taça do Mundo de Marcha de 2008 (Cheboksary). Filipchuk, apesar de ter o menos forte dos recordes pessoais entre os russos, é nada menos que o campeão mundial júnior em título, depois da vitória alcançada há um ano em Moncton, dois meses após ter sido o terceiro nos 10 km de juniores masculinos na Taça do Mundo de Marcha de Chihuahua.
Claro está que os recordes pessoais não são garantia de sucesso, pelo que a formação eslava deverá ter em atenção a presença de outros concorrrentes experimentados, como são os casos dos polacos Dawid Tomala e Dawid Wolski e do italiano Federico Tontodonati. Nesta distância, data da primeira edição dos campeonatos (Türkü, Finlândia, 1997) o recorde da prova, na posse do letão Aigars Fadeievs, com 1.19.58 h.
No sector feminino, volta a ser do trio russo o conjunto das melhores marcas à partida. Anna Lukyanova (1.27.49), Tatyana Mineyeva (1.28.09) e Nina Okhotnikova (1.28.41) tudo farão para assambarcar os lugares do pódio. Será de prever pouca oposição das restantes atletas em prova, mas não deverá descurar-se a presença da experiente espanhola Julia Takacs, já com 22 anos, 5.ª classificada há dois anos e que poderá muito bem intrometer-se na luta das russas pela hegemonia nestes 20 km femininos. O recorde dos campeonatos pertence à russa Tatyana Shemyakina, que em 2007, em Debrecen (Hungria), venceu com 1.28.48 h.
Nesta prova alinha a portuguesa Daniela Cardoso, cujo recorde pessoal (1.45.02) é o 17.º melhor entre as 21 marchadoras inscritas. Abaixo dela encontram-se a letã Kristine Platace (1.46.15), a romena Georgiana Enache (1.46.27), a húngara Eszter Bajnai (1.47.10) e a finlandesa Mikaela Löfbacka (1.49.26).
Por certo, destes campeonatos sairão algumas confirmações de atletas de quem se espera um futuro radioso na modalidade, mas também é de admitir a ocorrência de alguma surpresa, com a revelação de algum nome que os próximos anos venham demonstrar tratar-se de um campeão com «registo de nascimento» em Ostrava.
Edições passadas revelaram marchadores que são hoje figuras de relevo considerável no panorama internacional, como sucede com Elena Shumkina (Rússia, 1.ª em 2009), Olha Yakovenko (Ucrânia, 15.ª em 2007 e 4.ª em 2009), Matteo Giupponi (Itália, 3.º em 2009), Valeriy Borchin (Rússia, 1.º em 2007), Olga Kaniskina (Russia, 2.ª em 2005), Ana Cabecinha (Portugal, 4.ª em 2005), Benjamín Sánchez (Espanha, 2.º em 2005), Benjamin Kucinski (Polónia, 1.º em 2003), Matej Tóth (Eslováquia, 6.º em 2003) ou ainda todas as quatro primeiras classificadas de 2003: Athanasia Tsouméleka (Grécia), Vera Santos (Portugal), Sabine Krantz (Alemanha) e Beatriz Pascual (Espanha).
Mas também há casos de outros atletas que tardam a confirmar ao mais alto nível as boas classificações registadas em europeus de sub-23, como são os casos de da checa Zuzana Schindlerová (6.ª em 2007 e 2.ª em 2009) ou do espanhol Miguel Ángel López (1.º, em 2009).
Mas, seja como for, tudo aponta para mais um grande espectáculo competitivo de marcha atlética, domingo, a partir das 7h00 da manhã (hora de Portugal continental), que pode ser seguido via internet através do site da Associação Europeia de Atletismo (www.european-athletics.org).