Fotos de Francisco Silva e Isabel Crespo. |
A sensacional vitória da equipa feminina nos 20 km marcha da Taça do Mundo de Marcha, realizada em Chihuahua, no México, marcou muito positivamente a presença de Portugal na 24.ª edição da prova. Foi o mais extraordinário sucesso da marcha atlética portuguesa desde sempre e um merecido prémio para o superquarteto de atletas que, à exceção de Susana Feitor, nunca tinha conseguido um título mundial. Vera Santos (2.ª), Inês Henriques (3.ª), Ana Cabecinha (8.ª) e Susana Feitor (16.ª) catapultaram o nome do país para as páginas da imprensa desportiva mundial.
Com uma temperatura, por vezes, muito elevada a jornada foi também marcada pela supremacia das equipas chinesas em quase todas as competições do programa. Triunfaram coletivamente nos 10 km juniores femininos e nos 20 e 50 km masculinos e ainda obtiveram o 2.º lugar nos juniores masculinos e o 3.º lugar nos 20 km femininos. Individualmente há a destacar as vitórias dos juniores Eider Arévalo (Colombia) e de Antonella Palmisano (Itália), nos 10 km, de Hao Wang (China) e Maria Vasco (Espanha), nos 20 km, e o surpreendente resultado do eslovaco Matej Tóth, nos 50 km.
A equipa portuguesa fez-se representar por 11 atletas, desta vez sem atletas juniores. Os homens dos 20 e 50 km tiveram uma atuação positiva conseguindo os 8.º e 9.º lugares coletivos. Sérgio Vieira (26.º), Augusto Cardoso (28.º) e Pedro Isidro (30.º) apresentaram-se nos 20 km enquanto Dionísio Ventura (31.º), Jorge Costa (34.º) e Luís Gil (35.º) completaram os 50 km. António Pereira desistiu na prova de 20 km.
Carlos Carmino, técnico nacional de marcha, Jorge Miguel, Paulo Murta e João Vieira foram os treinadores que integraram a comitiva que contou, ainda, com o apoio clínico da médica Isabel Crespo e do fisioterapeuta Francisco Silva. Chefiou a comitiva a dirigente federativa Isabel Trigo Mira, sempre disponível e cordial.
A nossa recordista nacional, Ana Cabecinha, que contribuiu para o brilhante desempenho da seleção nacional, recordou-nos esses momentos:
“Nas semanas anteriores à competição estive a fazer um estágio de altitude, nos EUA. Quando chegámos a Chihuahua a temperatura era muito elevada e estranhámos isso. Por outro lado, o percurso, num sobe e desce, dificultou a obtenção de melhores marcas mas tudo acabou por correr muito bem. Dei o meu melhor e fiquei muito contente com o 8.º lugar e o magnífico resultado global da equipa. “
Traçadas, pois, em linhas gerais, as prestações da seleção nacional de marcha nas Taças do Mundo de Nova Iorque, L’Hospitalet, San José, Monterrey, Pequim, Podebrady, Mézidon, Turin, Naumburg, Corunha, Cheboksary e Chihuahua, resta-nos desejar que Saransk constitua, de novo, um marco positivo na carreira dos nossos marchadores e seja prestigiante para as cores portuguesas.