A equipa portuguesa de 50 km em Cheboksary-2003. Fotomontagem: O Marchador |
Foi necessário que se chegasse à quinta edição
da Taça da Europa de Marcha, disputada na cidade russa de Cheboksary, para que
Portugal saboreasse o seu primeiro grande momento coletivo na competição com a
conquista da medalha de bronze nos 50 km marcha. A seleção portuguesa ficou
apenas atrás de duas grandes potências mundiais da especialidade, a Rússia, que
meteu três seus atletas nas três primeiras posições, e a Espanha, cujos três
primeiros classificaram-se em 4.º, 5.º e 7.º lugares.
A nível masculino,
constitui, ainda, o único troféu conquistado por Portugal em todo o historial
da competição. Pedro Martins (10.º lugar), Jorge Costa (20.º) e Luís Gil (24.º)
foram os autores de tal façanha (Mário Contreiras, o outro componente da
seleção, viria a desistir), Recordamos e enaltecemos a proeza dos nossos homens
que muito trabalharam para tal objetivo (faltou um maior reconhecimento
público). Bem hajam todos!
Também no plano
feminino, Portugal haveria de conseguir uma boa posição coletiva na prova dos
20 km, alcançando a quinta posição com uma equipa consistente e da qual fizeram
parte, Susana Feitor, num ótimo 5.º lugar (1:29:08), Vera Santos, Inês
Henriques e Maribel Gonçalves.
Individualmente foi
João Vieira quem obteve a melhor prestação no evento, graças ao quarto lugar na
prova dos 20 km (1:21:01), a apenas cinco segundos da medalha, conquistada pelo
russo Vladimir Andreyev, e a 9 segundos da medalha de prata do italiano
Alessandro Gandellini.
A nível
organizativo, e nos meios utilizados, num ambiente de grande festa e de
confraternização foi, certamente, um dos melhores de quantos se assistiu.
Vários elementos da delegação portuguesa referiram-nos que, excetuando
cerimónias de Jogos Olímpicos, nunca tinham visto nada de igual. Assistiram às
provas cerca de 50.000 pessoas.
Dos Oficiais
designados para esta Taça da Europa, o português Luís Dias integrou o Júri de
Apelo.
Pedro Martins (o
nosso melhor homem dos 50 km), viveu esses momentos com emoção:
“ A
viagem foi longa e cansativa, mas tudo o resto compensou.
Lembro-me de um percurso de 2 km paralelo a um lago,
completamente plano e com um óptimo piso. As viragens eram largas a amplas.
Num dos lados, havia uma encosta, que desde o tiro de partida
para a 1ª prova ficou cheia de pessoas a aplaudir euforicamente. Aplaudiam não
só os atletas russos, mas todos os outros. Aplaudiam a Marcha Atlética!
Pessoalmente o meu 10.º lugar não refletiu a minha melhor
marca pessoal (pois não estava no meu melhor), mas refletiu uma grande
classificação colectiva, o 3.º Lugar. Certamente motivados pelo apoio enérgico
dos espectadores e pelas excelentes condições da organização.
Memorável!”