Inês Henriques e Jorge Vieira, o presidente da FPA. Foto: Pedro Lemos. Montagem: O Marchador |
Inês Henriques, marchadora do Clube de Natação
de Rio Maior, treinada por Jorge Miguel, recebeu esta segunda-feira, das mãos
de Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, o galardão
que a distingue como a Melhor Atleta do Ano, numa cerimónia promovida pelo CNID
(Associação de Jornalistas de Desporto), que celebrou o seu 51.º aniversário.
Na cerimónia de entrega dos Prémios CNID 2017,
que decorreu no Museu do Desporto, nos Restauradores, em Lisboa, Inês Henriques
dividiu o prémio com Patrícia Mamona e Nélson Évora (atletismo), Frederico
Morais (surf) e Telma Monteiro (judo).
A atleta ribatejana, que treina nas excelentes
instalações do Complexo Desportivo de Rio Maior, estabeleceu este ano o recorde
mundial dos 50 km marcha femininos, com a marca de 4.08.26 (aguarda homologação
pela IAAF), proeza assinalada no decorrer dos Campeonatos de Portugal de 50 km
marcha, que a FPA, voltou a colocar, e muito bem, a distância olímpica no
calendário masculino (lamentavelmente suspendeu-a em 2016), tendo-a feito
disputar agora, em simultâneo e pela primeira vez, também na vertente feminina.
E é sintomático que seja uma associação de
jornalistas desportivos a evidenciar o feito de Inês Henriques, precisamente
dando o devido destaque à proeza da atleta olímpica, pelo seu êxito numa
distância que recentemente suscitou interrogações de algumas entidades a nível
internacional, prontamente rebatidas. Como exemplo da dimensão planetária da
disciplina, refira-se que nos 50 km marcha (masculinos) dos Jogos do
Rio de Janeiro (2016), os quatro primeiros classificados eram
provenientes de quatro continentes (Europa, Oceânia, Ásia e América).
Ainda a propósito da cerimónia, e com a
devida vénia, transcrevemos uma peça de Luís Filipe Simões, inserida no
jornal “A Bola”:
“Inês
Henriques, marchadora do CN Rio Maior, recebeu o prémio de Atleta do Ano e
aproveitou para dizer que é importante lutar pela igualdade de género, dizendo
que a marcha é exemplo da desigualdade, até pelo facto de só nos masculinos
haver, até há pouco tempo, provas de 50 km, o que fazia com que a Campeonatos
do Mundo e da Europa, bem como a Jogos Olímpicos, fossem seis homens e apenas
três mulheres vencedores na disciplina. E foi graças aos 50 km marcha que deu
pontapé na discriminação. Não só fez a prova, como bateu recorde mundial e
demonstrou que as mulheres a podem fazer e com excelentes marcas, que não é
coisa só de homens…”
As nossas felicitações a Inês Henriques!