sábado, 29 de março de 2014

Só Pedro Isidro nos 50 km da Taça do Mundo de Marcha

Pedro Isidro. Foto: SAPO Desporto
A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) anunciou esta quarta-feira, 26 de Março, a selecção de Pedro Isidro para equipa de 50 km que em 3 e 4 de Maio vai representar Portugal na 26.ª Taça do Mundo de Marcha, a realizar na cidade chinesa de Taicang. Concluído o prazo de obtenção de marcas de referência para a mencionada competição, o atleta do Benfica foi o único a reunir as condições estabelecidas pela FPA através dos critérios de selecção para a Taça do Mundo de Marcha.

Pedro Isidro vai, assim, registar a 10.ª internacionalização como marchador, registando em Taicang a quarta presença em taças do mundo. Anteriormente, o marchador benfiquista tinha alinhado nesses torneios por duas vezes em provas de 20 km e uma vez em 50 km.

De acordo com os critérios de selecção para a Taça do Mundo de Marcha, poderiam ser seleccionados os atletas que de 1 de Janeiro de 2013 a 23 de Março de 2014 obtivessem em 50 km marcas até 4.00.00 h. Tal condição foi atingida apenas por Pedro Isidro, que durante a Taça da Europa de Dudince (Eslováquia), a 19 de Maio do ano passado, registou 3.57.09 h.

Esta situação de apenas um atleta representar Portugal na prova mais longa do programa da Taça do Mundo de Marcha revela-se inédita, sendo consequência da alteração da marca mínima exigida pela FPA para integração na equipa. Em 2012, a marca para a Taça do Mundo cifrou-se em 4.15.00 h, sendo a selecção de atletas para esta prova objecto de aumento de exigência, ao passar a ser requerida marca 15 minutos mais difícil do que até aqui.

Com a excepção de 1993, quando Portugal não apresentou atletas masculinos na Taça do Mundo de Monterrey (México), nunca as representações nacionais a este tipo de competições tinham deixado de incluir uma equipa para a prova mais longa do programa (50 km). Nem mesmo quando tiveram de ser os próprios atletas a argumentar com dados objectivos para demonstrar a qualidade de uma primeira representação portuguesa na Taça do Mundo de Marcha (Nova Iorque, 1987), conseguindo dessa forma levar a direcção da federação a alterar uma decisão inicial de não participação.

Em 2014, os critérios de selecção divulgados pela estrutura federativa indicavam que «caso seja tecnicamente justificável poderão ser selecionados atletas sem as marcas de qualificação», solução que poderia atenuar as consequências daquele agravamento de marcas. No entanto, ao contrário do verificado em 2013, quando a inclusão de um atleta sem «mínimos» ajudou a viabilizar, pelo menos na convocatória inicial, a composição de uma equipa, tal não sucedeu e pela primeira vez Portugal vai aos 50 km da Taça do Mundo de Marcha com uma representação apenas individual. Tratando-se de uma competição colectiva, tal situação é a menos desejável.

A composição da selecção nacional para Taicang ficará completa com a indicação dos seleccionados nas provas de 20 km (masculinos e femininos) e de 10 km para juniores (também masculinos e femininos), a divulgar a 7 de Abril próximo, após a realização do Grande Prémio de Rio Maior, marcado para 5 de Abril.

Para mais informações sobre o currículo de Pedro Isidro, pode aceder-se a Atletismo Estatística (aqui), espaço «on-line» gerido pelo jornalista Manuel Arons de Carvalho.