quinta-feira, 6 de março de 2014

Marcha em Portugal na Primavera de 1938 (IX)


Excerto da notícia publicada seis dias antes da prova
Após uma Primavera auspiciosa para as provas de marcha em Portugal e depois da continuidade que essas competições tiveram já no Outono, o final de 1938 e o início de 1939 parece terem devolvido alguma «normalidade» a esta prática desportiva no nosso país. O que, convenhamos, não era bom presságio.

Para Coimbra, o jornal «Os Sports» anunciava na edição de 31 de Outubro a realização de mais uma prova de marcha, a segunda na cidade em pouco meses. Depois da iniciativa do Sporting Clube das Lajes, em 5 de Junho, era agora outra colectividade muito dinâmica, o Vitória Futebol Clube, da Arregaça, que lançava mãos à obra na promoção da marcha na cidade do Mondego. Mas, pelos vistos, a obra não correspondeu à intenção do criador.

O clube terá anunciado a prova para a segunda quinzena de Novembro, sendo posteriormente fixada como data definitiva o dia de Natal, 25 de Dezembro, sendo retomado o percurso da competição de Junho, a Volta da Conraria, com 14 quilómetros de extensão. No entanto, de nada serviu escolher o dia das festas para a realização da prova. Tal como parecia já recear-se pela forma aparentemente preocupada com que o jornal voltava a divulgar a iniciativa seis dias antes da realização (notando que uma prova de corrida também organizada dias antes pelo Vitória da Arregaça tivera participação muito reduzida), a competição acabou por ficar sem efeito por falta de participantes.

A notícia publicada três dias depois em «Os Sports» era lacónica e elucidativa:

«Uma prova que não se efectuou

Estava anunciada para o passado domingo a 'Prova de Marcha', promovida pelo Vitória Futebol Clube, da Arregaça, cujo percurso era constituído pela conhecida volta da Conraria.

A prova, porém, não se efectuou por não haver concorrentes.

Sem comentários...»

Como começa a ver-se, depois da bonança chegava a tempestade. Que iria assolar também Lisboa, ainda que de maneira diferente.