Excerto da notícia publicada seis dias antes da prova |
Após uma Primavera
auspiciosa para as provas de marcha em Portugal e depois da continuidade que
essas competições tiveram já no Outono, o final de 1938 e o início de 1939
parece terem devolvido alguma «normalidade» a esta prática desportiva no nosso
país. O que, convenhamos, não era bom presságio.
Para Coimbra, o
jornal «Os Sports» anunciava na edição de 31 de Outubro a realização de mais
uma prova de marcha, a segunda na cidade em pouco meses. Depois da iniciativa
do Sporting Clube das Lajes, em 5 de Junho, era agora outra colectividade muito
dinâmica, o Vitória Futebol Clube, da Arregaça, que lançava mãos à obra na
promoção da marcha na cidade do Mondego. Mas, pelos vistos, a obra não
correspondeu à intenção do criador.
O clube terá
anunciado a prova para a segunda quinzena de Novembro, sendo posteriormente
fixada como data definitiva o dia de Natal, 25 de Dezembro, sendo retomado o
percurso da competição de Junho, a Volta da Conraria, com 14 quilómetros de
extensão. No entanto, de nada serviu escolher o dia das festas para a
realização da prova. Tal como parecia já recear-se pela forma aparentemente
preocupada com que o jornal voltava a divulgar a iniciativa seis dias antes da
realização (notando que uma prova de corrida também organizada dias antes pelo
Vitória da Arregaça tivera participação muito reduzida), a competição acabou
por ficar sem efeito por falta de participantes.
A notícia publicada
três dias depois em «Os Sports» era lacónica e elucidativa:
«Uma prova que não se
efectuou
Estava anunciada para
o passado domingo a 'Prova de Marcha', promovida pelo Vitória Futebol Clube, da
Arregaça, cujo percurso era constituído pela conhecida volta da Conraria.
A prova, porém, não
se efectuou por não haver concorrentes.
Sem comentários...»
Como começa a ver-se,
depois da bonança chegava a tempestade. Que iria assolar também Lisboa, ainda
que de maneira diferente.