Orlete e Vera Santos. Foto: António Cardoso |
Nasceu em 25 de Setembro de 1951 na aldeia do Viduedo, concelho do Mogadouro, distrito de Bragança, a mais velha de quatro irmãos.
Aos 19 anos veio viver para Lisboa. Casou-se aos 20 e ficou viúva há 13 anos. Mãe de Pedro (38 anos) e de Sérgio (23 anos), tem dois netos, Pedro (7) e Vânia (13).
Em 1999 viu na televisão a corrida da ponte 25 de Abril e disse para consigo mesmo que um dia haveria de conseguir fazê-la. Uma vez por ano passou a realizar essa tradicional prova.
Em 2006 integrou um grupo de ginástica de manutenção, orientada pelo Prof. José Almeida, no Estádio Universitário de Lisboa, ocasião em que iniciou a prática da corrida com uma maior regularidade, representando o Sport Lisboa e Campolide. Aliás foi nesse ano que ganhou a sua primeira taça, numa prova de corrida organizada pelo Centro de Atletismo das Galinheiras.
Como reside próximo da pista Mário Moniz Pereira, na Alta de Lisboa, começou aí a realizar alguns treinos, até que foi confrontada com o facto de ter de pagar a entrada por não ser federada.
Nessa ocasião, recebeu um convite do Sr. José Henriques para integrar o Centro de Atletismo das Galinheiras, apadrinhando o seu início na marcha atlética, se bem que nunca tivesse praticado a disciplina e não soubesse se seria capaz de o fazer.
No Grande Prémio de Marcha do Centro de Atletismo das Galinheiras, realizado a 19 de Novembro de 2010, participou e gostou. Depois, em Dezembro desse ano, fez a prova de marcha do Grande Prémio de Natal, em Lisboa, e em 8 de Janeiro sagrou-se campeã de Lisboa de Veteranas, em estrada.
Uma semana mais tarde, realizou a sua primeira prova de pista, os 3.000 metros marcha dos Campeonatos de Lisboa de Inverno, ao lado da olímpica Vera Santos. “Estava à vontade, não conhecia nem sabia sequer quem eram as atletas, nem a Vera Santos!” No dia 5 de Fevereiro participou nos 10 km do Troféu de Marcha da Cidade de Llerena, em Espanha, e foi a 3.ª classificada.
Diz que gosta de fazer corrida mas que agora está a parecer-lhe que gosta mais de marcha. Não sabe explicar porquê… É seu desejo experimentar outras disciplina do atletismo, como o de lançar “o ferro”, como diz ao pretender referir-se ao dardo!
Antes, não convivia, estava isolada. Com a prática desportiva conheceu muitos amigos, sentindo-se feliz, num mundo diferente. Está mais realizada e sente que nasceu de novo. Vive para os seus filhos e netos e para todos os amigos que a rodeiam e vê nestes novos amigos do desporto também uma família.
Tem muita pena de não ter os seus 20 anos para poder desfrutar, nessa idade, a sua vida de desportista, daí que queira incentivar os jovens a continuarem...
Gostava de um dia vir a ser notícia na sua terra natal pelos resultados que realiza no desporto. O seu irmão quando lhe telefona já pergunta “em que lugar ficaste?”
Duas vezes no ano procura rever os familiares e amigos na sua aldeia em Viduedo, normalmente por ocasião da apanha da azeitona e das festas locais, estas em Maio. Agora só deseja que essas deslocações não venham a coincidir com datas de provas que sejam para si importantes.