Os pódios individual e coletivo dos 50 km em Alytus e o vencedor Yohann Diniz, já bem destacado. Fotos: Streaming e Ricard Rekst Montagem: O Marchador |
O francês Yohann Diniz pôs mais uma
vez em prática a táctica habitual de partir ao ataque e marchar isolado para
garantir a vitória individual nos 50 km masculinos da Taça da Europa de Marcha,
a decorrer em Alytus, na Lituânia. Diniz concluiu a prova em 3.37.43 h, marca
que constitui um recorde dos campeonatos (ou seja, melhor marca de sempre na
distância em taças da Europa de marcha). O bielorrusso Dzmitry Dziubin foi
segundo, com um novo recorde pessoal de 3.45.51 h, enquanto o veterano
português João Vieira, de 43 anos, terminava na terceira posição, com 3.46.38
h, não muito distante do seu recorde nacional, de 3.45.17 h.
A prova ficou marcada pelo ritmo
imposto logo à partida pelo campeoníssimo francês, recordista mundial da
distância, com voltas de mil metros cumpridas entre 4.20 e 4.28 na primeira
légua (22.42 aos 5 km). Na segunda légua, Diniz acelerou ainda mais, tendo como
«pior» os 4.21 m do sexto e do décimo quilómetros (10 km em 44.22).
Daí até final foi uma espécie de
festival de marcha protagonizado pelo atleta francês, com muitos quilómetros
cumpridos em menos de 4.20 m, um ritmo acessível apenas a um atleta capaz de
ter levado o recorde mundial da distância às 3.32.33 h obtidas em Zurique nos
europeus de atletismo de 2014.
A única dificuldade mais
significativa sentida por Yohann Diniz terá sido o calor, lamentando no final
os mais de 20 graus Celsius que se fizeram sentir esta manhã em Alytus. De
resto, garantiu ter sido uma vitória fácil, com um ritmo sempre elevado, apesar
de nos últimos dois anos ter tido problemas de lesão.
Na primeira metade da prova,
sobretudo até aos 20 km, a perseguição a Diniz foi movida pelo italiano Marco
De Luca e pelo sueco Ato Ibáñez. No entanto, os dois acabariam por ceder, De
Luca terminando em 19.º (3.58.54) e Ibáñez desistindo após os 37 quilómetros.
Antes disso ainda tiveram a
companhia de Dzmitry Dziubin, que doseou melhor o esforço e se apossou do
segundo lugar cerca dos 20 quilómetros, para não mais o perder até final. Igual
cautela permitiu a João Vieira ir subindo na classificação à medida que a
distância da prova se escoava. Começou no grupo maior de atletas, num ritmo
perfeitamente controlado, a rondar os 4.40 m por quilómetro, aumentando depois
para próximo dos 4.20 m por volta.
Uma estratégia que surtiu efeito,
levando o recordista português do 30.º lugar em que se passou aos mil metros
até ao pódio final.
Colectivamente, a Ucrânia, mesmo não
tendo qualquer atleta nos três primeiros, conseguiu uma prestação equilibrada e
concluiu com 26 pontos (Ivan Banzeruk 6.º, Valeriy Litanyuk 7.º e Serhiy Budza
13.º), adiante da Espanha, com 43, e da Bielorrússia, com 49.
Classificação individual
50 km masculinos
1.º, Yohann Diniz, 1978 (FRA - França), 3.37.43
2.º, Dzmitry Dziubin, 1990 (BLR - Bielorrússia), 3.45.51
3.º, João Vieira, 1976 (POR - Portugal), 3.46.38
4.º, Artur Brzozowski, 1985 (POL - Polónia), 3.46.42
5.º, Brendan Boyce, 1986 (IRL - Irlanda), 3.48.13
6.º, Ivan Banzeruk, 1990 (UKR - Ucrânia), 3.48.40
7.º, Valeriy Litanyuk, 1994 (UKR - Ucrânia), 3.51.27
8.º, José Ignacio Díaz, 1979 (ESP - Espanha), 3.52.00
9.º, Michele Antonelli, 1994 (ITA - Itália), 3.52.09
10.º, Artur Mastianica, 1992 (LTU - Lituânia), 3.55.40
11.º, Aléxandros Papamihaíl, 1988 (GRE - Grécia), 3.56.19
12.º, Arnis Rumbenieks, 1988 (LAT - Letónia), 3.57.09
13.º, Serhiy Budza, 1984 (UKR - Ucrânia), 3.57.34
14.º, Nathaniel Seiler, 1996 (GER - Alemanha), 3.57.49
15.º, Jesús Ángel García, 1969 (ESP - Espanha), 3.57.51
16.º, Narcis Mihaila, 1987 (ROU - Roménia), 3.58.17
17.º, Jonathan Hilbert, 1995 (GER - Alemanha), 3.58.21
18.º, Ruslans Smolonskis, 1996 (LAT - Letónia), 3.58.35
19.º, Marco De Luca, 1981 (ITA - Itália), 3.58.54
20.º, Marc Tur, 1994 (ESP - Espanha), 3.59.59 p.z.
21.º, Carl Dohmann, 1990 (GER - Alemanha), 4.02.41
22.º, Aliaksandr Liakhovich, 1989 (BLR - Bielorrússia), 4.02.43
23.º, Dmytro Sobchuk, 1995 (UKR - Ucrânia), 4.03.13 p.z.
24.º, Marius Cocioran, 1983 (ROU - Roménia), 4.04.04
25.º, Uladzimir Kalesnik, 1992 (BLR - Bielorrússia), 4.08.19
26.º, Benjamín Sánchez, 1985 (ESP - Espanha), 4.13.54
27.º, Hugo Andrieu, 1992 (FRA - França), 4.14.29
28.º, Karl Junghannß, 1996 (GER - Alemanha), 4.14.52
29.º, Bruno Erent, 1990 (CRO - Croácia), 4.27.39
30.º, Gregorio Angelini, 1996 (ITA - Itália), 4.30.26
31.º, Virgo Adusoo, 1985 (EST - Estónia), 4.35.13
32.º, Dávid Tokodi, 1991 (HUN - Hungria), 4.39.47
Desistentes: Andrea Agrusti, 1995 (ITA - Itália), Aleksi Ojala, 1992 (FIN - Finlândia), Lukáš Gdula, 1991 (CZE - República Checa), Michal Morvay, 1996 (SVK - Eslováquia), Ato Ibáñez, 1985 (SWE - Suécia),
Jakub Jelonek, 1985 (POL - Polónia), Rafal Sikora, 1987 (POL - Polónia), Andrei Gafita, 1996 (ROU - Roménia), Rick Liesting, 1977 (NED - Holanda), Mert Atli, 1993 (TUR - Turquia), Miklós Srp, 1993 (HUN - Hungria), Aurelien Quinion, 1993 (FRA - França) e Tomasz Bagdány, 1995 (HUN - Hungria),
Desclassificado: Tadas Šuškevicius, 1985 (LTU - Lituânia).
Classificação coletiva
1.º, UKR - Ucrânia, 26 pontos
2.º, ESP - Espanha, 43 pts
3.º, BLR - Bielorrússia, 49 pts
4.º, GER - Alemanha, 52 pts
5.º, ITA - Itália, 58 pts