Em Tampere, David Hurtado e o seu treinador Javier Cayambe. Fotos: Comité Olímpico Ecuatoriano Montagem: O Marchador |
“A desforra era comigo mesmo. Senti que tinha de dar um salto em frente
no plano qualitativo, antes de ingressar na categoria sénior”, assim se
referiu o jovem marchador equatoriano David Hurtado, em entrevista concedida à
jornalista Manuela Santos (Comité Olímpico Equatoriano), a propósito da
conquista da medalha de prata nos Campeonatos Mundiais Sub-20, que recentemente
tiveram lugar em Tampere, na Finlândia.
A marcha atlética no Equador tem
registado uma notável evolução desde que um dos mais brilhantes marchadores
mundiais de todos os tempos - Jefferson Pérez -, conquistou para o seu país a
primeira medalha olímpica, e logo a de ouro, nos Jogos de Atlanta, em 1996, a
que se seguiram outros notáveis desempenhos. Agora, em Tampere, além de
Hurtado, a júnior de primeiro ano, Glenda Morejón esteve em excelente plano ao
conseguir a medalha de bronze na prova dos 10.000 metros marcha, isto depois
de, apenas há um ano, nos Mundiais Sub-18, em Nairobi, no Quénia, ter subido ao
lugar mais alto do pódio.
David Hurtado, de 19 anos (nasceu
a 21 de abril de 1999), preparou-se redobradamente para a prova de Tampere
depois de em maio deste ano, no Mundial de Seleções, disputado na China, ter
sido desclassificado quando lutava pela melhor posição possível (viu ser-lhe
mostradas cinco raquetas amarelas, e registou quatro notas de desclassificação
ou cartões vermelhos em apenas 14 minutos, a última delas a pouco mais de um
quilómetro do final da competição.
“A partir daquele momento tivemos (com o treinador, Javier Cayambe) de colocar um maior enfâse na técnica da
marcha o que nos obrigou, inclusivamente, a sair do país a fim de realizar um
estudo biomecânico, melhorando o que havia a melhorar a fim de subir a um lugar
no pódio de uma competição a nível mundial”.
Depois do sabor amargo de
Taicang, provou-se que a lição estava bem estudada para Hurtado. “Sabia, porque estudamos previamente, quem
seriam os meus maiores rivais, o japonês Sho Sakazaki, com a melhor marca do
ranking mundial, e o chinês Yao Zhang. A prova foi muito competitiva, primeiro
enfrentei o africano (Dominic Ndjiti), depois os chineses (Zhang e Wang), e a
seguir o da Guatemala (José Ortiz). Foi uma batalha quase corpo a corpo e
confiei nas minhas capacidades”.
Agradecendo a todos os
equatorianos, ao seu treinador, que sempre esteve com ele nos momentos
difíceis, e à sua equipa de trabalho, Hurtado vai preparar a transição, como
atleta sénior no próximo ano, para a disciplina dos 20 km marcha. Mas para já,
está focado na primeira prova na distância. Que serão os Sul-americanos Sub-23,
em outubro próximo, na Argentina, e depois somar os pontos necessários no
ranking mundial para marcar presença em Tóquio, nos Jogos Olímpicos de 2020.