Shirobokov e a sua medalha de prata nos mundiais de Londres. Foto: Escola de Preparação Olímpica |
Sergey Shirobokov, de apenas 18 anos de idade, conseguiu uma medalha, a
de prata, nos 20 km marcha dos recentes Campeonatos do Mundo de Atletismo em
Londres, sempre batalhando no grupo da frente e apenas cedendo na parte final
para o colombiano Arévalo.
Uma medalha de prata que sabe a ouro…
Sem poder representar o seu país, a Rússia, pois competiu nos
campeonatos na qualidade de atleta neutro, foi recebido como herói em Saransk.
Oriundo de Udmurtia, região bem esquecida da Rússia, nasceu numa aldeia
com 70 habitantes e desde cedo se habituou à vida dura pois os pais são
agricultores. A escola ficava a 5 quilómetros, trajeto que Sergey percorria
diariamente sem qualquer problema, não esquecendo depois as lides domésticas.
Para outras coisas não tinha tempo, mas quando na escola organizaram
jogos de atletismo o professor sugeriu-lhe experimentar a marcha, já que
caminhava muito todos os dias. E assim começou…
Entrou na escola profissional em Izhevsk, a capital de Udmurtia, e ficou
descoberto um talento para marcha. Logo no primeiro ano ganhou os Campeonatos
da Rússia de sub-18, tendo sido convidado para um estágio em Saransk. Gostou do
ambiente e profissionalismo e por lá ficou.
Após a restruturação e mudanças no Centro de Saransk, também mudou e
agora tem vários treinadores no apoio técnico. Mas não tem parceiros de treino,
treina sozinho, isto porque as suas sessões são bem mais exigentes.
Não gosta de perguntas sobre doping e tenta não ligar muito a isso… Deseja
apenas treinar e competir, esperando ganhar pelo menos 2 ou 3 medalhas
olímpicas. Adorava fazer uma «dobradinha» nos 20 e 50 quilómetros nuns mesmos
Jogos Olímpicos, se houver alguns dias de diferença entre as provas.
Durante a sua prova em Londres referiu estar preocupado com a técnica e
que tentou manter-se discreto, pois ficara afetado com a desclassificação da sua
colega Klavdiya na prova feminina de 20 km que antecedeu a sua.
Acrescentou ainda que o seu pensamento esteve em outros marchadores
russos, que seria bom que a marcha russa voltasse aos grandes palcos internacionais,
e que sabia ter de sofrer para provar que marcha russa continua viva…
Fonte: Escola de
Preparação Olímpica
Colaboração: Kristina
Saltanovic