Wang Hao, Éder Sánchez e Giorgio Rubino no pódio dos 20 km de Berlim-2009. Fotos: Zimbio, Comité Olimpico Mexicano e FIDAL. Montagem: O Marchador |
Nos 20 km marcha dos campeonatos mundiais de atletismo, em Berlim´2009,
Valery Borchin (Rússia), ganhou a competição, recebendo, consequentemente a
medalha de ouro. Seis anos depois do evento, soube-se que o atleta se dopara. A
26 de março de 2016 o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmou o facto e
suspendeu o atleta considerando nulos os resultados obtidos por aquele no
período de 14 de agosto de 2009 a 15 de outubro de 2012, entre os quais os de
Berlim.
Neste sentido, a IAAF entendeu por bem premiar o esforço honesto dos
atletas numa cerimónia oficial que terá lugar no dia 13 de agosto (data da
realização das provas de marcha), às 16:20 horas, na Avenida The Mall. Várias
outras cerimónias de premiação, em outras disciplinas, serão realizadas no decorrer
dos mundiais, também por motivo de desclassificação de atletas por doping,
nomeadamente, nos mundiais de Daegu, Berlim e Moscovo. O chinês Wang Hao, que
conquistara a medalha de prata, receberá oportunamente a medalha de ouro, pois
não estará fisicamente presente na cerimónia (a China selecionou, para a prova
masculina dos 20 km, Xianqqian Jin, Kaihua Wang e Rui Wang), o mexicano Éder
Sánchez ganha a medalha de prata (em vez da de bronze) e o italiano Giorgio
Rubino a medalha de bronze.
Wang Hao, de 27 anos de idade, tem um recorde pessoal nos 20 km de
1:18:13, obtido a 22 de outubro de 2009, em Jinan (China), tendo nos mundiais
de Berlim conseguido a marca de 1:19:06. Note-se que o agora declarado campeão
mundial já vencera a Taça do Mundo de Marcha, em Chihuahua (2010) e nos Jogos
Olímpicos de Pequim (2008) fora 4.º classificado, sempre na distância de 20 km.
Para Sánchez, de 31 anos de idade, nascido em Tlalnepantla, no Estado
de México, e que se encontra atualmente a estagiar na Polónia com vista,
precisamente, a competir em Londres, nos 20 km (o objetivo é posicionar-se nos
16 primeiros), a notícia realmente agradou-lhe bastante se bem que teria sido muito
melhor para ele a “descoberta” do doping do russo com uma maior antecedência
pois teria conseguido outro tipo de apoios e maiores proventos económicos e,
certamente, com melhores resultados desportivos.
Para Rubino, de 31 anos de idade, nascido em Roma, e que também vai
competir nos 20 km marcha dos mundiais de Londres (a Itália apresenta 8
marchadores). Na sua página pessoal de facebook, o atleta transalpino disse que
recebeu a notícia como se tratasse de um sonho, finalmente concretizado, após
muitos anos de sacrifício e que a sua carreira podia ter sido outra caso
tivesse recebido a medalha há 8 anos, usurpada, ainda segundo Rubino, por um
dos maiores dopados da história do desporto e que continuou a usufruir de
"mordomias" enquanto outros trabalhavam com toda a honestidade. Para
ele, não há que perder a fé na justiça e há que acreditar sempre no trabalho
que se realiza pois, mais cedo ou mais tarde, a recompensa surgirá deixando,
por fim, um apelo: "Nunca deixem de sonhar!".