Glenda Morejón, a última campeã mundial de marcha
no escalão sub-18. Foto: Streaming IAAF/Youtube
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Tal como na prova masculina de marcha, terminada minutos antes, a competição feminina de marcha começou com uma atleta da «casa» a tentar dar nas vistas. Lenah Nanjala foi, assim, a primeira concorrente a ganhar evidência, lançando um ataque cerca dos 300 metros de prova, o que lhe permitiu isolar-se, para vir a ser alcançada no final do primeiro quilómetro.
Após mil metros de competição, cumpridos em 4.35,76 m pela queniana, o grupo da frente mantinha ainda 17 das 26 atletas que alinharam à partida. Era a fase em que Morejón e Bekmez começavam a querer mostrar ao que vinham, ao mesmo tempo que a chinesa Xiaole Zhang e as russas-neutras Khasanova e Ekaterina Gorshenina se aproximavam da frente da prova.
De forma pouco prudente, Nanjala voltaria a forçar o passo à passagem pelos 2000 metros, numa fase em que já se tinham tornado evidentes as deficiências técnico-regulamentares da queniana e as dificuldades para acompanhar as mais rápidas. Não foi preciso esperar mais que uma volta à pista para que Lenah Nanjala tivesse sido de novo alcançada e ultrapassada pelo grupo de dez atletas que iria continuar na luta pelos primeiros lugares.
Estavam decorridos três quilómetros quando Morejón e Bekmez produziram nova aceleração, a que responderam apenas Zhang e Khasanova, sendo evidente que a russa revelava maior segurança técnica do que qualquer das três companheiras de despique.
A luta pelas medalhas ficou confinada às finais destinatárias com o atraso da marchadora da China, que cedeu à entrada para o último quilómetro. A duas voltas do final, Khasanova tentou a sua sorte, acelerando e obrigando Morejón a mostrar que estava com dificuldades. Bekmez respondia à russa e acabaria por desferir o seu ataque já na volta final.
Desta vez respondia a equatoriana, com Khasanova a atrasar-se a conformar-se com a terceira posição. A turca voltou a atacar a meio da última curva, desta vez com resposta à altura de Glenda Morejón, que num ombro-a-ombro acabaria por superiorizar-se a Bekmez. A atleta do Equador ganharia pouco mais de um metro de vantagem já dentro dos dez metros finais, por sinal um avanço adquirido após a passagem pelo juiz-chefe, colocado a 10-12 metros da meta.
Nota final de curiosidade para o facto de apenas duas das 25 atletas classificadas terem averbado novos recordes pessoais: a colombiana Laura Cristina Chalarcá (7.ª, 23.54,01) e a própria queniana Lenah Nanjala (14.ª, 25.23,97), mesmo tendo ainda cumprido paragem na área de penalização.
A prova pode ser revista no canal do Youtube dedicado aos campeonatos, aqui.
Classificação
10.000 m marcha femininos
1.ª, Glenda Morejón (Equador), 22.32,30
2.ª, Meryem Bekmez (Turquia), 22.32,79
3.ª, Elvira Khasanova (ANA), 22.35,72
4.ª, Xiaole Zhang (China), 23.05,61
5.ª, Ekaterina Gorshenina (ANA), 23.05,77
6.ª, Mary Luz Andía (Peru), 23.39,64
7.ª, Laura Cristina Chalarcá (Colômbia), 23.54,01
8.ª, Rachelle De Orbeta (Porto Rico), 23.55,37
9.ª, Xueying Bai (China), 23.56,00
1.ª, Paula Torres (Equador), 24.15,31
11.ª, Hanna Zubkova (Bielorrússia), 24.29,52
12.ª, Mariona García (Espanha), 24.42,55
13.ª, Yenny Valeria González (Colômbia), 24.44,98
14.ª, Lenah Nanjala (Quénia), 25.23,97
15.ª, Noelia Vargas (Costa Rica), 25.27,15
16.ª, Josephine Grandi (Alemanha), 25.28,30
17.ª, Mare Betwe (Etiópia), 25.31,68
18.ª, Karima Gouider (Tunísia), 25.34,41
19.ª, Emily Villafuerte (Peru), 25.37,71
20.ª, Manon Lefresne (França), 25.43,33
21.ª, Brenda Rocío Palma (Argentina), 25.51,64
22.ª, Austeja Kavaliauskaite (Lituânia), 26.10,66
23.ª, Sintayehu Masire (Etiópia), 26.47,42
24.ª, Andra Elena Botez (Roménia), 26.54,06
25.ª, Rihem Bouzid (Tunísia), 27.18,78
Desistente: Kader Dost (Turquia).