A Federação
Portuguesa de Atletismo divulgou esta quarta-feira a composição da selecção que
vai representar Portugal na 26.ª Taça do Mundo de Marcha, a realizar na cidade
chinesa de Taicang, a 3 e 4 de Maio.
A lista tem
a seguinte composição (entre parêntesis, o recorde pessoal e a melhor marca do
ano):
50 km - Pedro Isidro (SL Benfica,
3.57.09, rec. pess.);
20 km masculinos - João Vieira (Sporting CP, 1.20.09, 1.23.20);
Sérgio Vieira (SL Benfica, 1.20.58, 1.24.15);
Miguel Carvalho (CN Rio Maior, 1.30.10, 1.31.34);
20 km femininos - Ana Cabecinha (CO Pechão, 1.27.46, 1.30.49;
Vera Santos (Sporting CP, 1.28.14, 1.31.14;
Inês Henriques (CN Rio Maior, 1.29.30, 1.31.25;
Susana Feitor (individual, 1.27.55, 1.34.03;
10 km juniores masculinos - Miguel Rodrigues (CN Rio Maior, 44.40, rec. pess. e m.m.a.);
Hélder Santos (GiraSol-RC, 45.03, rec. pess. e m.m.a.);
10 km juniores femininos - Mariana Mota (SL Benfica, 50.30, rec. pess. e m.m.a.);
Edna Barros (CO Pechão, 51.22, rec. pess. e m.m.a.);
Mara Ribeiro (CN Rio Maior, 48.08, 50.23.
20 km masculinos - João Vieira (Sporting CP, 1.20.09, 1.23.20);
Sérgio Vieira (SL Benfica, 1.20.58, 1.24.15);
Miguel Carvalho (CN Rio Maior, 1.30.10, 1.31.34);
20 km femininos - Ana Cabecinha (CO Pechão, 1.27.46, 1.30.49;
Vera Santos (Sporting CP, 1.28.14, 1.31.14;
Inês Henriques (CN Rio Maior, 1.29.30, 1.31.25;
Susana Feitor (individual, 1.27.55, 1.34.03;
10 km juniores masculinos - Miguel Rodrigues (CN Rio Maior, 44.40, rec. pess. e m.m.a.);
Hélder Santos (GiraSol-RC, 45.03, rec. pess. e m.m.a.);
10 km juniores femininos - Mariana Mota (SL Benfica, 50.30, rec. pess. e m.m.a.);
Edna Barros (CO Pechão, 51.22, rec. pess. e m.m.a.);
Mara Ribeiro (CN Rio Maior, 48.08, 50.23.
Se, por um
lado, esta selecção não suscita dúvidas em relação às equipas femininas e de
juniores, já em relação às formações masculinas de seniores fica por comprender
que critérios foram seguidos, sendo evidente que não bastaram os que estavam
previstos no documento federativo «Critérios de selecção», relativo à Taça do
Mundo de Marcha de Taicang.
Depois do
estabelecimento de marcas de qualificação nos 50 km (4.00.00) que dificilmente
deixariam possibilidades de constituição de uma equipa (como, de resto, se
confirmou), a imposição de «mínimos» de 1.25.00 nos 20 km masculinos acabou por
se revelar igualmente inacessível, impedindo a reunião de um trio que fosse a
base de uma equipa (nos seniores, são precisos pelo menos três atletas por
prova para a equipa pontuar, mas apenas dois reuniram as condições enunciadas
nos critérios).
Perante o
evidente falhanço da opção por marcas de qualificação impensáveis, a FPA
decidiu seleccionar atletas sem mínimos para completar a equipa de 20 km. Ainda
que a intenção possa ser louvada, ela não poderia ter sido servida de forma
mais desastrada, dado que a escolha recaiu num atleta cuja valia não se discute
mas que se encontra muito longe das marcas de qualificação, tanto no recorde
pessoal (mais de cinco minutos) como, sobretudo, nos desempenhos na corrente
época.
E é aqui que
entra o que pode ser entendido como falta de transparência: quantas pessoas
sabiam que uma marca bem acima de hora e meia dava direito a ser seleccionado?
Quantos marchadores há em Portugal capazes de obter marcas a esse nível, bem
diferente do que fora exigido de início? Por que razão outros atletas com
melhores marcas durante o período de obtenção de «mínimos» não foram
seleccionados? Por que razão se quis seleccionar um atleta sem marcas de
qualificação para completar a equipa de 20 km masculinos e não se teve o mesmo
procedimento nos 50 km, onde haverá apenas participação individual (apesar de
se tratar de uma competição por equipas)? Porquê tanta tolerância nos 20 km
masculinos e tanta exigência nos 50 km? Não é contraditório que se «abra» a
equipa de 20 km masculinos depois de ter condenado a dos 50 km com aquelas
marcas de qualificação? Se nos 20 km masculinos cabe um atleta com marca na
última prova de observação a mais de oito minutos dos «mínimos», então porque
não incluir na equipa de 50 km o campeão nacional, que proporcionalmente ficou
muito mais perto da «referência» (a 11.40 minutos)? Quantos pesos e quantas
medidas?
Estará a
Federação Portuguesa de Atletismo a pensar dar alguma explicação sobre este
assunto? Irá o treinador nacional de marcha emitir algum comentário sobre a
matéria? E como pensam gerir esta situação em que o único que não tem culpa
nenhuma (o atleta Miguel Carvalho) acaba por se ver envolvido numa polémica perfeitamente
evitável e profundamente injusta para ele?
Paulo
Bernardo, vice-presidente da FPA, será o chefe de comitiva, enquanto Carlos
Carmino, treinador nacional de marcha, será o líder de uma equipa técnica que
inclui os treinadores Paulo Murta e Jorge Miguel. O massagista será António
Vieira.