Augusto Cardoso despede-se da seleção nacional? |
«O meu objetivo passava por mais uma presença na Taça do Mundo, na distância de 50 km, para a qual me preparei, sacrificadamente, durante mais de quatro meses, à chuva, ao frio, ao vento, sem estágios de preparação (dizem que estes são só para os jovens...), e que esfriou tremendamente quando, a escassos 15 dias dos Nacionais da Quarteira, soube que a FPA entendera fazer um corte nas habituais marcas de referência, de 4.10 para 4.00, com o propósito de que, segundo ouvi de alguém com muitas responsabilidades na estrutura, quase ninguém lá fosse, por motivos económicos», continua a desabafar o atleta nortenho.
«Agora, em Rio Maior, sem que fôssemos, pelo menos eu, o António Pereira e o Luís Gil, avisados dessa possibilidade, incluem um terceiro atleta para completar a seleção dos 20 km, com uma marca distante da inicialmente divulgada, decisão que, acredito, seria do conhecimento de apenas um círculo restrito de treinadores», conclui Augusto Cardoso, que vai ponderar se realmente valerá a pena prosseguir na alta competição face àquilo que chama de «desorientação do setor de marcha da FPA».
Augusto Cardoso estreou-se pela seleção nacional no encontro internacional da Corunha, em 1988, ainda juvenil, tendo em 1989, participado, pela primeira vez, numa Taça do Mundo de Marcha, em L’Hospitalet, Espanha, na distância dos 20 km. Daí para cá contabilizou 34 presenças internacionais, sendo o marchador português que mais vezes (11) participou neste evento, e de forma ininterrupta.
Com participação coletiva em Taças do Mundo desde 1987 (com a exceção verificada em 1993), nos últimos 12 anos a seleção nacional de 50 km marcha obteve sempre resultados abaixo da 10.ª posição. Em 2002, com 4 atletas, foi 9.ª, em 2004 (5) foi 4.ª, em 2006 (5) foi 6.ª, em 2008 (4) foi 7.ª, em 2010 (3) foi 9.ª, e em 2012 (5) foi 8.ª