Formadores e formandos no Seminário de Marcha em Kobe. Fotos: Yukio Seki. Montagem: O Marchador |
Aproveitando a realização dos 102.os Campeonatos de Marcha
Atlética do Japão (20 km), a Federação Japonesa de Atletismo (JAAF) levou a
efeito no passado fim de semana (16-17/2), em Kobe, no excelente Kobe Bay
Sheraton Hotel, um Seminário destinado a Juízes de Marcha Atlética, que se
revelou muito produtivo e constituiu, sem dúvida, um êxito organizativo.
A coordenação dos trabalhos, suportada por uma bem elaborada e extensa
documentação técnica, esteve a cargo de alguns dos mais credenciados juízes de
marcha nipónicos - Akira Fujisaki, Ishii Tomoya, Akihiro Sugimoto e Sato, com
os meios audiovisuais a serem apresentados e supervisionados por Koji Miura,
especialista da JAAF na área da biomecânica, ele próprio antigo juiz
internacional. Também assistindo a toda a atividade e no apoio permanente aos
juízes internacionais, esteve Yukio Seki, membro do Comité Técnico da IAAF e da
Federação Japonesa de Atletismo, aqui o responsável pelas Relações
Internacionais.
Expressamente convidados para o efeito, na qualidade de preletores,
participaram Rolf Müller (Alemanha), Zöe Eastwood-Bryson (Austrália), Daniel
Michaud (Canadá), José Dias (Portugal) e Sardjito Malo (Indonésia), juízes
internacionais que intervieram na análise dos vários casos de vídeo expostos
com a visualização de atletas em competições nacionais e internacionais.
No sábado (16), primeiro dia dos trabalhos, os juízes internacionais
acima referidos integraram cinco grupos de trabalho, constituídos, cada um, por
9 a 10 juízes nacionais nipónicos onde, uma a uma, as 42 imagens de vídeo
exibidas foram analisadas minuciosamente e confrontadas as opiniões dos
primeiros com as dos segundos, sendo que estes justificaram os seus (de uma
forma geral), consensuais pontos de vista. A segunda parte da sessão foi
reservada aos preletores locais com a explanação de matérias teóricas com base
na regra 230 do regulamento técnico da IAAF.
No domingo (17) tiveram lugar as provas de marcha, com a atuação dos
juízes internacionais e alguns nacionais e, atuando externamente, dos
participantes no seminário, após o que as mesmas foram analisadas, quer através
da folha de controlo e ajuizamento, onde se registam todos os dados da
competição (raquetas amarelas e notas de desclassificação), quer pela exibição
das filmagens produzidas no evento e nas quais os juízes internacionais foram
convidados a justificarem as suas opções.
Num balanço final, os juízes internacionais de marcha congratularam os
organizadores pela iniciativa, reforçando a importância da aquisição por parte
dos juízes de marcha presentes no seminário de mais-valias no âmbito do
exercício do ajuizamento, quer atuando efetivamente, quer visualizando as
provas de marcha num âmbito oficioso.
A cerca de ano e meio da realização dos Jogos Olímpicos em Tóquio e nos
quais o país anfitrião deposita justificadas expetativas na obtenção de
medalhas nas provas de marcha atlética (conquistaram-nas em 2015, nos Mundiais de Pequim, em 2016, nos Jogos do
Rio de Janeiro, e em 2017, nos Mundiais de Londres) a supervisão da JAAF na
formação de juízes de marcha, com o contributo de juízes especialistas do
principal painel da IAAF, intervindo no ajuizamento das suas principais
atividades competitivas ou na componente formativa, é uma aposta que,
garantidamente, vai prosseguir.