domingo, 24 de fevereiro de 2019

Meia centena de Juízes em Seminário em Kobe, Japão

Formadores e formandos no Seminário de Marcha em Kobe.
Fotos: Yukio Seki. Montagem: O Marchador

Aproveitando a realização dos 102.os Campeonatos de Marcha Atlética do Japão (20 km), a Federação Japonesa de Atletismo (JAAF) levou a efeito no passado fim de semana (16-17/2), em Kobe, no excelente Kobe Bay Sheraton Hotel, um Seminário destinado a Juízes de Marcha Atlética, que se revelou muito produtivo e constituiu, sem dúvida, um êxito organizativo.

A coordenação dos trabalhos, suportada por uma bem elaborada e extensa documentação técnica, esteve a cargo de alguns dos mais credenciados juízes de marcha nipónicos - Akira Fujisaki, Ishii Tomoya, Akihiro Sugimoto e Sato, com os meios audiovisuais a serem apresentados e supervisionados por Koji Miura, especialista da JAAF na área da biomecânica, ele próprio antigo juiz internacional. Também assistindo a toda a atividade e no apoio permanente aos juízes internacionais, esteve Yukio Seki, membro do Comité Técnico da IAAF e da Federação Japonesa de Atletismo, aqui o responsável pelas Relações Internacionais.

Expressamente convidados para o efeito, na qualidade de preletores, participaram Rolf Müller (Alemanha), Zöe Eastwood-Bryson (Austrália), Daniel Michaud (Canadá), José Dias (Portugal) e Sardjito Malo (Indonésia), juízes internacionais que intervieram na análise dos vários casos de vídeo expostos com a visualização de atletas em competições nacionais e internacionais.

No sábado (16), primeiro dia dos trabalhos, os juízes internacionais acima referidos integraram cinco grupos de trabalho, constituídos, cada um, por 9 a 10 juízes nacionais nipónicos onde, uma a uma, as 42 imagens de vídeo exibidas foram analisadas minuciosamente e confrontadas as opiniões dos primeiros com as dos segundos, sendo que estes justificaram os seus (de uma forma geral), consensuais pontos de vista. A segunda parte da sessão foi reservada aos preletores locais com a explanação de matérias teóricas com base na regra 230 do regulamento técnico da IAAF.

No domingo (17) tiveram lugar as provas de marcha, com a atuação dos juízes internacionais e alguns nacionais e, atuando externamente, dos participantes no seminário, após o que as mesmas foram analisadas, quer através da folha de controlo e ajuizamento, onde se registam todos os dados da competição (raquetas amarelas e notas de desclassificação), quer pela exibição das filmagens produzidas no evento e nas quais os juízes internacionais foram convidados a justificarem as suas opções.

Num balanço final, os juízes internacionais de marcha congratularam os organizadores pela iniciativa, reforçando a importância da aquisição por parte dos juízes de marcha presentes no seminário de mais-valias no âmbito do exercício do ajuizamento, quer atuando efetivamente, quer visualizando as provas de marcha num âmbito oficioso.

A cerca de ano e meio da realização dos Jogos Olímpicos em Tóquio e nos quais o país anfitrião deposita justificadas expetativas na obtenção de medalhas nas provas de marcha atlética (conquistaram-nas em 2015, nos Mundiais de Pequim, em 2016, nos Jogos do Rio de Janeiro, e em 2017, nos Mundiais de Londres) a supervisão da JAAF na formação de juízes de marcha, com o contributo de juízes especialistas do principal painel da IAAF, intervindo no ajuizamento das suas principais atividades competitivas ou na componente formativa, é uma aposta que, garantidamente, vai prosseguir.