quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Luís Gil, o campeão nacional de 50 km em título

Luís Gil em Quarteira-2014.
Foto: Atleta-Digital
LUÍS GIL (50 km)
Clube: Grupo Desportivo do Estreito - Madeira
Treinador: José Magalhães

Recorde pessoal: 4.07.46 (2012)

Títulos conquistados nos 50 km: 2
(Montijo-2013 e Quarteira-2014)

Outros lugares do pódio de 50 km: 5
(3.º - Viseu-2001, 3.º - Valongo-2002, 3.º - Canidelo/Gaia-2009, 3.º - Olhão-2010 e 3.º - Pontevedra-2012)

Número de internacionalizações em 50 km: 7
TE - Dudince 2001, TM - Turim 2002, TE - Cheboksary 2003, TM - Naumburg 2004, TM - Chihuahua 2010, TM - Saransk 2012 e TE – Dudince 2013.

Em Cheboksary (Rússia), nos 50 km marcha da Taça da Europa de Marcha de 2003, contribuiu para a brilhante prestação de Portugal, ao obter, com os seus companheiros de equipa, Pedro Martins, Jorge Costa e Mário Contreiras, a medalha de bronze coletiva, apenas atrás da Rússia e da Espanha, e à frente de seleções com muita tradição no panorama da marcha atlética mundial.

“Foi um momento que jamais esquecerei e que guardo como a maior alegria na minha carreira desportiva. O espírito de entreajuda foi formidável, e o apoio da multidão foi fantástico. Lembro-me do Pedro Martins, ao passar por mim, dobrando-me, numa fase já adiantada da competição, ter-me dito que estava com as forças em baixo. Eu, então, animei-o e, inclusivamente, cheguei a puxar por ele, uns instantes”.

Luís Gil, bicampeão nacional dos 50 km marcha, iniciou-se pela prática da marcha atlética tendo como referências os campeões José Magalhães, José Pinto e José Urbano. Nos treinos falava-se muito da prova de 50 km, no orgulho que representava para cada um dos seus companheiros de estrada, chegar ao fim, e mentalizou-se que um dia haveria de  seguir os seus bons exemplos.

“Foi com todo o prazer que participei em provas de 50 km. Por vezes, circunstâncias relacionadas com o circuito ou com as condições atmosféricas determinavam atuações diferentes mas foi sempre gratificante palmilhar quilómetros e quilómetros com o Pedro Martins e o Jorge Costa, as grandes referências da especialidade dos últimos tempos. 

Nos últimos tempos tenho andado um pouco desanimado. Desde a entrada em funções do técnico nacional de marcha, prof. Carlos Carmino, que as dificuldades aumentaram. Havia pouca interligação com a estrutura federativa, ninguém sabia de nada, e era sempre difícil o contacto com o TNM. Se queria ir a estágios nacionais ou a competições internacionais, em representação da seleção do meu país, teria de usar os meus períodos de férias”.

O atleta nortenho conclui, dizendo-se surpreendido com a decisão tomada pela FPA em acabar com os campeonatos nacionais de 50 km.

“A mágoa é grande. Espanta-me que decisões desta natureza sejam tomadas de ânimo leve, sem que ninguém dê a cara, sem que se saiba quem são os responsáveis por tais medidas nem o porquê delas. Assim, o futuro da especialidade no nosso país não se apresenta risonho. Sei que havia jovens atletas com potencial, interessados em participar nos 50 km e agora, naturalmente, sentir-se-ão desmotivados”.