quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Morozov irradicado, Mineeva suspensa por dois anos

Morozov na Taça da Europa de Olhão e Mineeva nos europeus
de sub23 em Ostrava. Fotos: O Marchador e AEA. 
A Federação Russa de Atletismo anunciou esta semana que o atleta Sergey Morozov foi suspenso da modalidade para sempre devido a segundo controlo positivo de dopagem. A decisão foi tomada após a detecção de indicadores anormais no sangue do marchador russo, não tendo sido divulgados mais pormenores.

A irradicação do atleta produz efeitos desde 25 de Fevereiro de 2011, depois de Morozov ter estado suspenso uma primeira vez de 2008 a 2010. Nessa altura tinha já conquistado o título mundial da juventude de 2005 (Marráquexe, Marrocos) e o europeu de juniores de 2007 (Hengelo, Holanda), além de ter vencido, em 2006, a prova de juniores masculinos da Taça do Mundo de Marcha da Corunha, sempre na distância de 10 km ou 10 mil metros.

Após a primeira suspensão e já no período agora sujeito a anulação de resultados, Morozov foi 13.º na Taça da Europa de Olhão de 2011, 12.º nos mundiais de Daegu também de 2011 e 5.º na Taça do Mundo de Saransk, em 2012, sempre em 20 km. Sem implicações nas provas colectivas, as desclassificações do atleta russo arrastam, no entanto, a passagem de João Vieira do 16.º para o 15.º lugar nos mundiais de 2011, facto que poderia ter outras consequências caso o atleta português se tivesse posicionado um lugar mais atrás e se visse agora reposicionado nos 16 primeiros (com o consequente acerto de contas em matéria de bolsas de apoio à alta competição).

Recorde-se ainda que, em 2008, Morozov vencera uma prova de 20 km em Saransk, na Rússia, com o tempo de 1.16.43 h, marca que constituiria novo recorde mundial mas nunca homologada como tal por falta de controlo de dopagem na competição.

Na sexta-feira passada, a mesma federação havia noticiado a suspensão por dois anos da também marchadora internacional russa Tatyana Mineeva, também por alteração anormal do perfil hematológico no passaporte biológico. Neste caso, tratando-se de uma primeira ocorrência, a atleta é sujeita a punição menos severa.

A suspensão, deliberada em 17 de Novembro, implica a anulação dos resultados obtidos pela atleta desde 12 de Julho de 2011. No período entretanto transcorrido, Mineeva tinha ganho os 20 km femininos dos europeus de sub-23 de Ostrava em Julho de 2011, além de ter sido 17.ª classificada nos mundiais de Daegu, mês e meio depois.

Com a desclassificação da prova do europeu de Ostrava, o título de campeã passa para a também russa Nina Okhotnikova, passando a espanhola Julia Takacs ao sequndo lugar, enquanto a italiana Antonella Palmisano ascende ao terceiro posto.

Para além da culpa pelo recurso à dopagem, Tatyana Mineeva é agora também responsável por Okhotnikova não ter tido a glória de ser «coroada» em Ostrava como campeã e por Palmisano nem sequer ter tido a possibilidade de subir ao pódio que consagrou a melhores da competição. A suspensão de Mineeva pode punir a sua conduta antidesportiva, mas nunca será suficiente para compensar o prejuízo moral imposto às colegas de prova.