sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Galinheiras em festa na 20.ª edição do grande prémio

José Henriques, presidente do C.A. Galinheiras.
Foto: Atletismo Magazine.

A simpática coletividade lisboeta do Centro de Atletismo das Galinheiras levará a efeito, na pista da Alta de Lisboa, a partir das 14:00 horas deste sábado, mais uma edição do seu grande prémio de marcha atlética, a vigésima (décima segunda légua CAG), com provas destinadas a todos os escalões etários, incluindo, ainda, uma prova específica para portadores de deficiência cognitiva.

José Henriques, presidente da coletividade, a quem publicamente prestamos a devida homenagem pelo grande labor e entusiasmo com que, anos a fio, tem colocado em suas mãos a organização do evento, foi, na década de sessenta, especialista do salto com vara, em representação do Sport Lisboa e Benfica, atingido um dos seus momentos mais altos na carreira quando figurou na lista dos recordistas nacionais da especialidade.

Desde a edição de 2008 que a prova passou a ser realizada em pista. Conta-nos, José Henriques:

“A nosso ver, foi uma opção acertada a mudança da estrada para a pista. Os custos do policiamento eram muito elevados e, por outro lado, a vertente logística está mais facilitada”, conta-nos José Henriques.

“É muito agradável verificar que a prova vai crescendo de ano para ano, mas a minha maior satisfação é constatar que, no meu clube, há mais jovens, a praticar a marcha atlética, fazendo, igualmente, outras especialidades. Temos mais 8 ou 9 crianças, este ano, e é uma alegria vê-las marchar. Os juízes de marcha, seguramente, não terão muitas preocupações com elas. O importante, a meu ver, não é tanto haver muita gente a marchar, muitas vezes sem o devido controlo técnico mas sim, incrementar o gosto pela boa técnica de maneira a que possam evoluir mais e melhor”.

Para a competição, que será a terceira da época desportiva e a primeira a realizar-se em pista, já se encontram inscritos bastantes atletas, provenientes de muitos clubes e distritos do país. Representações estrangeiras contam-se de Espanha (região da Extremadura), Itália e Lituânia.

“No ano passado estiveram entre nós miúdos de Bolonha que gostaram da prova e muito apreciaram a nossa hospitalidade. Escreveram-nos agradecendo e colocando a sua casa à disposição para quando lá desejássemos ir. Foram novamente convidados, e é num espírito de amizade e confraternização que os teremos cá, de novo. Assim como os nossos amigos de Badajoz. O Francisco Reis, em Inglaterra, disse-me que iria fazer os possíveis para estar presente”.

De acordo com o regulamento (secção “Docs” ao cimo da página), haverá prémios individuais para os dez primeiros de cada escalão (troféus aos três primeiros), um prémio especial com o nome do dinamizador da iniciativa, José Henriques, para os melhores tecnicistas (benjamins e infantis), prémios surpresa para todos os participantes na prova especial para deficientes, e taças para as dez primeiras equipas da geral colectiva.

Esta edição serve de reconhecimento ao ex-atleta do clube, Avelino Costa, que em 1989, na categoria de iniciados, venceu a final do “DN Jovem”, agora “Olímpico Jovem”, batendo o recorde nacional da categoria, na distância de 3.000 metros, e representou  Portugal, um ano depois, na Gimnasíada, em Bruges, Bélgica. Mas José Henriques revela-nos uma surpresa: 

“Para além do Avelino, vamos também homenagear o Pedro Isidro. É um grande exemplo de desportista. Apesar da sua deficiência cognitiva, foi com humildade, competência e muita dedicação ao treino que chegou onde chegou. Cabe, aqui, salientar-se o papel decisivo do seu treinador, Luís Dias, ao conseguir, com inteiro mérito, que o Pedro fizesse os mínimos que lhe deram direito a ir aos Jogos Olímpicos, coisa que, muitos, em condições, ditas normais, não puderam.”

A entrega dos prémios decorrerá, como habitualmente, na sede do clube organizador, sendo servido um beberete.

“É uma tradição que vamos mantendo, apesar da conjuntura de crise que todos nós atravessamos. Não querendo diminuir o nível da oferta vamos, contudo, ser mais rigorosos no controlo dos acessos, sempre com o pensamento, principalmente, nos atletas.”