José Henriques, presidente do C.A. Galinheiras. Foto: Atletismo Magazine. |
A simpática coletividade lisboeta do
Centro de Atletismo das Galinheiras levará a efeito, na pista da Alta de
Lisboa, a partir das 14:00 horas deste sábado, mais uma edição do seu grande
prémio de marcha atlética, a vigésima (décima segunda légua CAG), com provas
destinadas a todos os escalões etários, incluindo, ainda, uma prova específica
para portadores de deficiência cognitiva.
José Henriques, presidente da
coletividade, a quem publicamente prestamos a devida homenagem pelo grande
labor e entusiasmo com que, anos a fio, tem colocado em suas mãos a organização
do evento, foi, na década de sessenta, especialista do salto com vara, em
representação do Sport Lisboa e Benfica, atingido um dos seus momentos mais
altos na carreira quando figurou na lista dos recordistas nacionais da
especialidade.
Desde a edição de 2008 que a
prova passou a ser realizada em pista. Conta-nos, José Henriques:
“A nosso ver, foi uma opção acertada a mudança da estrada para a pista. Os
custos do policiamento eram muito elevados e, por outro lado, a vertente
logística está mais facilitada”, conta-nos José Henriques.
“É muito agradável verificar que a prova vai crescendo de ano para ano, mas
a minha maior satisfação é constatar que, no meu clube, há mais jovens, a
praticar a marcha atlética, fazendo, igualmente, outras especialidades. Temos
mais 8 ou 9 crianças, este ano, e é uma alegria vê-las marchar. Os juízes de
marcha, seguramente, não terão muitas preocupações com elas. O importante, a
meu ver, não é tanto haver muita gente a marchar, muitas vezes sem o devido
controlo técnico mas sim, incrementar o gosto pela boa técnica de maneira a que
possam evoluir mais e melhor”.
Para a competição, que será a terceira
da época desportiva e a primeira a realizar-se em pista, já se encontram
inscritos bastantes atletas, provenientes de muitos clubes e distritos do país.
Representações estrangeiras contam-se de Espanha (região da Extremadura),
Itália e Lituânia.
“No ano passado estiveram entre nós
miúdos de Bolonha que gostaram da prova e muito apreciaram a nossa
hospitalidade. Escreveram-nos agradecendo e colocando a sua casa à disposição
para quando lá desejássemos ir. Foram novamente convidados, e é num espírito de
amizade e confraternização que os teremos cá, de novo. Assim como os nossos
amigos de Badajoz. O Francisco Reis, em Inglaterra, disse-me que iria fazer os
possíveis para estar presente”.
De acordo com o regulamento (secção
“Docs” ao cimo da página), haverá prémios individuais para os dez primeiros de
cada escalão (troféus aos três primeiros), um prémio especial com o nome do
dinamizador da iniciativa, José Henriques, para os melhores tecnicistas
(benjamins e infantis), prémios surpresa para todos os participantes na prova
especial para deficientes, e taças para as dez primeiras equipas da geral
colectiva.
Esta edição serve de reconhecimento ao
ex-atleta do clube, Avelino Costa, que em 1989, na categoria de iniciados,
venceu a final do “DN Jovem”, agora “Olímpico Jovem”, batendo o recorde
nacional da categoria, na distância de 3.000 metros, e representou Portugal, um ano depois, na Gimnasíada, em Bruges, Bélgica. Mas José
Henriques revela-nos uma surpresa:
“Para além do Avelino, vamos também
homenagear o Pedro Isidro. É um grande exemplo de desportista. Apesar da sua
deficiência cognitiva, foi com humildade, competência e muita dedicação ao
treino que chegou onde chegou. Cabe, aqui, salientar-se o papel decisivo do seu
treinador, Luís Dias, ao conseguir, com inteiro mérito, que o Pedro fizesse os
mínimos que lhe deram direito a ir aos Jogos Olímpicos, coisa que, muitos, em
condições, ditas normais, não puderam.”
A entrega dos prémios decorrerá, como
habitualmente, na sede do clube organizador, sendo servido um beberete.
“É uma tradição que vamos mantendo,
apesar da conjuntura de crise que todos nós atravessamos. Não querendo diminuir
o nível da oferta vamos, contudo, ser mais rigorosos no controlo dos acessos,
sempre com o pensamento, principalmente, nos atletas.”