Horacio Nava. Foto: Agencia EFE |
Raúl González, campeão olímpico dos 50 km marcha nos Jogos de Los Angeles,
em 1984, e o atual responsável técnico para esta distância, prognosticou que o
recorde nacional mexicano, que o próprio detém desde 1978, em Podebrady, com
marca de 3.41.20 horas, tem os seus dias contados.
A convicção de González está alicerçada no bom trabalho que os seus pupilos
de 50 km, Horacio Nava (3.45.30h), Clemente García (3.50.57h) e Cristian
Berdeja (3.52.16h), realizaram nas últimas seis semanas na cidade de La Paz, na
Bolívia, treinando afincadamente com vista ao primeiro dos objetivos da seleção
nacional, uma presença honrosa nos Jogos Centroamericanos e do Caribe que terão
lugar de 16 a 30 de novembro, em Vera Cruz, no México.
“Horacio Nava atravessa o seu melhor momento desportivo e creio que poderá
aproximar-se em breve das 3 horas e 40 minutos”, declarou González,
acrescentando que seria para ele algo de muito bonito assistir a uma proeza de
um atleta por si treinado, passados que são 35 anos.
“Estaremos nos Campeonatos Nacionais da Rússia, em Cheboksary (6 de junho)
e veremos que acontece. Os russos são os melhores do mundo na distância de 50
km. e quero que os meus atletas os enfrentem de igual para igual. Esta á a
minha ideia, mas o objetivo final são os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em
2016”, concluiu Raúl González.
Horacio Nava, de 32 anos, foi 5.º classificado na Taça do Mundo de
Cheboksary, em 2008 e 6.º nos Jogos Olímpicos de Pequim com a marca de 3.45.21
h, o seu melhor registo na distância. O atleta de Chihuahua considerou que o
estágio realizado em altitude (4.000 a 6.000 metros acima do nível do mar) foi
muito benéfico e incutiu-lhe muita confiança para desempenhos futuros.
Depois de mais de 1.000 quilómetros de treino em altitude, os atletas mexicanos
viajam hoje para a Corunha onde participarão nos 20 km do challenge mundial
rumando, depois, para Cheboksary.
A Federação Mexicana de Atletismo tem apostado ultimamente num trabalho
mais sistematizado, privilegiando o acompanhamento técnico de treinadores
nacionais em cada uma das distâncias olímpicas da disciplina, eliminando-se,
tanto quanto possível, as opções individualistas que, julga-se, terá sido causa
da quebra do protagonismo do “desporto nacional do México” na arena
internacional.
Só na marcha atlética, os atletas mexicanos deram ao seu país três títulos
olímpicos e dois títulos mundiais.