Em 1966, nos
preparativos para os Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México, as
autoridades desportivas convidaram um grupo de treinadores estrangeiros, de
várias modalidades, com o objetivo de melhorar as prestações dos seus atletas.
O polaco Jerzy Hausleber era um deles. Começava aí o fantástico percurso da
marcha mexicana pelo mundo fora.
Com brilhantes
prestações nas principais competições internacionais, principalmente na segunda
metade da década de 70 e na primeira da década de 80, a marcha atlética no
México é a disciplina n.º 1 do atletismo e aquela que mais medalhas olímpicas
deu ao país.
Após um período de
menor fulgor, assiste-se, presentemente, a sinais muito positivos dos
marchadores mexicanos, na arena internacional. Em Lugano, na primeira das
provas do circuito europeu do ano, os três mexicanos que aí acudiram, obtiveram
marcas de relevância internacional na prova de 20 km., realizando mínimos “A”
da federação internacional para os mundiais de Moscovo. Isaac Palma foi 5.º com
1.21.13, Pedro Daniel Gómez 8.º com 1.21.18, e Ever Palma 11.º, com 1.22.02.
Significativo, de facto!
Ainda recentemente,
nos 20 km. do Grande Prémio Internacional de Rio Maior, outros dois atletas
destacaram-se: Diego Flores, 3.º com 1.21.56 e Mónica Equihua, 5.ª com 1.31.09,
ambos conseguindo mínimos “A” para Moscovo, com novos máximos pessoais. E ainda
há outros, com reais possibilidades de integrarem a equipa azteca para os
mundiais, nomeadamente e entre outros, Eder Sánchez (20 km) e Horacio Nava (50
km). A seleção será conhecida após a realização da Taça Pan-americana, em maio
próximo.
José Alvarado,
diretor da Escola Nacional de Marcha, e que foi o “braço direito” de Jerzy
Hausleber, o homem que revolucionou a marcha mexicana, nos anos 60, tem ao seu
dispor, no Centro de Alto Rendimento, na Cidade do México, uma vintena de
jovens promissores, com quem trabalha diariamente esperando resultados
animadores num futuro próximo.
Em campeonatos
mundiais, o México obteve 11 medalhas no atletismo, 6 delas na marcha, com
Ernesto Canto a vencer os 20 km de Helsínquia (1983) e Daniel Garcia os 20 km
de Atenas (1997). Nos Jogos Olímpicos, três nomes figuram nas páginas douradas
da marcha mexicana: Daniel Bautista (20 km de Montreal, em 1976), Raúl González
(50 km de Los Angeles, em 1984) e Ernesto Cantos (20 km de Los Angeles, em
1984).