Começam a disputar-se amanhã as provas de atletismo dos XVI Jogos Panamericanos, que decorrem de 14 a 30 deste mês em Guadalajara, capital do estado mexicano de Jalisco.
É a terceira vez que o México recebe os Jogos sendo que, pela primeira vez, terão lugar fora da capital. As anteriores edições realizadas em solo mexicano tiveram lugar em 1955 e 1975, na Cidade do México.
Logo no primeiro dia, disputar-se-ão as provas masculina e feminina dos 20 km marcha, e a 29, os 50 km marcha masculinos, todas elas a realizarem-se num circuito de 2.000 metros, fora do estádio.
País de grandes tradições na especialidade, o México espera conseguir medalhas neste sector, especialmente nos homens, com as esperanças mais fortes depositadas em Éder Sanchez (medalha de bronze nos 20 km dos mundiais de Berlim), o qual contará com a forte oposição do colombiano Luis Lopéz, 3.º classificado nos 20 km de Daegu, e em Horacio Nava, nos 50 km.
Na década de 70 e 80, período dourado da marcha mexicana, vários foram os atletas que exibiram a sua classe ao mundo, fazendo alarde do seu domínio nas mais importantes competições internacionais.
Raúl Gonzalez, hoje com 59 anos de idade, treinador de um grupo de excelentes marchadores, foi campeão olímpico em Los Angeles (1984), e venceu os 50 km das edições de 1979 e 1983 dos Jogos Panamericanos, entre muitos outros triunfos. Pulverizou, literalmente, o recorde mundial da distância, fixando-o, então, em 3.41.20 horas. Sem dúvida, uma figura maior desses tempos.
Com o seu farto bigode, que ainda preserva, vimo-lo, em 1981, na Taça do Mundo de Marcha, realizada em El Saler, Valência, e sob um calor escaldante, dominar a prova dos 50 km a seu belo prazer, numa impressionante manifestação de técnica e poder.